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15/07/2009 - 08h12

China aumenta número de mortos em protestos para 192

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da Folha Online

O balanço de mortos nos violentos distúrbios étnicos em Urumqi, capital da região de Xinjiang (noroeste da China), subiu para 192, informou a agência oficial estatal Xinhua (Nova China). O comunicado não detalha se as novas vítimas são da etnia minoritária uigur ou da majoritária han.

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No sábado passado (11), as autoridades chinesas divulgaram um balanço de 184 mortos, sendo 137 da etnia han, 46 da etnia uigur muçulmana e principal minoria regional, e um da também minoritária hui.

As autoridades chinesas não detalharam, contudo, quantas pessoas morreram em 5 de julho --quando começaram os choques entre forças de segurança e manifestantes uigures, assim como ataques de membros desta etnia contra chineses han-- ou em dias posteriores, nos quais houve linchamentos de han a uigures, como vingança pela violência.

A dissidência uigur no exílio afirma que há milhares de mortos nos confrontos e na repressão brutal da polícia a uma manifestação pacífica de uigures.

Entre as novas vítimas, estão dois uigures mortos a tiros pela polícia nesta segunda-feira (13). Segundo a Xinhua, três uigures entraram na mesquita de Urumqi e incitaram os 150 muçulmanos presentes à jihad (guerra santa). Quando foram expulsos do templo pelo imame (ministro da religião muçulmana), dois deles tentaram atacar os seguranças da mesquita com facas e policiais que estavam nas proximidades abriram fogo contra eles, ainda de acordo com a agência.

Nesta quarta-feira, mais lojas reabriram as portas em Urumqi, mas as forças oficiais seguem mobilizadas na cidade --em particular no bairro dos uigures, perto do grande mercado oriental.

O trânsito continua parcialmente bloqueado no bairro uigur para tentar impedir qualquer aglomeração.

Histórico

Os confrontos do último dia 5 começaram com a repressão das forças de segurança aos protestos de uigures. O grupo de uigures, minoria muçulmana na China, protestava contra o governo chinês por ter ocultado o linchamento de uigures em 26 de junho em uma fábrica de brinquedos da Província de Cantão (sul), incidente no qual morreram duas pessoas e que foi o estopim para a escalada de violência.

Após o domingo de violência, os chineses da maioria han, que vivem décadas de confrontos com os uigures, foram às ruas protestar contra o episódio de violência e os danos causados a lojas, carros e estabelecimentos comerciais em meio aos distúrbios.

As minorias há muito se queixam que membros da etnia han colhem a maioria dos benefícios dos investimentos e dos subsídios oficiais, enquanto fazem com que os moradores locais sintam-se como estrangeiros.

Os uigures, uma etnia de origem turca, predominantemente muçulmana, eram mais de 80% dos moradores de Xinjiang ( que hoje tem 20 milhões de habitantes), mas nas últimas décadas o governo chinês empreendeu uma política de imigrações de chineses han para a região.

Pequim não pode perder o controle da região de Xinjiang, um território de vasto deserto e com abundantes reservas de petróleo e gás natural.

Com France Presse

 

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