Vice-presidente do partido chavista afirma que referendo é revolução

Os venezuelanos vão às urnas neste domingo para um referendo sobre uma emenda constitucional que elimina os limites para a reeleição em cargos majoritários, o que, na prática, permitiria ao presidente Hugo Chávez permanecer no poder enquanto continuar vencendo eleições. Para o vice-presidente do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) para a região de Caracas, Aristóbulo Istúriz, membro do núcleo duro chavista, a restrição à reeleição "limita a soberania do povo".

"Na Venezuela, não há período de governo normal, tradicional, conhecido na democracia representativa como um período de governo. Não há programa de governo, e sim processo revolucionário. É um processo de transformação da sociedade. Em democracia, sem sangue, com liberdades", disse Istúriz, em entrevista à Folha (a íntegra está disponível apenas para assinantes do jornal e do UOL).

A votação será encerrada às 18h (19h30 no horário de Brasília). Ao todo, 16,5 milhões de venezuelanos estão aptos a votar no referendo, em 34.632 colégios eleitorais. Os primeiros resultados devem ser divulgados às 23h (0h30 desta segunda-feira (16) no horário de Brasília).

Istíriz afirma ainda que, para alcançar esta democracia, é necessário tempo e "uma maioria contundente". "E essa maioria é garantida pela liderança. Chávez une o que é diverso, o povo. Estamos em transição, as mudanças não terminaram, precisamos reter essa maioria, garantida por Chávez", disse.

Segundo Istúriz, a emenda que está sendo votada neste domingo não é para a reeleição indefinida. "Na Constituição, aprovamos o artigo cinco, pelo qual a soberania reside intransferivelmente no povo. Mas colocamos uma limitação, um fim no período de exercício dos cargos de eleição popular", explica.