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07/03/2003 - 15h48

EUA e Reino Unido propõem prazo final de 10 dias para o Iraque

da Folha Online

O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Jack Straw, apresentou uma emenda para o novo projeto de resolução sobre o Iraque, que concede ao presidente iraquiano, Saddam Hussein, um prazo para se desarmar até o dia 17 de março ou enfrentar uma possível guerra.

O chefe dos inspetores de armas da ONU, Hans Blix, havia apontado pouco antes, em um relatório apresentado na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, que levaria meses para o Iraque se desarmar, ainda que Bagdá decidisse cooperar totalmente.

Straw distribuiu o novo texto, aprovado pelos EUA e pela Espanha, depois de seu discurso no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

"Estou pedindo ao secretariado [da ONU] que faça uma emenda que irá especificar um período após a adoção da resolução para o Iraque se desarmar e ficar de acordo com as exigências", disse Straw.

A data de 17 de março coloca pressão sobre o Conselho de Segurança para adotar uma resolução o mais breve possível. Os EUA e o Reino Unido pretendem colocar o tema em votação na próxima semana.

A proposta tem a intenção de ganhar o apoio de membros indecisos do Conselho de Segurança da ONU que têm dúvidas em votar sobre um ataque imediato contra o Iraque.

O novo projeto de resolução pediria que o Iraque dê aos inspetores "todas as armas" proibidas por resoluções da ONU assim como todas as "informações sobre a destruição de tais itens".

Enquanto Estados Unidos e Reino Unido trabalham em uma proposta de resolução que autoriza o uso da força contra o Iraque e dá ao presidente iraquiano, Saddam Hussein, mais tempo para se desarmar antes de uma possível guerra, o chanceler da França, Dominique de Villepin, afirmou hoje que seu país não autoriza uma nova resolução autorizando o uso automático da força contra o Iraque, durante pronunciamento ao Conselho de Segurança da ONU.

Villepin, cujo país é membro permanente do Conselho de Segurança e tem poder de veto, declarou: "Ao impor um prazo de apenas alguns dias, estaríamos apenas buscando um pretexto para a guerra? Como membro permamente do Conselho de Segurança, direi mais uma vez: a França não permitirá a aprovação de uma resolução que autorize o uso automático da força".

Inspetores

Os inspetores de armas da ONU não encontraram "nenhum indício de atividades nucleares no Iraque em nenhum lugar inspecionado" e nenhum sinal de que Bagdá tenha importado urânio desde 1990, afirmou o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, Mohammed El Baradei.

Em seu relatório, apresentado ao Conselho de Segurança da ONU, El Baradei disse também que suas investigações no Iraque ainda estão em curso, e que precisa mais tempo para concluir seu trabalho.

Antes do pronunciamento de El Baradei, o outro chefe dos inspetores de armas da ONU, Hans Blix, afirmou que o Iraque não cooperou totalmente com o trabalho de sua equipe, mas, de modo geral, a cooperação pode ser considerada satisfatória.

Ele lembrou que Bagdá impôs algumas condições ao trabalho de sua equipe. No entanto, o governo iraquiano não foi insistente nessas restrições.

Blix disse que não exclui a possibilidade de que o Iraque tenha armas proibidas escondidas em armazéns subterrâneos. No entanto, ele reiterou que, até o momento, nenhuma substância proibida foi encontrada pelos inspetores.

Ele afirmou também que as inspeções aéreas foram intensificadas, graças à colaboração de países que puseram aviões Mirage à disposição da ONU.

Sobre a destruição dos mísseis Al Samoud 2 (que ultrapassam os 150 km estipulados pela ONU), Blix disse que é um passo significativo por parte do governo de Bagdá.

Dez ministros de Relações Exteriores estão hoje em Nova York para escutar o terceiro relatório de Blix.

A sessão pública é a primeira desde que, no dia 4 de fevereiro, os Estados Unidos, Reino Unido e Espanha apresentaram um projeto de resolução, afirmando que o Iraque não aproveitou a última chance que lhe foi dada de desarmar-se voluntariamente.

Ontem, o presidente americano, George W. Bush, concedeu uma entrevista coletiva à imprensa na Casa Branca. Bush tentou "justificar" sua posição bélica, insistindo em que o presidente iraquiano, Saddam Hussein, "não se desarma".

No discurso de ontem, Bush voltou a dizer que o Iraque será atacado independentemente da aprovação ou não de uma nova resolução da ONU.

França, Alemanha e Rússia utilizam toda sua influência para evitar uma guerra contra o Iraque, assegurando que bloquearão uma nova resolução da ONU que estabeleça o recurso à força, como desejam os Estados Unidos. A China também se opõe à aprovação de uma nova resolução que permita uma ação militar contra o Iraque. Síria já anunciou que votará contra.

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, que têm direito a veto, são EUA, Reino Unido, Rússia, França e China. Para que uma resolução seja aprovada, é necessário que nove dos 15 membros do CS votem a favor. Mas nenhum dos cinco membros permanentes podem vetá-la.

Com agências internacionais

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