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Julgamento de presidente do Sudão pode levar anos, diz procurador
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da Efe, em Johanesburgo
O presidente do Sudão, Omar Hassan Ahmad al Bashir, comparecerá ao Tribunal Penal Internacional (TPI) mesmo que o julgamento leve anos, segundo declarou nesta sexta-feira o procurador-chefe do órgão, Luis Moreno Ocampo.
Na cidade do Cabo, onde participa do Fórum Econômico Mundial para a África, Ocampo disse que Bashir "será processado" e, por isso, "o governo do Sudão tem a obrigação legal de prendê-lo" por supostos crimes de guerra e de lesa-humanidade na região sudanesa de Darfur.
O procurador-chefe do Tribunal de Haia acrescentou que o presidente sudanês terá de comparecer perante a justiça internacional, "mesmo que o julgamento leve dois meses, dois anos ou seis anos". Ocampo acrescentou que as viagens que o presidente do Sudão realizou, nos últimos meses a vários países africanos e árabes "mostram a situação desesperadora" dele.
Bashir viajou nos últimos três meses, sem enfrentar problemas, ao Catar, Arábia Saudita, Egito, Eritreia, Etiópia, Líbia e Zimbábue.
O TPI emitiu a ordem de detenção contra Bashir em março e, desde então, o governo do Sudão reiterou que não colaborará com o tribunal, enquanto a União Africana (UA) e a Liga Árabe se negaram a reconhecer a ordem e pediram que o processo seja adiado.
O conflito de Darfur teve início em fevereiro de 2003, quando dois grupos insurgentes se rebelaram contra o regime de Cartum em protesto pela pobreza e a marginalização que os habitantes da região sofriam.
Desde então, 300 mil pessoas morreram e outros dois milhões e meio foram obrigadas a abandonar suas casas, segundo cálculos da ONU.
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