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18/12/2009 - 07h18

Tribunal acusa ex-chefe de Estado do Khmer Vermelho de genocídio

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da Folha Online

O ex-chefe de Estado do regime dos Khmer Vermelho no Camboja (1975-1979) Khieu Samphan foi acusado nesta sexta-feira de genocídio por um juiz do tribunal de Phnom Penh, anunciaram fontes oficiais.

Samphan, 78, se apresenta como um intelectual patriota afastado do "núcleo dirigente" secreto do Khmer Vermelho.

"Ele foi levado para Corte e informado de que as acusações contra ele foram ampliadas para genocídio contra os vietnamitas e [a minoria muçulmana] os chams", declarou uma fonte oficial.

Os chams estão entre os poucos cambojanos que resistiram ao regime ditatorial do Khmer Vermelho. Quase dois milhões de cambojanos morreram por causa da crise de fome, doenças e aos expurgos políticos ordenados pelo regime maoísta entre 1975 e 1979. Pol Pot, o outrora primeiro-ministro da República Democrática de Kampuchea, faleceu na selva cambojana em 1998.

Nesta quarta-feira, outros dois ex-dirigentes do regime foram formalmente indiciados por genocídio no tribunal amparado pela ONU (Organização das Nações Unidas). Os indiciados são o número dois e ideólogo do regime, Nuon Chea, e o ex-ministro das Relações Exteriores Ieng Sary, ambos colaboradores próximos de Pol Pot, principal líder da ditadura.

Os três enfrentam acusações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade, assim como homicídio e tortura. Eles aguardam o julgamento, que deve começar no próximo ano, na prisão do tribunal.

Este ano, o torturador chefe do regime cambojano, Kaing Guek Eav, enfrentou seu julgamento por crimes contra a humanidade e genocídio. Eav confessou a participação na morte de cerca de 12 mil pessoas, mas pediu perdão às famílias e alegou que fazia apenas por medo de contrariar o regime. A corte deve emitir sentença no início de 2010.

Eav foi o primeiro das cinco autoridades do regime Khmer Vermelho detidas atualmente a ser julgado e o único que colaborou com a justiça durante o processo.

Integrado por juízes cambojanos e estrangeiros, um tribunal internacional foi formado em 2006 para fazer justiça às vítimas e encerrar assim uma das páginas mais terríveis da história do Camboja.

Ainda devem passar pelo tribunal a mulher de Sary, Ieng Thirit, ex-titular de Assuntos Sociais.

Com France Presse e Associated Press

 

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