Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
27/04/2010 - 09h48

Governo interino do Quirguistão acusa presidente deposto por massacre

Publicidade

da Reportagem Local

O governo interino do Quirguistão cumpriu nesta terça-feira suas ameaças e apresentou acusação formal contra o presidente deposto Kurmanbek Bakiyev pelo massacre de ao menos 85 pessoas nos violentos protestos e confrontos entre manifestantes e forças de segurança.

O governo afirmou ainda que já preparou o pedido de extradição de Bakiyev, que está exilado em Belarus, desde a semana passada.

Arte Folha Online

Bakiyev foi deposto após manifestações da oposição na capital quirguiz, Bishkek, em 7 de abril, marcadas por violentos confrontos que deixaram ao menos 85 mortos. Rosa Otunbayeva, ex-ministra de Relações Exteriores, assumiu como chefe do governo provisório autoproclamado e prometeu eleições em outubro deste ano.

Acossado e sem o apoio da Rússia, Bakiyev se rendeu e assinou carta formal de renúncia no último dia 16.

"O ex-presidente do Quirguistão foi acusado por assassinato em massa", disse Azimbek Beknazarov, vice-premiê interino, responsável pela segurança. O pedido de extradição, segundo ele, deve ser emitido em dias.

Bakiyev também pode ser acusado de abuso de poder, afirmou Beknazarov.

As tropas leais a Bakiyev abriram fogo contra os manifestantes da oposição na noite de 7 de abril. Alguns deles estavam armados e retribuíram os tiros. Ao menos 85 pessoas morreram. O ex-presidente nega que tenha ordenado às tropas que abrissem fogo contra os manifestantes.

Nesta segunda-feira, a Rússia deteve e extraditou o ex-ministro do Interior quirguiz Moldomusa Kongantiev, também acusado de participar da repressão aos manifestantes. Detido em Moscou, o político foi extraditado para Bishkek, capital quirguiz, e já se encontra num centro penitenciário do Serviço de Segurança Nacional.

Revoluções

O presidente chegou ao poder graças à Revolução das Tulipas, que há cinco anos derrubou o primeiro presidente do Quirguistão pós-soviético, Askar Akayev, acusado de corrupção, nepotismo e reprimir a oposição.

Cinco anos depois, Bakiyev está enfrentando acusações semelhantes de uma oposição que diz que ele tem sacrificado as normas democráticas para manter a paz e consolidar o poder nas mãos de seus irmãos e filho.

Bakiyev, do sul do país, irritou os clãs de Bishkek, Talas e outras regiões ao apontar seus próprios aliados para cargos importantes.

Alguns observadores sugeriram que a Rússia teve um papel direto na queda de Bakiyev, como retaliação pela promessa não cumprida do presidente quirguiz de acabar com a base aérea americana no país --a Rússia também tem uma base aérea no país.

Tanto os EUA quanto a Rússia estavam envolvidos no acordo pelo qual Bakiyev pôde fugir do país, mas nenhum declarou apoio ao líder deposto.

Com Reuters

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página