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26/01/2010 - 17h56

Al Qaeda e Taleban "não se amam", diz filho de Bin Laden

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WILLIAM MACLEAN
da Reuters, em Londres

A rede terrorista Al Qaeda e o grupo radical islâmico Taleban são apenas aliados de conveniência e "não se amam", diz um filho do terrorista saudita Osama bin Laden criado durante algum tempo entre combatentes da Al Qaeda no Afeganistão.

As relações entre os dois grupos são de grande interesse porque forças internacionais estão cogitando negociações com o Taleban afegão para promover um acordo político no Afeganistão e fomentar uma rixa entre o grupo e a Al Qaeda. Autoridades ocidentais acreditam que Bin Laden e seus seguidores, na maioria árabes, continuam radicados na região da fronteira afegã-paquistanesa, sob proteção dos líderes afegãos do Taleban.

Capturar ou matar Bin Laden continua sendo uma meta importante para as potências ocidentais, e analistas dizem que o Ocidente quer convencer o Taleban de que a Al Qaeda é um ônus dispensável.

"Embora as organizações da Al Qaeda e do Taleban se juntem quando necessário, elas não se amam", disse Omar bin Laden, 28, em entrevista por e-mail à Reuters. "Se não houvesse mais inimigos sobre a Terra, acredito que lutariam entre si."

Omar rompeu com o pai no começo de 2001, quando deixou o Afeganistão pela última vez, depois de passar cinco anos no país. Estima-se que Bin Laden tenha 20 filhos com diferentes mulheres --Omar é o quarto mais velho.

"Os jornalistas ainda escrevem que meu pai e o mulá Omar são muito próximos e aconselham-se mutuamente. Não acredito nisto. Eu estava ao lado do meu pai quando ele se encontrou com o mulá Omar. Embora os dois formem alianças quando necessário, cada um está mais feliz com sua própria organização e com os homens nessa organização. Não acredite no que você lê sobre a Al Qaeda e o Taleban serem camaradas próximos."

Sigilo

A entrevista foi organizada por intermediários, e Omar bin Laden não divulgou onde está vivendo, alegando razões de segurança. A imprensa tem dito que ele anda recentemente entre o Catar e a Arábia Saudita, onde nasceu.

Em "Growing up bin Laden" ("Crescendo como Bin Laden", em inglês), livro que escreveu junto com a mãe, Najwa, primeira esposa do militante, Omar bin Laden conta que presenciou em 1998 um encontro em que o mulá Omar teria exigido que o chefe da Al Qaeda deixasse o Afeganistão, depois dos atentados contra embaixadas dos EUA no leste da África, o que havia desencadeado bombardeios dos EUA no Afeganistão.

De acordo com esse relato, Bin Laden teria conseguido permanecer no país ao dizer ao mulá Omar que ele estava "cedendo à pressão infiel". Mas o líder do Taleban teria ido embora sem comer a refeição oferecida e sem se despedir, um insulto que seu pai não teria aceitado.

Omar escreveu que seu pai "não podia entrar numa batalha com o Taleban - ele sabia que perderia". Na entrevista, Omar bin Laden disse que seu pai tem uma personalidade forte e é capaz de superar as dificuldades da vida em cavernas remotas. "Tenho certeza de que meu pai está cuidando da sua vida, porque ele sente que está em uma missão pelo Islã (...) Tenho certeza de que ele está cercado por muitos homens que morreriam por ele."

Comentários dos leitores
ROBERTO WILLIAM BANGOIM (80) 01/02/2010 22h08
ROBERTO WILLIAM BANGOIM (80) 01/02/2010 22h08
Nao irá demorar , como alguns já disseram, o povo afegao irá perceber a ameaça....os interesses dos EUA E ALIADOS nao passa de interesses economicos num pais governado por corrupto e 'súdito dos BUSH. Obama demonstrou no seu nobel da paz a sua preferencia pela guerra. ORWEL estaria dando risadas pela contradicao que estamos assistindo no mundo. O premio da paz, faz e defende a guerra. E com certeza teremos insurgencias dos soldados afegaos para o combate contra o invansor. O episódio nao foi um incidente... foi um revide. Em breve teremos um reviravolta do povo afegao. Teremos muitas insurgencias das tropas para defender o pais do invasores... é só esperar para ver...está saindo do controle.... sem opinião
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Vitor Hugo Medeiros De Luca (2) 01/02/2010 10h17
Vitor Hugo Medeiros De Luca (2) 01/02/2010 10h17
Gostaria de aproveitar esta notícia para parabenizar o tão respeitado prêmio Nobel, por conceder um prêmio Nobel da Paz a uma pessoa que um mês depois de receber o prêmio envia mais 30.000 soldados ao Afeganistão e agora quer mais US$ 163 bilhoes (R$308 bilhoes) para fazer guerra.
O EUA tem vários interesses no Afeganistão, todos bem longe de pensar na dignidade do povo Afegão e é por isso que eles vão continuar tampando o sol com a peneira. Além disso, Obama não conseguiu liderar um acordo em Copenhaguem (e nem quis) sem falar da rodada Doha e do protecionismo - criticado por todos - feito à economia dos EUA na reforma pós crise econômica. Ainda prefiro Obama a John Maccain, mas ele está MUITO aquém das expectativas. Não tenho dúvidas de que Zilda Arns merecia este prêmio muito mais do que Obama, mas talvez a simplicidade dela não caiba no jogo de interesses deste prêmio.
26 opiniões
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Marcello Sokal (107) 01/02/2010 09h00
Marcello Sokal (107) 01/02/2010 09h00
E viva a alta tecnologia!.Será que os pretensos "donos do mundo" ,que se dizem tão evoluídos.não conseguem identificar quem é quem no campo de batalha?. O "fogo amigo" não é raro em áreas que os U.S.A atuam,bastar acompanhar os noticiários,estão longe de ser o que apresentam nos filmes, para iludir os tolos de cabeça fraca. Vão perder essa guerra,a do iraque e terão de botar o rabo entre as pernas e cuidar de seus próprios assuntos.Essa de "xerife do mundo" não é mais viável, essas guerras e intervenções a tempos vêm exaurindo o país - e seus contribuintes (manipulados pelo governo mentiroso) - a derrocada é inevitável.Até o próximo século as coisas serão bem diferentes,espero para melhor. Os U.S.A quiseram ser uma nova Roma,mas não conseguiram e nunca conseguirão seu intento. Falando em Roma,esse império governou por 1.000 anos e os U.S.A?. 55 opiniões
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