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13/05/2009 - 14h15

Papa condena muro erguido por Israel como símbolo de "impasse"

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da Folha Online

O papa Bento 16 condenou nesta quarta-feira o muro erguido por Israel em volta da Cisjordânia. Ao lado da parede, que descreveu como símbolo do "impasse' entre Israel e os palestinos, o papa exortou ambos os lados a romper a "espiral de violência".

"Ao nosso lado [...] há um lembrete cruel do impasse que parecem ter alcançado as relações entre israelenses e palestinos --o muro", disse o papa em discurso proferido num campo de refugiados em Belém, a cidade onde, segundo a crença cristã, Jesus teria nascido.

"Quão profundamente oramos pelo fim das hostilidades que levaram este muro a ser construído", acrescentou, em um palco erguido ao ar livre numa escola no campo. Do outro lado da estrada erguia-se o muro de concreto de 8 metros de altura e uma torre de vigilância israelense.

Esse era o tipo de linguagem que os palestinos esperavam da visita de um dia feita pelo papa à Cisjordânia ocupada por Israel, em meio a sua visita de cinco dias à Terra Santa, focada principalmente em Jerusalém --controlada por Israel.

O papa alemão, que vem sendo criticado em Israel pelo que judeus interpretaram como sendo falta de emoção pessoal em declarações que ele fez sobre o Holocausto, teve o cuidado de enfatizar que o conflito envolve os dois lados e conclamou por uma paz justa e duradoura.

"Dos dois lados do muro é preciso grande coragem para que o medo e a desconfiança possam ser superados e para que seja possível resistir ao desejo de retaliar por perdas e feridas", disse. "É preciso que haja uma disposição de lançar iniciativas ousadas e imaginativas em direção à reconciliação. Se cada lado insistir em exigir concessões anteriores do outro, o resultado só pode ser um impasse."

O papa ainda acrescentou: "Esforços diplomáticos só poderão ter êxito se os próprios palestinos e israelenses se dispuserem a libertar-se do ciclo de agressão."

Dificuldades

Antes em seu discurso, o papa falou longamente sobre a situação difícil vivida pelos refugiados no campo de Aida, que, como milhões de outros palestinos, são os familiares daqueles que fugiram ou foram expulsos de suas casas no atual Israel em 1948.

Bento 16 disse que queria "expressar solidariedade para com todos os palestinos sem casa que anseiam por poder retornar a seus lugares de origem ou a viver permanentemente numa pátria própria."

Essa declaração atraiu aplausos do público que, antes disso, ouvira um discurso do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas --para quem o papa defendeu um Estado palestino soberano.

Aos refugiados, o papa declarou: "É compreensível que vocês se sintam frustrados. Suas aspirações legítimas por lares permanentes, por um Estado palestino independente permanecem sem ser realizadas."

"Em vez disso, vocês se veem presos [...] numa espiral de violência, de ataque e contra-ataque, de retaliação e destruição contínua. O mundo inteiro anseia para que esta espiral seja rompida, por paz que ponha fim aos combates constantes."

Com Reuters, Efe e France Presse

 

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