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06/11/2009 - 14h46

Novo ministro de Defesa alemão defende ataque que matou civis afegãos

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da Efe, em Berlim (Alemanha)
da Folha Online

O novo ministro da Defesa da Alemanha, Karl-Theodor zu Guttenberg, defendeu nesta sexta-feira o ataque aéreo "militarmente conveniente" ordenado por um comandante alemão contra dois caminhões-tanque com combustível roubados pelos militantes do grupo islâmico Taleban. Segundo uma comissão de investigação ordenada pelo governo afegão, o ataque do dia 4 de setembro matou 30 civis e 69 militantes.

Guttenberg apresentou nesta sexta-feira na Bundestag (Câmara Baixa do Parlamento alemão) as conclusões do relatório redigido pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) sobre o ataque.

O conteúdo do documento foi mantido sob sigilo, mas o inspetor geral das Forças Armadas alemãs, Wolfgang Schneiderhan, assegurou esta semana que o relatório aprova a versão do coronel alemão Georg Klein.

Na época, Klein ordenou o ataque com medo que os caminhões fossem utilizados em atentados contra as tropas alemãs na Província de Kunduz, no norte do Afeganistão.

Ao pedido de Klein, duas bombas de 250 kg caíram sobre os veículos. A explosão atingiu dezenas de pessoas que, segundo Mohamadula Bataj, membro da comissão de investigação criada pelo presidente Hamid Karzai depois do bombardeio, se reuniram em torno dos caminhões a chamado dos talebans. Quando um dos caminhões ficou preso perto de um rio, os militantes pediram aos moradores que aproveitassem e pegassem a gasolina.

Segundo a imprensa da Alemanha, que cita militares do país, o relatório aponta erros de procedimento por parte do militar alemão.

De acordo com essas informações, Klein violou várias regras do Isaf. Uma delas estabelece que só o comandante das forças internacionais, o general Stanley McChrystal, pode ordenar um bombardeio. A outra estabelece que as tropas são consideradas em perigo somente se estiverem em contato direto com o inimigo ou temerem um ataque iminente.

A edição alemã do jornal "Financial Times", que cita fontes ligadas à Otan, divulgou reportagem na qual alega que Klein mentiu que manteve contato visual com os militantes para justificar o bombardeio aéreo. Segundo as fontes da Otan citadas pelo jornal, não havia nenhum soldado alemão ou da Isaf perto dos caminhões-tanque roubados.

Os talebans publicaram à época uma lista com 79 nomes de vítimas, entre as quais há 27 jovens com menos de 18 anos, e negaram que houvesse insurgentes entre os falecidos.

Na Alemanha, o caso passou nesta sexta-feira para a Promotoria federal, que deverá determinar se considera que há argumentos suficientes para abrir um processo.

Comentários dos leitores
ROBERTO WILLIAM BANGOIM (80) 01/02/2010 22h08
ROBERTO WILLIAM BANGOIM (80) 01/02/2010 22h08
Nao irá demorar , como alguns já disseram, o povo afegao irá perceber a ameaça....os interesses dos EUA E ALIADOS nao passa de interesses economicos num pais governado por corrupto e 'súdito dos BUSH. Obama demonstrou no seu nobel da paz a sua preferencia pela guerra. ORWEL estaria dando risadas pela contradicao que estamos assistindo no mundo. O premio da paz, faz e defende a guerra. E com certeza teremos insurgencias dos soldados afegaos para o combate contra o invansor. O episódio nao foi um incidente... foi um revide. Em breve teremos um reviravolta do povo afegao. Teremos muitas insurgencias das tropas para defender o pais do invasores... é só esperar para ver...está saindo do controle.... sem opinião
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Vitor Hugo Medeiros De Luca (2) 01/02/2010 10h17
Vitor Hugo Medeiros De Luca (2) 01/02/2010 10h17
Gostaria de aproveitar esta notícia para parabenizar o tão respeitado prêmio Nobel, por conceder um prêmio Nobel da Paz a uma pessoa que um mês depois de receber o prêmio envia mais 30.000 soldados ao Afeganistão e agora quer mais US$ 163 bilhoes (R$308 bilhoes) para fazer guerra.
O EUA tem vários interesses no Afeganistão, todos bem longe de pensar na dignidade do povo Afegão e é por isso que eles vão continuar tampando o sol com a peneira. Além disso, Obama não conseguiu liderar um acordo em Copenhaguem (e nem quis) sem falar da rodada Doha e do protecionismo - criticado por todos - feito à economia dos EUA na reforma pós crise econômica. Ainda prefiro Obama a John Maccain, mas ele está MUITO aquém das expectativas. Não tenho dúvidas de que Zilda Arns merecia este prêmio muito mais do que Obama, mas talvez a simplicidade dela não caiba no jogo de interesses deste prêmio.
26 opiniões
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Marcello Sokal (107) 01/02/2010 09h00
Marcello Sokal (107) 01/02/2010 09h00
E viva a alta tecnologia!.Será que os pretensos "donos do mundo" ,que se dizem tão evoluídos.não conseguem identificar quem é quem no campo de batalha?. O "fogo amigo" não é raro em áreas que os U.S.A atuam,bastar acompanhar os noticiários,estão longe de ser o que apresentam nos filmes, para iludir os tolos de cabeça fraca. Vão perder essa guerra,a do iraque e terão de botar o rabo entre as pernas e cuidar de seus próprios assuntos.Essa de "xerife do mundo" não é mais viável, essas guerras e intervenções a tempos vêm exaurindo o país - e seus contribuintes (manipulados pelo governo mentiroso) - a derrocada é inevitável.Até o próximo século as coisas serão bem diferentes,espero para melhor. Os U.S.A quiseram ser uma nova Roma,mas não conseguiram e nunca conseguirão seu intento. Falando em Roma,esse império governou por 1.000 anos e os U.S.A?. 55 opiniões
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