Publicidade
Publicidade
Papa condena muro erguido por Israel como símbolo de "impasse"
Publicidade
da Folha Online
O papa Bento 16 condenou nesta quarta-feira o muro erguido por Israel em volta da Cisjordânia. Ao lado da parede, que descreveu como símbolo do "impasse' entre Israel e os palestinos, o papa exortou ambos os lados a romper a "espiral de violência".
"Ao nosso lado [...] há um lembrete cruel do impasse que parecem ter alcançado as relações entre israelenses e palestinos --o muro", disse o papa em discurso proferido num campo de refugiados em Belém, a cidade onde, segundo a crença cristã, Jesus teria nascido.
"Quão profundamente oramos pelo fim das hostilidades que levaram este muro a ser construído", acrescentou, em um palco erguido ao ar livre numa escola no campo. Do outro lado da estrada erguia-se o muro de concreto de 8 metros de altura e uma torre de vigilância israelense.
Esse era o tipo de linguagem que os palestinos esperavam da visita de um dia feita pelo papa à Cisjordânia ocupada por Israel, em meio a sua visita de cinco dias à Terra Santa, focada principalmente em Jerusalém --controlada por Israel.
O papa alemão, que vem sendo criticado em Israel pelo que judeus interpretaram como sendo falta de emoção pessoal em declarações que ele fez sobre o Holocausto, teve o cuidado de enfatizar que o conflito envolve os dois lados e conclamou por uma paz justa e duradoura.
"Dos dois lados do muro é preciso grande coragem para que o medo e a desconfiança possam ser superados e para que seja possível resistir ao desejo de retaliar por perdas e feridas", disse. "É preciso que haja uma disposição de lançar iniciativas ousadas e imaginativas em direção à reconciliação. Se cada lado insistir em exigir concessões anteriores do outro, o resultado só pode ser um impasse."
O papa ainda acrescentou: "Esforços diplomáticos só poderão ter êxito se os próprios palestinos e israelenses se dispuserem a libertar-se do ciclo de agressão."
Dificuldades
Antes em seu discurso, o papa falou longamente sobre a situação difícil vivida pelos refugiados no campo de Aida, que, como milhões de outros palestinos, são os familiares daqueles que fugiram ou foram expulsos de suas casas no atual Israel em 1948.
Bento 16 disse que queria "expressar solidariedade para com todos os palestinos sem casa que anseiam por poder retornar a seus lugares de origem ou a viver permanentemente numa pátria própria."
Essa declaração atraiu aplausos do público que, antes disso, ouvira um discurso do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas --para quem o papa defendeu um Estado palestino soberano.
Aos refugiados, o papa declarou: "É compreensível que vocês se sintam frustrados. Suas aspirações legítimas por lares permanentes, por um Estado palestino independente permanecem sem ser realizadas."
"Em vez disso, vocês se veem presos [...] numa espiral de violência, de ataque e contra-ataque, de retaliação e destruição contínua. O mundo inteiro anseia para que esta espiral seja rompida, por paz que ponha fim aos combates constantes."
Com Reuters, Efe e France Presse
Leia mais sobre a visita do papa à Terra Santa
- Papa defende fim do bloqueio israelense à faixa de Gaza
- Papa visita campo de refugiados ao lado de muro construído por Israel
- Em Belém, papa defende direito dos palestinos a Estado soberano
Outras notícias internacionais
- Câmara da Itália criminaliza imigração ilegal com multa e prisão
- EUA e Reino Unido pedem trégua no Sri Lanka
- OMS registra mais de 5.000 casos de gripe suína e pede cautela com antiviral
Especial
Livraria
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice