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14/08/2003
-
18h41
Sob uma temperatura de 30ºC, milhares de pessoas deixaram o trabalho e lotaram as ruas de Nova York na tarde de hoje, após um blecaute atingir o nordeste dos EUA e o sudeste do Canadá.
Os celulares pararam de funcionar e as pessoas saíram pelas ruas ouvindo notícias pelo rádio à pilha. Milhares ficaram presas nos metrôs e nos elevadores. O Corpo de Bombeiros não conseguia atender aos chamados devido ao congestionamento.
A interrupção no fornecimento de energia, ocorrida por volta das 15h30 locais (16h30 em Brasília), atingiu a área metropolitana de Nova York e as regiões de Cleveland, Detroit e Toledo, nos EUA, além das cidades canadenses de Toronto e Ottawa. Milhares de pessoas estariam presas em metrôs. Sinais de trânsito deixaram de funcionar levando caos ao trânsito em toda Nova York e em outras cidades atingidas.
O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, declarou que "não há evidência" de que seja um atentado terrorista e que o apagão teria causas naturais.
Bloomberg disse, em entrevista à rede de TV CNN, que a queda de energia teria sido causada por uma sobrecarga na usina de Niagara Mohawk, que teria levado ao seu desligamento automático.
"Foi possivelmente uma causa natural que interrompeu o sistema elétrico lá" explicou, referindo-se à estação elétrica da região do rio Niagara.
Niagara Mohawk fornece energia elétrica para cerca de 1,5 milhão de pessoas e gás para outras 540 mil em Nova York. A companhia fica localizada em Syracuse, Nova York. A matriz da empresa também fornece energia a New England.
Em coletiva de imprensa, Bloomberg pediu para que os moradores de Nova York mantenham luzes e aparelhos de ar-condicionado desligados para evitar novas quedas de energia quando a eletricidade voltar. "Eu espero que a cidade volte ao normal amanhã", disse.
"Não quero que ninguém pense que a energia vai voltar para todo mundo na próxima hora", afirmou. Segundo Bloomberg, "um dos grandes risco são as mortes por causa do calor e da falta de água".
As primeiras especulações também atribuíram o problema ao intenso calor do verão, que provocou a sobrecarga no sistema de abastecimento de eletricidade à região.
Bloomberg também declarou que o blecaute causado pela pane na rede de energia elétrica não deixou vítimas e não provocou violência. Segundo ele, o fornecimento de energia deve voltar aos poucos, a começar pela região nordeste do Canadá.
Investigação
O FBI está investigando o corte de energia, mas não dispunha de qualquer informação sobre o caso, de acordo com o porta-voz Bill Carter, em Washington.
A Comissão Reguladora Federal de Energia também afirmou que o grande blecaute que atingiu cidades na Costa Leste não foi causado por uma ação terrorista.
Uma autoridade do Escritório de Situações de Emergência de Nova York disse que ainda não é possível saber a extensão real do blecaute.
Tensão
Em Nova York, onde até o prédio da ONU foi afetado, muitas pessoas ficaram presas em elevadores e ativaram alarmes, levando à mobilização de uma grande quantidade de bombeiros.
Praticamente todas as lojas pararam, a Grande Estação Central foi esvaziada e o prédio das Nações Unidas fechado.
Em Toronto, no Canadá, testemunhas e a imprensa relataram que os elevadores pararam repentinamente, prendendo as pessoas. Até o serviço de telefonia celular foi suspenso.
''Foi uma pane total, mas não há pânico'', afirmou Amy Hui, que trabalha para uma seguradora que funciona no 19º andar de um prédio em Manhattan, Nova York.
''Todo o mundo espera, porque não há elevadores, nem o metrô e muita gente nem pode voltar para a casa'', acrescentou Hui.
Segundo outros depoimentos, os funcionário da segurança dos prédios ocupam-se em tranquilizar as pessoas.
Em 1977, um blecaute em Nova York deixou 9 milhões de pessoas sem eletricidade por cerca de 25 horas. Em 1996, 4 milhões de pessoas em nove Estados foram afetadas pela falta de energia.
Caos nos transportes
A polícia nova-iorquina informou que o corte de energia causou a paralisação de muitos meios de transporte.
"Neste momento, a interrupção de energia está afetando todas nossas operações. Nós não temos ônibus, trens e metrôs funcionando. Os aeroportos têm seus perímetros seguros e eu não posso informar neste momento se os vôos estão chegando e partindo", informou um porta-voz da polícia.
A FAA (Federal Aviation Administration), órgão responsável pela aviação na administração federal dos EUA, disse que os centros de controle e as torres dos aeroportos de Nova York e de outras cidades norte-americanas afetadas estão funcionando com geradores movidos a diesel.
Nas prisões estaduais, a energia é mantida com geradores, de acordo com o porta-voz do Departamento de Correção, James Flateau.
Em Cleveland (Ohio), os semáforos foram desligados, o que provoca congestionamentos na cidade. Em Toronto, Ontário (Canadá), os trabalhadores foram liberados.
