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03/11/2004
-
17h05
da Folha Online
O candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, John Kerry, 60, admitiu durante discurso, nesta quarta-feira, a reeleição do presidente dos EUA, George W. Bush, 58.
"Nós não podemos ganhar essa eleição", disse Kerry, nitidamente emocionado.
Pouco antes, a chefia de campanha de Kerry disse que o democrata havia ligado para comunicar por telefone, direto a Bush, o reconhecimento da vitória do republicano.
"Nós [Kerry e Bush] conversamos sobre o perigo da divisão em nosso país e sobre a necessidade, a necessidade desesperada, de unidade", disse ele, que acrescentou: "Hoje eu espero que nós possamos começar a cura".
Segundo assessores da Casa Branca, em resposta ao telefonema, Bush disse que Kerry era um "oponente admirável".
Edwards
O vice de Kerry, John Edwards, que abriu o discurso, agradeceu aos eleitores. "Sua causa [a da população dos EUA] é a nossa causa. Nós sempre ficaremos ao lado de vocês, disse Edwards. "John Kerry é um grande americano... tenho orgulho de trabalhar com este homem", acrescentou.
Edwards disse que os democratas trabalharão pela América para sempre, que estarão firmes até essa luta acabar."
A atitude de Kerry, frente a uma participação recorde do eleitorado americano [calcula-se que entre 58% e 60% dos cerca de 150 milhões de eleitores votaram neste ano] põe fim ao que poderia ser uma nova briga judicial pela Presidência.
Está previsto que Bush faça um pronunciamento às 18h [horário de Brasília].
No momento em que Kerry concedeu a vitória a Bush, o republicano contava com 254 votos no Colégio Eleitoral --um candidato necessita de 270 para eleger-se--, contra 252 do democrata. Com os 20 votos do Estado de Ohio, após Kerry admitir sua derrota, Bush chega a 274 votos.
Contagem incompleta
A reeleição de Bush chega sem que três Estados tivesse determinado oficialmente seus resultados: Iowa [que tem sete votos no Colégio Eleitoral e parou contagem por problemas técnicos], Novo México [que tem cinco votos no Colégio Eleitoral e anunciará seu resultado amanhã] e Ohio [que conta com 20 votos no Colégio Eleitoral e era a chave de decisão da eleição, devido a 250 mil cédulas "provisórias"].
Pouco antes do telefonema de Kerry, a Casa Branca anunciara a confiança "total" na vitória do republicano, por meio de seu chefe de gabinete da Casa Branca, Andrew Card.
"Estamos convencidos de que o presidente Bush foi reeleito, além de garantir a maioria republicana na Câmara dos Representantes e no Senado", disse Card.
Assessores de campanha de Kerry, no entanto, disseram que não concederiam a vitória no Estado de Ohio até que todos os votos fossem contados.
"Foi uma longa noite, mas esperamos quatro anos por essa vitória, podemos esperar mais uma noite", disse o candidato democrata à vice-Presidência, John Edwards. "Vamos lutar por cada voto."
O secretário de Estado de Ohio, Ken Blackwell, disse que a contagem das cédulas provisórias poderia levar ainda 11 dias. Em 2000, Bush venceu em Ohio, com 49,97% dos votos.
Cédulas "provisórias"
O Estado de Ohio [que representa 20 votos no Colégio Eleitoral] tornou-se o grande fator de disputa entre Bush e Kerry na corrida à Casa Branca.
O impasse se deu por causa de 250 mil cédulas provisórias --emitidas aos eleitores que tiveram a validade de seus registros contestada-- que se transformaram na chave definitiva para encerrar a eleição e dar nome ao novo presidente dos EUA.
A disputa acirrada em Ohio remete ao ocorrido no Estado da Flórida em 2000, mas desta vez a vantagem de Bush é maior --ele tem cerca de 140 mil votos a mais que Kerry.
Para vencer, um candidato precisa ter 270 votos no Colégio Eleitoral. Com exceção da Pensilvânia e da Flórida, a maioria dos resultados dos demais Estados [incluindo o Distrito de Colúmbia] já era esperada, de acordo com pesquisas de intenção de voto realizadas anteriormente.
Com cerca de 99% dos votos apurados no Estado de Ohio, os republicanos contam com 2.794.346 de votos, o equivalente a 51% do total. Já os democratas têm 2.658.125 ou 49% dos votos, segundo o "USA Today".
Problemas
Muitos eleitores de Ohio tiveram dificuldades para votar, enfrentando longas filas, chuva e a pressão de fiscais eleitorais.
O Estado utilizou máquinas perfuradoras de papel e em muitas cédulas de votação foram detectadas setas que apontavam para casas vazias, o que teria confundido eleitores.
Hoje uma Corte de Apelações em Cincinnati suspendeu o decreto que proibia o trabalho de fiscais democratas e republicanos. A Suprema Corte dos EUA negou-se a interferir no assunto, e ainda é incerto o efeito do corpo-a-corpo dos fiscais sobre eleitores considerados suspeitos ou cujos nomes não estão nas listas.
Durante a noite, democratas acusaram republicanos de tentar desencorajar e intimidar minorias de eleitores no Estado.
Flórida
Mais cedo, pesquisas de boca-de-urna das redes de TV CNN, CBS e Fox News apontaram a vitória de Bush no cobiçado Estado da Flórida.
O Estado vem em quarto no número de votos no Colégio Eleitoral, ficando atrás apenas da Califórnia (55), Texas (34) e de Nova York (31).
Em 2000, a Flórida decidiu a eleição a favor de Bush, após uma batalha legal sobre a recontagem dos votos. A Corte Suprema terminou suspendendo as recontagens e Bush derrotou o então vice-presidente Al Gore por 537 votos.
