Grupo de opositores de Zelaya protesta contra possibilidade de anistia

Dezenas de opositores do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, expressaram nesta segunda-feira (11) sua rejeição a uma eventual anistia política para os envolvidos no golpe de Estado que será discutido pelo Legislativo nesta semana.

O grupo, com cerca de 100 pessoas, chegou à sede do poder legislativo cantando palavras de ordem contra a anistia e com cartazes e bandeiras.

"Anistia não", "Nem minha avó, nem minha tia querem anistia", "Castigo aos corruptos" e "Anistia nunca", eram frases lidas em alguns cartazes dos manifestantes, membros da UCD (União Cívica Democrática) que reúne empresários, políticos, religiosos e estudantes, entre outros grupos da sociedade civil.

A cerca de dez metros de distância, e separados somente por uma cerca metálica, um pequeno grupo da Frente Nacional de Resistência Popular que condena o golpe de Estado a Zelaya repudiou a presença dos membros da UCD.

Detratores e seguidores de Zelaya, que têm em comum a rejeição à anistia, trocaram gritos e provocações, algumas ofensivas, sob vigilância de dezenas de policiais.

Os seguidores de Zelaya interrompiam as intervenções dos detratores do presidente deposto cantando palavras de ordem como "Queremos a Mel (Manuel Zelaya)", "Assassinos", "Fora golpistas" e "Em cima, abaixo, golpistas para o inferno", entre outras.

Após uma hora de manifestações, os membros da UCD deixaram o local, entre gritos dos seguidores de Zelaya.

Nesta segunda-feira, a Suprema Corte Hondurenha aceitou a denúncia do Ministério Público (MP) contra a cúpula militar, pela expulsão de Zelaya do país no dia de sua deposição. A expatriação é proibida pela Constituição, e os chefes militares do país deverão depor perante o presidente da Suprema Corte. Zelaya já denunciara esse processo como uma manobra para livrar os militares de responsabilidades, na medida em que o MP e a Suprema Corte apoiaram sua deposição.