Apoiadores de Zelaya presos por ocupar prédio fazem greve de fome

Um grupo de 38 agricultores hondurenhos iniciou neste sábado uma greve de fome por tempo indeterminado para exigir a volta do presidente deposto Manuel Zelaya ao poder. Os agricultores foram presos em uma operação da polícia de Honduras na quarta-feira passada (30) para desocupar o prédio do Instituto Nacional Agrário (Ina), onde eles moravam há três meses, desde que Zelaya foi deposto em golpe de Estado, em 28 de junho.

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O dirigente camponês Rafael Alegría, membro de uma frente social contra o golpe de Estado que derrubou Zelaya, confirmou à agência de notícias France Presse o início da greve de fome na Penitenciária Nacional, ao norte de Tegucigalpa.

A polícia de Honduras prendeu nesta quarta-feira 55 apoiadores do presidente deposto, entre eles seis mulheres e duas crianças, que ocupavam o prédio para poder participar das manifestações pró-Zelaya na capital --já que as estradas foram fechadas.

A polícia afirmou que a operação foi pacífica e que os detidos foram levados para prestar depoimento. Contudo, 38 permaneceram detidos.

Segundo a agência Associated Press, cerca de 150 soldados e policiais atuaram na operação de retirada dos manifestantes pró-Zelaya, em sua maioria camponeses que usavam o prédio do Ina como residência temporária para participar dos protestos em favor da restituição. Eles estão no prédio há cerca de três meses, desde o golpe de 28 de junho que depôs Zelaya.

A medida foi justificada pelo governo interino como parte do estado de exceção decretado no domingo (27) e que restringe as liberdades civis no país.

O decreto limita por 45 dias as liberdades de locomoção, de reunião e de expressão do pensamento e autoriza as detenções sem ordem judicial prévia. Ele estabelece ainda a possibilidade de retirar pessoas que ocuparem instituições públicas por causa da crise política em Honduras.

"O decreto está sendo discutido em vários setores e apelos foram enviados", disse Orlin Cerrato, porta-voz da Polícia Nacional. "Mas ele permanece válido."

Cerrato afirmou que a ação tinha como objetivo recuperar o controle do prédio, que contém registros de posse de terra importantes.