Com agências internacionais
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da Folha OnlineSob uma temperatura de 30ºC, milhares de pessoas deixaram o trabalho e lotaram as ruas de Nova York na tarde de hoje, após um blecaute atingir o nordeste dos EUA e o sudeste do Canadá.
Os celulares pararam de funcionar e as pessoas saíram pelas ruas ouvindo notícias pelo rádio à pilha. Milhares ficaram presas nos metrôs e nos elevadores. O Corpo de Bombeiros não conseguia atender aos chamados devido ao congestionamento.
A interrupção no fornecimento de energia, ocorrida por volta das 15h30 locais (16h30 em Brasília), atingiu a área metropolitana de Nova York e as regiões de Cleveland, Detroit e Toledo, nos EUA, além das cidades canadenses de Toronto e Ottawa. Milhares de pessoas estariam presas em metrôs. Sinais de trânsito deixaram de funcionar levando caos ao trânsito em toda Nova York e em outras cidades atingidas.O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, declarou que "não há evidência" de que seja um atentado terrorista e que o apagão teria causas naturais.
Bloomberg disse, em entrevista à rede de TV CNN, que a queda de energia teria sido causada por uma sobrecarga na usina de Niagara Mohawk, que teria levado ao seu desligamento automático.
"Foi possivelmente uma causa natural que interrompeu o sistema elétrico lá" explicou, referindo-se à estação elétrica da região do rio Niagara.
Niagara Mohawk fornece energia elétrica para cerca de 1,5 milhão de pessoas e gás para outras 540 mil em Nova York. A companhia fica localizada em Syracuse, Nova York. A matriz da empresa também fornece energia a New England.
Em coletiva de imprensa, Bloomberg pediu para que os moradores de Nova York mantenham luzes e aparelhos de ar-condicionado desligados para evitar novas quedas de energia quando a eletricidade voltar. "Eu espero que a cidade volte ao normal amanhã", disse.
"Não quero que ninguém pense que a energia vai voltar para todo mundo na próxima hora", afirmou. Segundo Bloomberg, "um dos grandes risco são as mortes por causa do calor e da falta de água".
As primeiras especulações também atribuíram o problema ao intenso calor do verão, que provocou a sobrecarga no sistema de abastecimento de eletricidade à região.
Bloomberg também declarou que o blecaute causado pela pane na rede de energia elétrica não deixou vítimas e não provocou violência. Segundo ele, o fornecimento de energia deve voltar aos poucos, a começar pela região nordeste do Canadá.
Investigação
O FBI está investigando o corte de energia, mas não dispunha de qualquer informação sobre o caso, de acordo com o porta-voz Bill Carter, em Washington.
A Comissão Reguladora Federal de Energia também afirmou que o grande blecaute que atingiu cidades na Costa Leste não foi causado por uma ação terrorista.
Uma autoridade do Escritório de Situações de Emergência de Nova York disse que ainda não é possível saber a extensão real do blecaute.
Tensão
Em Nova York, onde até o prédio da ONU foi afetado, muitas pessoas ficaram presas em elevadores e ativaram alarmes, levando à mobilização de uma grande quantidade de bombeiros.
Praticamente todas as lojas pararam, a Grande Estação Central foi esvaziada e o prédio das Nações Unidas fechado.
Em Toronto, no Canadá, testemunhas e a imprensa relataram que os elevadores pararam repentinamente, prendendo as pessoas. Até o serviço de telefonia celular foi suspenso.
''Foi uma pane total, mas não há pânico'', afirmou Amy Hui, que trabalha para uma seguradora que funciona no 19º andar de um prédio em Manhattan, Nova York.
''Todo o mundo espera, porque não há elevadores, nem o metrô e muita gente nem pode voltar para a casa'', acrescentou Hui.
Segundo outros depoimentos, os funcionário da segurança dos prédios ocupam-se em tranquilizar as pessoas.
Em 1977, um blecaute em Nova York deixou 9 milhões de pessoas sem eletricidade por cerca de 25 horas. Em 1996, 4 milhões de pessoas em nove Estados foram afetadas pela falta de energia.
Caos nos transportes
A polícia nova-iorquina informou que o corte de energia causou a paralisação de muitos meios de transporte.
"Neste momento, a interrupção de energia está afetando todas nossas operações. Nós não temos ônibus, trens e metrôs funcionando. Os aeroportos têm seus perímetros seguros e eu não posso informar neste momento se os vôos estão chegando e partindo", informou um porta-voz da polícia.
A FAA (Federal Aviation Administration), órgão responsável pela aviação na administração federal dos EUA, disse que os centros de controle e as torres dos aeroportos de Nova York e de outras cidades norte-americanas afetadas estão funcionando com geradores movidos a diesel.
Nas prisões estaduais, a energia é mantida com geradores, de acordo com o porta-voz do Departamento de Correção, James Flateau.
Em Cleveland (Ohio), os semáforos foram desligados, o que provoca congestionamentos na cidade. Em Toronto, Ontário (Canadá), os trabalhadores foram liberados.
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