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10/06/2005
-
17h56
CAROLINA VILA-NOVA
da Folha de S.Paulo, em La Paz
Com a posse do novo presidente da Bolívia, Eduardo Rodríguez Veltzé, 49, o clima na capital do país, La Paz, já é mais tranqüilo.
As ruas da cidade estão vazias e os carros quase não circulam. Os táxis são raros e se transformaram em coletivos. A cidade continua desabastecida de gás e combustível, e alguns pontos da capital já fazem racionamento.
Ainda há protestos nas ruas da cidade, mas o número de manifestantes --que chegaram a lançar dinamites nesta sexta-feira-- é bem menor que o observado nos últimos dias, em que a capital foi atingida por violentos protestos.
O líder da esquerda e dos cocaleros, Evo Morales, que comanda o MAS (Movimento ao Socialismo, de oposição), convocou nesta sexta-feira uma interrupção de dez dias nos protestos, após o pedido de trégua feito pelo presidente aos setores sociais mobilizados, a fim de encontrar uma solução para as suas reivindicações.
Os indígenas de localidades como Santa Cruz de la Sierra, Tarija e Cochabamba, liderados por Roman Loayza, também aderiram à trégua.
"Nós vamos suspender os protestos, gradativamente, porque os camponeses precisam voltar a trabalhar para viver. Mas vamos dar a Rodríguez dez dias de prazo para anunciar o pleito geral ou voltaremos a bloquear as estradas", disse Loayza.
A maior ameaça a La Paz continuava a ser, nesta sexta-feira, os grupos de manifestantes de El Alto [vizinha à La Paz], que mantinham os bloqueios nas estradas que dão acesso à capital, impedindo a chegada de combustível e gás.
Os manifestantes, liderados por Abel Mamani, que comanda a Federação das Juntas Vicinais de El Alto, permaneceram reunidos durante toda a tarde desta sexta-feira e decidiram dar 72 horas para que o novo presidente nacionalize a exploração de gás e petróleo do país, ameaçando intensificar os protestos.
Pronunciamento
Rodríguez deveria falar à imprensa por volta do meio-dia desta sexta-feira (13h de Brasília), após uma reunião com o presidente demissionário Carlos Mesa, no Palácio Quemado. No entanto, ao final da reunião, um assessor de Rodríguez afirmou que ele não se pronunciaria.
A única declaração dada por Rodríguez à imprensa aconteceu logo após ele assumir o cargo. O novo presidente disse que tem a intenção de convocar eleições e de tratar os temas da nacionalização dos hidrocarbonetos, da eleição de uma Assembléia Constituinte e da realização de um plebiscito para a autonomia das regiões.
No entanto, Rodríguez deixou claro que não tomará nenhuma decisão antes de entrar em acordo com o Congresso.
Sessão
Na terça-feira (14), os congressistas devem se reunir novamente. Um decreto de Mesa, que previa para 16 de outubro a eleição da Assembléia Constituinte e o plebiscito sobre a autonomia das regiões, está na pauta do Congresso, mas pode ser derrubado devido ao novo governo.
A Constituição prevê que as eleições gerais só podem ser convocadas no país após serem completados três anos de mandato presidencial --o que acontece somente no dia 6 de agosto.
No entanto, devido à pressão popular, as eleições gerais poderão ser antecipadas, o que depende de acordo entre o Executivo e o Legislativo.
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da Folha de S.Paulo, em La Paz
Com a posse do novo presidente da Bolívia, Eduardo Rodríguez Veltzé, 49, o clima na capital do país, La Paz, já é mais tranqüilo.
As ruas da cidade estão vazias e os carros quase não circulam. Os táxis são raros e se transformaram em coletivos. A cidade continua desabastecida de gás e combustível, e alguns pontos da capital já fazem racionamento.
Ainda há protestos nas ruas da cidade, mas o número de manifestantes --que chegaram a lançar dinamites nesta sexta-feira-- é bem menor que o observado nos últimos dias, em que a capital foi atingida por violentos protestos.
O líder da esquerda e dos cocaleros, Evo Morales, que comanda o MAS (Movimento ao Socialismo, de oposição), convocou nesta sexta-feira uma interrupção de dez dias nos protestos, após o pedido de trégua feito pelo presidente aos setores sociais mobilizados, a fim de encontrar uma solução para as suas reivindicações.
Os indígenas de localidades como Santa Cruz de la Sierra, Tarija e Cochabamba, liderados por Roman Loayza, também aderiram à trégua.
"Nós vamos suspender os protestos, gradativamente, porque os camponeses precisam voltar a trabalhar para viver. Mas vamos dar a Rodríguez dez dias de prazo para anunciar o pleito geral ou voltaremos a bloquear as estradas", disse Loayza.
A maior ameaça a La Paz continuava a ser, nesta sexta-feira, os grupos de manifestantes de El Alto [vizinha à La Paz], que mantinham os bloqueios nas estradas que dão acesso à capital, impedindo a chegada de combustível e gás.
Os manifestantes, liderados por Abel Mamani, que comanda a Federação das Juntas Vicinais de El Alto, permaneceram reunidos durante toda a tarde desta sexta-feira e decidiram dar 72 horas para que o novo presidente nacionalize a exploração de gás e petróleo do país, ameaçando intensificar os protestos.
Pronunciamento
Rodríguez deveria falar à imprensa por volta do meio-dia desta sexta-feira (13h de Brasília), após uma reunião com o presidente demissionário Carlos Mesa, no Palácio Quemado. No entanto, ao final da reunião, um assessor de Rodríguez afirmou que ele não se pronunciaria.
A única declaração dada por Rodríguez à imprensa aconteceu logo após ele assumir o cargo. O novo presidente disse que tem a intenção de convocar eleições e de tratar os temas da nacionalização dos hidrocarbonetos, da eleição de uma Assembléia Constituinte e da realização de um plebiscito para a autonomia das regiões.
No entanto, Rodríguez deixou claro que não tomará nenhuma decisão antes de entrar em acordo com o Congresso.
Sessão
Na terça-feira (14), os congressistas devem se reunir novamente. Um decreto de Mesa, que previa para 16 de outubro a eleição da Assembléia Constituinte e o plebiscito sobre a autonomia das regiões, está na pauta do Congresso, mas pode ser derrubado devido ao novo governo.
A Constituição prevê que as eleições gerais só podem ser convocadas no país após serem completados três anos de mandato presidencial --o que acontece somente no dia 6 de agosto.
No entanto, devido à pressão popular, as eleições gerais poderão ser antecipadas, o que depende de acordo entre o Executivo e o Legislativo.
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