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Manifestantes revivem grito que embalou revolução no Irã
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RAUL JUSTE LORES
enviado especial da Folha de S. Paulo a Teerã
Às 22h, ruas, avenidas e praças estão vazias, no terceiro dia em que Teerã parece sob toque de recolher. Mas o silêncio é interrompido por gente nas janelas de diversos bairros da cidade, gritando "Deus é grande".
"Allah o Akbar", no original, é usado como "Deus nos proteja" e foi um dos gritos de guerra na revolução que derrubou o xá do Irã em 1979.
A manifestação de dentro de casa aconteceu horas depois da marcha silenciosa da oposição.
""Deus é grande" e "Morte ao ditador" eram muito usados no início da Revolução", disse à Folha a professora de matemática Vida Ladan, 52, durante a passeata. "Esta é a primeira vez em 30 anos que as massas protestam nas ruas e usam os mesmos slogans. Pode ser que não dê em nada, mas é meu dever de patriota."
O evento não lembrou o clima festivo da campanha. O clima era de tensão no ar, apesar da presença policial ser bastante discreta. Durante todo o dia, circularam boatos de que a polícia abriria fogo.
"Achava que iria apanhar de novo", diz o universitário Farhad, 25, mostrando o braço enfaixado, depois de apanhar de milicianos na noite de sábado passado (13). "Mas isso é o que o governo quer, que tenhamos medo e fiquemos em casa."
Contrastes
A manifestação dos partidários do opositor Mir Hossein Mousavi escancarou as diferenças entre os dois grupos enfrentados na política iraniana.
O protesto da oposição não foi autorizado pelo Ministério do Interior, e o improviso foi geral. O candidato apareceu em cima de uma camionete branca e usou um modesto alto-falante. Seu rápido discurso foi ouvido por pouquíssimas pessoas.
As mulheres eram quase metade dos presentes, na maioria jovens. Todas de véu, usavam maquiagem e deixavam parte do cabelo aparecer.
Na comemoração pela vitória de Ahmadinejad, no domingo à noite, o presidente falou de um grande palco, com bom sistema de som e avenidas fechadas e monitoradas pela polícia.
Dezenas de ônibus estacionados perto da praça haviam trazido manifestantes, que recebiam comida da organização.
Pelo menos três quartos eram homens. As poucas mulheres usavam o chador preto, cobrindo-se dos pés à cabeça.
"Enquanto, no Ocidente, vota ladrão, vota gay, vota gente suja, aqui vota gente limpa, honrada", disse Ahmadinejad, no discurso de quase uma hora.
Mas, na passeata da oposição, também havia religiosos conservadores. Vestida de longo chador negro, a dona de casa Fatimi, 47, mãe de quatro filhos, desmente à Folha que as massas populares estejam totalmente com Ahmadinejad.
"Pago o dobro pela carne este ano que há dois anos, pago quase o triplo pelo tomate, nós continuamos pobres", reclamou. "Religião não tem a ver com política."
A escolha do local da manifestação também mostrou as diferentes ambições de demarcar território. Ahmadinejad fez sua comemoração na praça Liderança, reduto da classe média local. Já Mousavi escolheu como parada final de sua marcha silenciosa a praça Liberdade, a maior da cidade, onde normalmente Ahmadinejad fazia seus grandes comícios.
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"O Parlamento iraquiano aprovou nesta terça-feira um acordo de cooperação marítima com o Reino Unido que permitirá o retorno de entre cem e 150 soldados britânicos ao sul do país árabe, para ajudar a treinar a Marinha iraquiana e proteger as instalações petrolíferas."
Este é o sinal obvio que os ingleses se apossaram das companhias de petróleo iraquianas após enforcarem Sadam Hussein e colocarem "testas de ferro e laranjas" da nova elite iraquiana. Como se não bastasse o exército iraquiano vigiará os poços para eles. Provavelmente, após o saque ao tesouro iraquiano, no lugar de ouro e outras moedas, os corsários os encheram de dólares cheirando a tinta. O Irã deve abrir bem os olhos, pois isso é o que é pretendido para eles também. É bom que a revolução dos aiatolás comece a educar seu povo maciçamente, a fim de não facilitar a invasão dos inimigos que sempre contam com que o povo esteja na ignorância.
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