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OMS suspende envio de medicamentos gratuitos para o Haiti
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da Folha Online
A OMS (Organização Mundial de Saúde) suspendeu hoje o repasse de remédios gratuitos a clínicas particulares e ONGs do Haiti que, conforme denúncias, têm cobrado dos pacientes. "Só os hospitais públicos vão continuar recebendo os medicamentos gratuitamente", disse a porta-voz da OMS, Marie-Agnès Heine, à agência de notícias France Presse. "Acho que nós temos de evitar os maus manejos dos materiais."
Essas denúncias surgem quase um mês depois do terremoto de magnitude 7 que deixou a capital haitiana, Porto Príncipe, virtualmente devastada e matou cerca de 212 mil pessoas, além de deixar cerca de 300 mil feridas e 1 milhão desabrigadas.
Mais cedo, a agência de notícias Associated Press havia informado que funcionários da ONU (Organização das Nações Unidas) tinham recebido denúncias de que pelo menos 12 hospitais das redes pública e particular haitianas tinham começado a cobrar para atender, em diversas partes do país, incluindo a capital.
Desde o tremor, todo atendimento médico no Haiti era gratuito. Segundo Christophe Rerat, da Opas, o braço para a Américas da OMS, cerca de US$ 1 milhão em remédios foram enviados pela ONU para os hospitais haitianos apenas nas últimas três semanas. Em relação às equipes médicas, ainda segundo Rerat, além das enviadas por cerca de 200 grupos internacionais, as locais têm sido pagas com dinheiro doado.
O Haiti possui cerca de 90 hospitais em funcionamento, incluindo públicos e particulares, além de hospitais de campanha erguidos após o terremoto.
O médico Jean Hugues Henry, integrante da comissão do governo haitiano formada para lidar com a crise no setor médico, afirmou não ter notícias de cobranças por remédios ou serviços.
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