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02/08/2004 - 07h45

Dono do supermercado incendiado deve ser acusado de homicídio

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da France Presse, em Assunção

Juan Pío Paiva, dono do supermercado nos arredores da cidade de Assunção (capital) onde houve um incêndio no domingo, será acusado de homicídio por ter mandado fechar as portas do local durante a tragédia, anunciou Edgar Sánchez, responsável pela investigação do caso.

O presidente paraguaio, Nicanor Duarte Frutos, decretou luto oficial de três dias no país.

O porta-voz do Corpo de Bombeiros Voluntários, Roque González, confirmou que suas equipes encontraram as portas do local fechadas. Também contou que um segurança do supermercado Ycuá Bolaños atirou contra um bombeiro quando ele tentou abrir a porta principal, sem atingi-lo.

Segundo Santiago Velazco, chefe de Relações Públicas da Polícia Nacional, 20 testemunhas afirmaram que os responsáveis pelo supermercado fecharam com cadeado as portas de entrada e saída, para que ninguém deixasse o local sem pagar.

A explosão de um tanque de gás na praça de alimentação do supermercado é apontada pelas autoridades como mais provável causa do incêndio, informou González.

O número parcial de mortos subiu para 283, segundo Velazco. "Os corpos continuam sendo retirados, lentamente, por precaução", disse.

Edgar Sánchez informou que 75 corpos já foram identificados e levados para um ginásio do Comando do Exército, a 20 quarteirões do local da tragédia.

Na hora da tragédia, entre 500 e 700 pessoas estavam no supermercado, localizado no populoso bairro de Trinidad e que mais parecia um hipermercado ou shopping center. Muitas delas, incluindo crianças e idosos, morreram carbonizadas ou asfixiadas.

Rosa Resquín, uma sobrevivente, contou que os responsáveis pelo local ordenaram que as portas fossem fechadas, para que ninguém saísse. "Fechem, fechem! Ninguém sai daqui sem pagar!", disse ter escutado. Segundo ela, a ordem foi dada pouco depois de uma grande explosão, que foi seguida de outras duas.

O cenário tornou-se dramático, com pessoas correndo, aterrorizadas. O teto pegou fogo, desabou, e o incêndio se espalhou por quase todo o supermercado.

Médicos e enfermeiros da Argentina viajaram hoje por terra até Assunção, a partir da Província limítrofe de Formosa (Norte), para colaborar no resgate e na assistência às vítimas.

"Este é um momento de muita dor. Viemos até aqui para dar um pouco de conforto às pessoas, tanto os familiares quanto os policiais e bombeiros que estão trabalhando para reduzir a magnitude desta desgraça", disse Duarte.

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