Com agências internacionais
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Kerry admite derrota publicamente; Bush é reeleito
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O candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, John Kerry, 60, admitiu durante discurso, nesta quarta-feira, a reeleição do presidente dos EUA, George W. Bush, 58.
"Nós não podemos ganhar essa eleição", disse Kerry, nitidamente emocionado.
Pouco antes, a chefia de campanha de Kerry disse que o democrata havia ligado para comunicar por telefone, direto a Bush, o reconhecimento da vitória do republicano.
"Nós [Kerry e Bush] conversamos sobre o perigo da divisão em nosso país e sobre a necessidade, a necessidade desesperada, de unidade", disse ele, que acrescentou: "Hoje eu espero que nós possamos começar a cura".
Segundo assessores da Casa Branca, em resposta ao telefonema, Bush disse que Kerry era um "oponente admirável".
Edwards
O vice de Kerry, John Edwards, que abriu o discurso, agradeceu aos eleitores. "Sua causa [a da população dos EUA] é a nossa causa. Nós sempre ficaremos ao lado de vocês, disse Edwards. "John Kerry é um grande americano... tenho orgulho de trabalhar com este homem", acrescentou.
Edwards disse que os democratas trabalharão pela América para sempre, que estarão firmes até essa luta acabar."
A atitude de Kerry, frente a uma participação recorde do eleitorado americano [calcula-se que entre 58% e 60% dos cerca de 150 milhões de eleitores votaram neste ano] põe fim ao que poderia ser uma nova briga judicial pela Presidência.
Está previsto que Bush faça um pronunciamento às 18h [horário de Brasília].
No momento em que Kerry concedeu a vitória a Bush, o republicano contava com 254 votos no Colégio Eleitoral --um candidato necessita de 270 para eleger-se--, contra 252 do democrata. Com os 20 votos do Estado de Ohio, após Kerry admitir sua derrota, Bush chega a 274 votos.
Contagem incompleta
A reeleição de Bush chega sem que três Estados tivesse determinado oficialmente seus resultados: Iowa [que tem sete votos no Colégio Eleitoral e parou contagem por problemas técnicos], Novo México [que tem cinco votos no Colégio Eleitoral e anunciará seu resultado amanhã] e Ohio [que conta com 20 votos no Colégio Eleitoral e era a chave de decisão da eleição, devido a 250 mil cédulas "provisórias"].
Pouco antes do telefonema de Kerry, a Casa Branca anunciara a confiança "total" na vitória do republicano, por meio de seu chefe de gabinete da Casa Branca, Andrew Card.
"Estamos convencidos de que o presidente Bush foi reeleito, além de garantir a maioria republicana na Câmara dos Representantes e no Senado", disse Card.
Assessores de campanha de Kerry, no entanto, disseram que não concederiam a vitória no Estado de Ohio até que todos os votos fossem contados.
"Foi uma longa noite, mas esperamos quatro anos por essa vitória, podemos esperar mais uma noite", disse o candidato democrata à vice-Presidência, John Edwards. "Vamos lutar por cada voto."
O secretário de Estado de Ohio, Ken Blackwell, disse que a contagem das cédulas provisórias poderia levar ainda 11 dias. Em 2000, Bush venceu em Ohio, com 49,97% dos votos.
Cédulas "provisórias"
O Estado de Ohio [que representa 20 votos no Colégio Eleitoral] tornou-se o grande fator de disputa entre Bush e Kerry na corrida à Casa Branca.
O impasse se deu por causa de 250 mil cédulas provisórias --emitidas aos eleitores que tiveram a validade de seus registros contestada-- que se transformaram na chave definitiva para encerrar a eleição e dar nome ao novo presidente dos EUA.
A disputa acirrada em Ohio remete ao ocorrido no Estado da Flórida em 2000, mas desta vez a vantagem de Bush é maior --ele tem cerca de 140 mil votos a mais que Kerry.
Para vencer, um candidato precisa ter 270 votos no Colégio Eleitoral. Com exceção da Pensilvânia e da Flórida, a maioria dos resultados dos demais Estados [incluindo o Distrito de Colúmbia] já era esperada, de acordo com pesquisas de intenção de voto realizadas anteriormente.
Com cerca de 99% dos votos apurados no Estado de Ohio, os republicanos contam com 2.794.346 de votos, o equivalente a 51% do total. Já os democratas têm 2.658.125 ou 49% dos votos, segundo o "USA Today".
Problemas
Muitos eleitores de Ohio tiveram dificuldades para votar, enfrentando longas filas, chuva e a pressão de fiscais eleitorais.
O Estado utilizou máquinas perfuradoras de papel e em muitas cédulas de votação foram detectadas setas que apontavam para casas vazias, o que teria confundido eleitores.
Hoje uma Corte de Apelações em Cincinnati suspendeu o decreto que proibia o trabalho de fiscais democratas e republicanos. A Suprema Corte dos EUA negou-se a interferir no assunto, e ainda é incerto o efeito do corpo-a-corpo dos fiscais sobre eleitores considerados suspeitos ou cujos nomes não estão nas listas.
Durante a noite, democratas acusaram republicanos de tentar desencorajar e intimidar minorias de eleitores no Estado.
Flórida
Mais cedo, pesquisas de boca-de-urna das redes de TV CNN, CBS e Fox News apontaram a vitória de Bush no cobiçado Estado da Flórida.
O Estado vem em quarto no número de votos no Colégio Eleitoral, ficando atrás apenas da Califórnia (55), Texas (34) e de Nova York (31).
Em 2000, a Flórida decidiu a eleição a favor de Bush, após uma batalha legal sobre a recontagem dos votos. A Corte Suprema terminou suspendendo as recontagens e Bush derrotou o então vice-presidente Al Gore por 537 votos.
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