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28/08/2005 - 07h00

Washington terá três dias de protesto antiguerra em setembro

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EMILIA BERTOLLI
Folha Online

Após o governo do presidente George W. Bush sofrer várias críticas devido à forma como vem conduzindo a Guerra do Iraque, grupos contrários ao conflito preparam mais um "golpe" contra a administração do atual governo: um grande evento antiguerra que terá duração de três dias em Washington.

A cidade será palco de uma grande manifestação contra a Guerra do Iraque entre os dias 24 e 26 de setembro, que deve reunir 100 mil pessoas, segundo estimativas de William Dobbs, do United for Peace and Justice [Unidos pela Paz e Justiça], entidade não-governamental que congrega outras 1.300 instituições que fazem oposição à Guerra do Iraque e à política externa dos EUA.

O evento coincidirá com o encontro anual do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial, nos dias 24 e 25, no qual as duas organizações vão discutir, entre outros assuntos, a redução da pobreza global e o desenvolvimento econômico internacional.

Em entrevista exclusiva à Folha Online, por telefone, de Nova York, Dobbs disse que o evento pretende "mostrar a insatisfação do povo americano frente às justificativas exageradas e mentirosas do presidente [Bush] para a invasão no Iraque".

A manifestação End the War on Iraq! [Termine com a Guerra do Iraque!] contará com diversas atrações, entre elas shows gratuitos das bandas Thievery Corporation e Le Tigre --esta última conhecida por seu engajamento em causas políticas e em defesa dos direitos dos gays.

"A verdade é que muitas pessoas pensam que queremos tirar Bush do poder, mas para nós, isso não é apenas uma questão sobre Bush, mas, sim, sobre política externa americana, que trabalha para a construção de um império", afirma Dobbs.

Segundo o organizador, o evento contará com o reforço de figuras que representam os "novos ícones" dos protestos contra a Guerra do Iraque, como a americana Cindy Sheehan, cujo filho morreu no confronto em 2004 e, desde 6 de agosto último, está acampada em frente ao rancho de Bush, no Texas, pedindo pelo fim da guerra.

"Demorou muito tempo para que as mentiras de Bush ficassem claras. Não temos nenhuma ajuda. Os democratas [que fazem oposição ao governo de Bush] também são parte da guerra, fizeram pouca resistência ao conflito", diz Dobbs.

Opinião pública

Recentes pesquisas realizadas por diversos meios de comunicação nos EUA apontam queda da popularidade de Bush, assim como o aumento da desaprovação à forma como o governo americano vem conduzindo conflito no Iraque.

Para Dobbs, o número de pessoas que consideram a Guerra do Iraque como um fator que aumenta a falta de segurança no país é "crescente", apesar de Bush insistir que a guerra é também uma "ação contra o terror".

"A posição de John Kerry [líder democrata que disputou as eleições presidenciais americanas no ano passado] contra a guerra não era clara e, no final, era muito parecida com a de Bush. Estamos sozinhos nessa luta, não temos apoio de nenhum partido político", diz o coordenador.

De fato, os motivos que levaram o governo Bush à guerra foram contestados e permanecem carentes de provas. Duas das principais justificativas à invasão do Iraque dadas pelo governo americano foram a existência de armas de destruição em massa e a relação do então ditador iraquiano Saddam Hussein (1979-2003) com o terrorista saudita Osama bin Laden, que comanda a organização Al Qaeda e que reivindicou a responsabilidade pelos ataques ocorridos em 11 de Setembro.

No ano passado, o então secretário americano de Estado, Colin Powell, foi a público para dizer que a fonte da inteligência americana que apontou a existência das armas de destruição em massa no Iraque "não era segura", e que as informações "não eram sólidas".

Ações

Os protestos em Washington começam no próximo dia 24, com uma manifestação no Washington Monument --o gigantesco obelisco que marca a entrada do National Mall-- onde está o Capitólio, sede do Congresso Nacional. Na seqüência, será realizado um show de rock no mesmo local.

No dia seguinte, haverá uma missa ecumênica, que deve contar com a presença de vários líderes religiosos americanos.

Até o dia 26, quando termina o evento, haverá uma série de campanhas com o intuito de auxiliar os participantes a conseguir contatos de deputados e senadores em quem votaram, para solicitar o fim da Guerra do Iraque.

Durante os três dias, haverá uma feira no National Mall, onde várias instituições que apóiam o fim da guerra e a retirada dos soldados americanos do Iraque terão estandes, e poderão mostrar ao público suas propostas.

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