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08/07/2005 - 12h24

Terror mata 50 em Londres; equipes lutam para resgatar corpos

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da Folha Online

Mais de 50 pessoas morreram nos quatro ataques terroristas realizados contra o sistema de transporte de Londres nesta quinta-feira --13 delas estavam em um ônibus de dois andares. Segundo a polícia, a dificuldade em encontrar os corpos das vítimas dos trens atingidos torna impossível determinar o número exato de mortos.

Outras 700 pessoas se feriram na ação --350 pessoas permanecem hospitalizadas, das quais 22 estão em estado crítico.

Andrew Parsons/Reuters
Príncipe Charles visita vítima dos ataques em hospital de Londres; mais de 50 morreram
Segundo o comissário de polícia Ian Blair, dois locais dificultam a determinação exata do número de mortos. Um deles é o do ônibus, devido à natureza da explosão [tão forte que arrancou o teto do veículo]. O outro é o metrô da estação Praça Russell, que continua com muitos corpos em seu interior. "Nós não sabemos quantos corpos há lá dentro."

De acordo com ele, o pior ataque terrorista contra a cidade desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), não foi realizado por apenas uma pessoa. "O período em que ocorreram as quatro explosões, 50 minutos, aproximadamente, demonstra que a ação foi realizada por mais de uma pessoa", disse.

O atentado coincidiu com a Cúpula do G8 [grupo dos sete países mais ricos do mundo e a Rússia], que terminou nesta sexta-feira, e interrompeu as comemorações dos britânicos que, na quarta-feira (6), conquistaram o direito de sediar a Olimpíada de 2012.

Busca

Além da busca por corpos, as equipes fazem uma vistoria para tentar encontrar outros explosivos.

De acordo com o comissário de polícia, há um número não-determinado de corpos que não foram retirados da rede ferroviária, onde, segundo ele, ninguém sobreviveu aos ataques. Ele disse também que foram usados 4,5 kg de explosivos em cada uma das três explosões que atingiram os trens. Os explosivos foram colocados no piso dos vagões.

Quase toda a rede ferroviária [metrôs e trens] já voltou a funcionar, e os ônibus circulam em menor número da região central da cidade.

Na entrevista desta sexta-feira, o comissário disse que a polícia não tem nenhum dado que possa levar à confirmação de que o ataque contra o ônibus de dois andares tenha sido uma ação suicida.

Islã

O premiê Tony Blair, que participava do G8 [grupo dos sete países mais ricos do mundo e a Rússia], na Escócia, quando houve as explosões, classificou a ação como um ato "bárbaro e cruel". Blair disse que os responsáveis pelo ataque agiram em nome do islã.

"Eles estão tentando o massacre de inocentes para nos intimidar... Eles deveriam saber que não terão sucesso", afirmou Blair, que já retornou à Escócia para dar continuidade à cúpula, que termina nesta sexta-feira.

Desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 nos EUA, houve vários alarmes de possíveis ataques contra o Reino Unido, sobretudo após a invasão do Afeganistão, em 2001, e do início da Guerra do Iraque, em março de 2003. O premiê britânico foi um dos principais aliados do presidente Bush nas duas investidas militares.

Nesta quinta-feira, o sub-comissário da polícia londrina, Brian Paddick, disse que as autoridades britânicas estavam chocadas com os ataques, mas não surpresas. Apesar disso, ele afirmou não ter recebido nenhum aviso de possibilidade de ataque contra o país.

Al Qaeda

As explosões atingiram um ônibus e três trens em um momento de grande movimento das redes de transporte, entre 8h51 e 9h47 (entre 4h51 e 5h47, no horário de Brasília), e foram reivindicadas por um grupo supostamente ligado à rede terrorista Al Qaeda.

Na entrevista desta sexta-feira, o comissário de polícia voltou a dizer que ainda não foi confirmada a autenticidade de um comunicado em que um grupo supostamente ligado à rede terrorista Al Qaeda reivindicava a autoria da ação.

Os feridos graves foram atingidos por queimaduras e amputações, de acordo com o relato oficial da polícia metropolitana de Londres.

Explosões

A primeira explosão ocorreu às 8h51 (4h51 de Brasília), a cem metros da estação de metrô de Liverpool Street, que deixou sete mortos.

Cinco minutos depois [às 8h56 em Londres], houve outra explosão na linha do metrô entre a estação King's Cross e a praça Russell, matando 21 pessoas.

Às 9h17 (5h17 de Brasília), uma explosão foi registrada no trem que tinha como destino a estação de metrô de Edgware Road. O impacto abriu um buraco na parede lateral, atingindo um outro trem, e possivelmente um terceiro. Ao menos cinco pessoas morreram.

A última explosão foi ouvida às 9h47 (5h47 de Brasília), e atingiu um ônibus de dois andares em Tavistock. Ainda não há informações claras sobre quantas pessoas morreram no último atentado.

O grupo terrorista IRA (Exército Republicano Irlandês, guerrilha católica) negou qualquer vínculo com os atentados.

Com agências internacionais

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