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23/11/2004
-
11h27
da France Presse, em Genebra
A América Latina tem mais de 1,7 milhão de pessoas portadoras do vírus da Aids, com um número cada vez maior de mulheres contaminadas. Os dados são do relatório anual do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV (ONUAids) e da OMS (Organização Mundial da Saúde), divulgado nesta terça-feira, em Genebra, na Suíça.
"Na região há atualmente cerca de 610 mil mulheres vivendo com o vírus da Aids", acrescenta o documento.
Em 2004, cerca de 95 mil pessoas morreram de Aids na região e outras 240 mil foram infectadas.
Na América Latina, o Brasil é o país que proporcionalmente tem mais pessoas contaminadas com o vírus da doença, com um terço do total da região.
"No início, a Aids afetou principalmente homens que tinham relações sexuais com outros homens e depois os consumidores de drogas injetáveis. Mas agora a epidemia se tornou mais diversificada", observou.
Para especialistas, o Brasil continua sendo mesmo assim uma referência entre os países em desenvolvimento. Através de seu sistema nacional de saúde, continua oferecendo acesso a medicamentos anti-retrovirais para todas as pessoas portadoras do HIV. "Por isso, a expectativa de vida dos pacientes com Aids tem aumentado espetacularmente", dizem.
No entanto, as formas de transmissão da doença estão mudando.
"Enquanto nos anos 80 e grande parte da década de 90 a transmissão era principalmente por consumo de drogas injetáveis, hoje acredita-se que a transmissão por ato sexual do vírus --em especial entre consumidores de drogas injetáveis e seus parceiros-- representa 80% de todos os casos notificados de Aids", destaca o relatório.
Na América Central, "o número de infecções pelo HIV tem aumentado em diversos países (incluindo El Salvador, Nicarágua e Panamá) desde o final dos anos 1990, embora a máxima incidência ainda corresponda à Guatemala e Honduras", indica o documento, ressaltando que "o país mais afetado da região é Honduras".
Em vários países, destaca, ainda persiste uma incompatibilidade entre as prioridades de gasto com prevenção e a evolução das epidemias nacionais.
"A maioria dos países dirige o grosso de seu gasto com prevenção a programas para os profissionais do sexo. O gasto com a prevenção ainda não reflete o fato de que as relações sexuais entre homens constituem uma força propulsora da epidemia em toda a região", acrescenta.
As relações sexuais entre homens são fator importante nas epidemias de toda a região, sobretudo na Costa Rica.
A expectativa de sobrevivência tem aumentado. "Os casos de Aids e a mortalidade têm diminuído em vários países, incluindo a Argentina, a Costa Rica e o Panamá, após a ampliação do acesso ao tratamento anti-retroviral", conclui o relatório.
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A América Latina tem mais de 1,7 milhão de pessoas portadoras do vírus da Aids, com um número cada vez maior de mulheres contaminadas. Os dados são do relatório anual do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV (ONUAids) e da OMS (Organização Mundial da Saúde), divulgado nesta terça-feira, em Genebra, na Suíça.
"Na região há atualmente cerca de 610 mil mulheres vivendo com o vírus da Aids", acrescenta o documento.
Em 2004, cerca de 95 mil pessoas morreram de Aids na região e outras 240 mil foram infectadas.
Na América Latina, o Brasil é o país que proporcionalmente tem mais pessoas contaminadas com o vírus da doença, com um terço do total da região.
"No início, a Aids afetou principalmente homens que tinham relações sexuais com outros homens e depois os consumidores de drogas injetáveis. Mas agora a epidemia se tornou mais diversificada", observou.
Para especialistas, o Brasil continua sendo mesmo assim uma referência entre os países em desenvolvimento. Através de seu sistema nacional de saúde, continua oferecendo acesso a medicamentos anti-retrovirais para todas as pessoas portadoras do HIV. "Por isso, a expectativa de vida dos pacientes com Aids tem aumentado espetacularmente", dizem.
No entanto, as formas de transmissão da doença estão mudando.
"Enquanto nos anos 80 e grande parte da década de 90 a transmissão era principalmente por consumo de drogas injetáveis, hoje acredita-se que a transmissão por ato sexual do vírus --em especial entre consumidores de drogas injetáveis e seus parceiros-- representa 80% de todos os casos notificados de Aids", destaca o relatório.
Na América Central, "o número de infecções pelo HIV tem aumentado em diversos países (incluindo El Salvador, Nicarágua e Panamá) desde o final dos anos 1990, embora a máxima incidência ainda corresponda à Guatemala e Honduras", indica o documento, ressaltando que "o país mais afetado da região é Honduras".
Em vários países, destaca, ainda persiste uma incompatibilidade entre as prioridades de gasto com prevenção e a evolução das epidemias nacionais.
"A maioria dos países dirige o grosso de seu gasto com prevenção a programas para os profissionais do sexo. O gasto com a prevenção ainda não reflete o fato de que as relações sexuais entre homens constituem uma força propulsora da epidemia em toda a região", acrescenta.
As relações sexuais entre homens são fator importante nas epidemias de toda a região, sobretudo na Costa Rica.
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