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01/02/2005
-
09h31
da Folha Online
O rei do Nepal, Gyanendra, dissolveu nesta terça-feira o governo, assumiu todos os poderes do país --pela segunda vez em três anos--, e declarou estado de emergência. Após o anúncio, o Exército do país tomou as ruas de Katmandu (capital) e impôs prisão domiciliar ao primeiro-ministro Sher Bhadur Deuba e a outros líderes políticos.
O estado de emergência dá ao governo o direito de impor toques de recolher, estabelecer postos de controle, dar busca e deter cidadãos, que precisam ser apresentados a um juiz em até 24 horas.
A decisão foi tomada após vencer o prazo --em 13 de janeiro--, imposto por Deuda, para que o governo e grupos rebeldes da região retomassem suas discussões de paz. Devido a esse "fracasso" de contato entre as duas partes, o rei disse que o governo falhou em preparar uma situação que levasse à realização de eleições antes de abril e proteger a democracia e a soberania do povo.
Cerco
Fontes de partidos políticos do Nepal, que pediram anonimato, disseram que após o rei Gyanendra declarar estado de emergência, carros blindados tomaram as ruas de Katmandu e cercaram a casa do primeiro-ministro.
O secretário-geral do Partido Comunista do Nepal Marxista-Leninista Unificado (NCP-UML), o principal grupo de coalizão do governo, Madhav Kumar Nepal, também está preso em sua casa, que está cercada por carros militares, segundo informações de fontes políticas.
As linhas telefônicas [fixo e celular] de Katmandu foram cortadas.
Durante seu discurso, o rei Gyanendra acusou o governo de ter fracassado em sua função de controlar a guerrilha e preparar novas eleições. Ele também acusou os partidos políticos de se deixarem envolver em "brigas internas" em vez de se unirem para proteger a democracia, a soberania e a infra-estrutura econômica nacionais.
Segundo a imprensa do país, na noite desta segunda-feira, o rei recebeu em audiência o primeiro-ministro e depois se reuniu, separadamente, com o chefe das Forças Armadas.
Em junho último, o rei devolveu a Deuba o cargo de primeiro-ministro, após tê-lo destituído e ter dissolvido o Parlamento devido acusações de "incapacidade e corrupção" do Executivo e dos partidos políticos, o que gerou uma longa crise política no Nepal.
A guerrilha maoísta nepalesa começou a agir em fevereiro de 1996 e já matou mais de 11 mil pessoas. Seu objetivo é substituir a monarquia parlamentarista por um governo comunista. Os rebeldes pedem a formação de uma assembléia especial --uma das principais exigências-- eleita para conceber uma nova Constituição e decidir a forma de governo.
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Rei do Nepal dissolve governo e declara estado de emergência
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O rei do Nepal, Gyanendra, dissolveu nesta terça-feira o governo, assumiu todos os poderes do país --pela segunda vez em três anos--, e declarou estado de emergência. Após o anúncio, o Exército do país tomou as ruas de Katmandu (capital) e impôs prisão domiciliar ao primeiro-ministro Sher Bhadur Deuba e a outros líderes políticos.
O estado de emergência dá ao governo o direito de impor toques de recolher, estabelecer postos de controle, dar busca e deter cidadãos, que precisam ser apresentados a um juiz em até 24 horas.
A decisão foi tomada após vencer o prazo --em 13 de janeiro--, imposto por Deuda, para que o governo e grupos rebeldes da região retomassem suas discussões de paz. Devido a esse "fracasso" de contato entre as duas partes, o rei disse que o governo falhou em preparar uma situação que levasse à realização de eleições antes de abril e proteger a democracia e a soberania do povo.
Cerco
Fontes de partidos políticos do Nepal, que pediram anonimato, disseram que após o rei Gyanendra declarar estado de emergência, carros blindados tomaram as ruas de Katmandu e cercaram a casa do primeiro-ministro.
O secretário-geral do Partido Comunista do Nepal Marxista-Leninista Unificado (NCP-UML), o principal grupo de coalizão do governo, Madhav Kumar Nepal, também está preso em sua casa, que está cercada por carros militares, segundo informações de fontes políticas.
As linhas telefônicas [fixo e celular] de Katmandu foram cortadas.
Binod Joshi/AP |
Militares patrulham ruas de Katmandu, no Nepal |
Segundo a imprensa do país, na noite desta segunda-feira, o rei recebeu em audiência o primeiro-ministro e depois se reuniu, separadamente, com o chefe das Forças Armadas.
Em junho último, o rei devolveu a Deuba o cargo de primeiro-ministro, após tê-lo destituído e ter dissolvido o Parlamento devido acusações de "incapacidade e corrupção" do Executivo e dos partidos políticos, o que gerou uma longa crise política no Nepal.
A guerrilha maoísta nepalesa começou a agir em fevereiro de 1996 e já matou mais de 11 mil pessoas. Seu objetivo é substituir a monarquia parlamentarista por um governo comunista. Os rebeldes pedem a formação de uma assembléia especial --uma das principais exigências-- eleita para conceber uma nova Constituição e decidir a forma de governo.
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