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10/01/2003 - 10h53

EUA querem substituir plano do Brasil para Venezuela

da Folha Online

O governo dos Estados Unidos planeja formar um grupo de países para ajudar a pôr fim à greve geral na Venezuela, provavelmente defendendo a realização de eleições antecipadas, segundo a edição de hoje do jornal norte-americano "The Washington Post".

De acordo com a reportagem, os EUA esperam que seu plano substitua uma iniciativa do Brasil de formar um "grupo de países amigos" para resolver a crise. Segundo o jornal, a Casa Branca acredita que a proposta do governo de Luiz Inácio Lula da Silva seria "contraproducente".

O Brasil, no entanto, faria parte do grupo a ser proposto pelos EUA chamado de "Amigos da Venezuela". Os outros participantes seriam EUA, México, Chile, possivelmente a Espanha e um representante do secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

A administração do presidente George W. Bush tem adotado uma postura amena em relação à greve de cinco semanas, mas deverá divulgar o plano na semana que vem, organizando um grupo para desenvolver a proposta de acabar com o impasse político na Venezuela, quinto maior exportador de petróleo do mundo.

O plano seria apresentado através da OEA (Organização de Estados Americanos), que media conversações entre o governo esquerdista de Hugo Chávez e uma oposição que quer sua renúncia, de acordo com o "Washington Post", que cita fontes da Casa Branca e diplomáticas estrangeiras. O governo dos EUA ainda não comentou a reportagem do jornal.

Washington perdeu credibilidade em relação à Venezuela quando pareceu apoiar o breve golpe de Estado que destituiu Chávez em abril do ano passado.

O governo Bush, que se manteve à margem da turbulência no país sul-americano, estava pronto a se envolver devido à preocupação cada vez maior com um desabastecimento do petróleo enquanto os EUA se preparam para uma possível guerra com o Iraque, disse o jornal.

A greve prejudicou as exportações petrolíferas venezuelanas, ao reduzir a produção de cerca de 3 milhões de barris de petróleo por dia antes da paralisação para uma cifra entre 600 mil e 800 mil barris diários atualmente, segundo fontes do governo de Chávez.

A Venezuela é responsável por cerca de 13% das importações do combustível dos EUA.

"Estávamos recebendo 1,5 milhão de barris de petróleo por dia e não os estamos recebendo agora", afirmou um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA ao jornal. Segundo o "Washington Post", a autoridade disse ainda que a preocupação dos EUA aumentou durante as últimas semanas, à medida que Chávez se movia para reestruturar a gigante estatal petrolífera PDVSA.

Segundo o jornal, o alvo principal da iniciativa norte-americana seria pôr fim à greve que alquebrou a economia venezuelana, movimentou os mercados globais de energia e aumentou as tensões numa nação dividida.

A oposição venezuelana, que conta com amplo apoio de empresas, sindicatos e setores civis, acusa Chávez de querer criar um Estado comunista e prometeu continuar a paralisação até que ele renuncie ou antecipe as eleições.

Chávez se nega a renunciar. A Constituição venezuelana contempla um referendo sobre a continuação do presidente no governo na metade de seu mandato, o que no caso de Chávez seria em agosto. A oposição pressiona para que seja no dia 2 de fevereiro.

Nos últimos dias, o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, manteve conversações sobre a Venezuela com o chanceler do México, Jorge Castañeda, funcionários do governo brasileiro, Annan e o secretário-geral da OEA, Cesar Gavíria, disse o jornal.

Segundo o "Washington Post", as conversações emperraram em torno da questão fundamental de como Chávez poderia manter-se no poder.

Com agências internacionais

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