Tribunal paquistanês acusa cinco jovens americanos de terrorismo

Um tribunal paquistanês acusou oficialmente, nesta quarta-feira, cinco jovens americanos de planejarem ataques terroristas no país e conspirar contra países aliados ao Paquistão, segundo o advogado de defesa, Hasan Dastagir.

O caso ainda chamou a atenção sobre o perigo do uso da internet por militantes. Os cinco americanos foram acusados de usar a rede social Facebook e o site de publicação de vídeos YouTube enquanto estavam nos EUA para tentar se conectar com grupos extremistas no Paquistão.

Os estudantes, todos com idade em torno de 20 anos e do Estado da Virgínia, foram presos em dezembro, em Sardogha, cidade na Província de Punjab, 190 km a sudeste de Islamabad. Eles foram acusados de contatar militantes pela internet e planejar ataques. Entre as cinco acusações, a mais grave é a de levantar recursos para atos terroristas, que tem pena de prisão perpétua.

A polícia paquistanesa fez várias acusações públicas contra os jovens, alegando que eles planejavam ir para o Afeganistão se juntar ao grupo islâmico Taleban. Segundo a polícia, mensagens eletrônicas mostram que eles também contataram militantes paquistaneses que planejavam usá-los em ataques no Paquistão.

Os jovens foram identificados como Ramy Zamzam, de origem egípcia, Waqar Khan e Umar Farooq, de ascendência paquistanesa, e Aman Hassan Yemer e Ahmed Minni, de origem etíope.

Eles foram dados como desaparecidos pelas famílias em novembro, após um deles ter deixado um vídeo de despedida mostrando cenas de guerra e mortes e dizendo que os muçulmanos deviam ser defendidos.

O advogado afirmou que eles estavam a caminho do Afeganistão e não tinham nenhum plano de realizar ataques no Paquistão.

O tribunal também acusou os jovens de planejar ataques em território afegão e americano, disse o advogado. A acusação não especificou o que queria dizer com território americano, mas poderia ser uma referência a bases americanas ou postos diplomáticos dos EUA no Afeganistão.

Em audiências passadas, os jovens disseram er sido torturados pela polícia paquistanesa e agentes do FBI. Paquistão e EUA negaram as alegações.

Os EUA têm pressionados o Paquistão para combater militantes terroristas em seu território, muitos dos quais estão supostamente envolvidos em ataques contra forças americanas e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na fronteira com o Afeganistão. Ao mesmo tempo, vários casos trouxeram à luz a ocorrência de estrangeiros querendo se juntar a insurgentes dos dois lados da fronteira.

Segundo o advogado de defesa, a próxima audiência foi marcada para 31 de março, quando a acusação deve apresentar provas e testemunhas. Os acusados se declararam inocentes e disseram ao tribunal que só queriam oferecer aos companheiros muçulmanos no Afeganistão ajuda médica e financeira.

Com Reuters e Associated Press