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09/06/2006 - 14h41

Líder do terror no Iraque estava vivo na chegada de tropas dos EUA

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da Folha Online

O líder da rede terrorista Al Qaeda no Iraque, Abu Musab al Zarqawi --morto nesta quinta-feira em um ataque aéreo perto de Baquba-- estava vivo quando soldados americanos entraram em seu esconderijo, após o bombardeio feito por aviões caças F16.

Segundo o porta-voz do Exército americano, William Caldwell, o líder terrorista "balbuciou algumas palavras" para policiais iraquianos, os primeiros a entrar no local. Nesta quinta-feira, autoridades americanas haviam afirmado que Al Zarqawi já estava morto ao ser encontrado.

De acordo com o Exército, dois aviões F16 lançaram uma bomba de 227 kg sobre o esconderijo. Em seguida, eles se certificaram de que haviam acertado o alvo e lançaram outra bomba no mesmo lugar.

08.jun.2006/Reuters
Imagem exibe Abu Musab al Zarqawi, líder da Al Qaeda no Iraque, morto. Veja mais fotos
A identificação de Al Zarqawi foi feita por meio de suas digitais, de seu rosto e de suas cicatrizes. Outros dados sobre Al Zarqawi teriam sido fornecidos por iraquianos que vivem na região de Baquba, e por membros das forças especiais dos EUA, que seguiam a pista de Abdel al Rahman, conselheiro espiritual de Al Zarqawi.

Segundo Naser Joudeh, porta-voz do governo da Jordânia, as forças de segurança jordanianas também tiveram participação nos trabalhos de localização de Al Zarqawi.

Outras sete pessoas, supostamente ligadas a Al Zarqawi, morreram no bombardeio.

Bomba

O porta-voz do Exército diz ter conversado com autoridades da força aérea nesta sexta-feira para saber como Al Zarqawi sobreviveu por um curto período, mesmo após o lançamento de uma bomba de 227 kg contra seu esconderijo.

"Eles me disseram que há casos em que algumas pessoas de fato sobrevivem, mesmo em um ataque contra a estrutura de um prédio", afirmou Caldwell. "Obviamente, os outro seis que estavam no local não sobreviveram, mas ele sobreviveu, por alguma razão", acrescentou.

Nesta quinta-feira, a deputada republicana Heather Wilson --veterana da força aérea e membro do Comitê de Inteligência da Câmara-- foi questionada sobre os poucos ferimentos apresentados no rosto de Al Zarqawi.

Segundo ela, provavelmente, as duas bombas "não o atingiram diretamente, e ele morreu devido aos escombros ou ao efeito das explosões".

Autópsia

Questionado se Al Zarqawi foi morto a tiros depois da chegada das tropas americanas ao local, Caldwell disse que não poderia dar uma "resposta definitiva" com base no relatório do Exército dos EUA. "Não há nada no relatório que aponte que ele tenha sido atingido por tiros", afirmou.

Segundo ele, o Exército ainda reúne detalhes a respeito do episódio, incluindo o período de tempo exato durante o qual Al Zarqawi sobreviveu após o ataque.

Caldwell diz que uma análise inicial foi feita no corpo do líder terrorista, mas não soube informar se o exame constituiria uma autópsia.

"Eu sei que um exame foi feito no corpo, mas vou rever o relatório e conversar com especialistas para me certificar se pode ser chamado de autópsia", afirmou.

Traição

A morte do líder da Al Qaeda foi anunciada pelos Estados Unidos e pelo Iraque como um grande golpe à organização, mas segundo informações da rede de TV americana CNN, o principal líder da insurgência iraquiana foi traído por colaboradores.

A Folha Online já havia antecipado essa informação ontem, em entrevista com Ely Karmon, 60, pesquisador-chefe do Instituto de Contraterrorismo de Herzlia, em Israel. "Provavelmente, ele foi traído, o que mostra que a organização está dividida", disse.

Segundo a CNN, que cita fontes do Exército dos EUA, um importante membro da Al Qaeda preso na Jordânia no mês passado e ao menos um "espião" infiltrado na rede terrorista forneceram informação suficiente para que as tropas americanas no Iraque localizassem o esconderijo em que Al Zarqawi estava.

Enterro

Nesta sexta-feira, parentes de Al Zarqawi afirmaram que desejam enterrá-lo na Jordânia. "Eu e minha família queremos que ele seja enterrado em sua cidade natal de Zarqa", afirmou Sayel al Khalayleh, irmão de Al Zarqawi, à agência de notícias Associated Press.

Segundo ele, os familiares ainda não conversaram com autoridades do governo jordaniano a respeito. "Mas todos sabem que seu lugar é perto de sua família", afirmou. "Ele é um mártir e deve ser tratado como tal", acrescentou.

O Exército dos EUA em Bagdá ainda não divulgou a localização do corpo de Al Zarqawi, nem se ele será levado à Jordânia para ser enterrado.

No entanto, segundo fontes da segurança, é "improvável" que a família receba permissão do governo jordaniano para enterrar o corpo do líder terrorista no país.

Al Zarqawi era acusado de um triplo atentado contra um hotel que matou dezenas na Jordânia.

Toque de recolher

Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al Maliki, impôs a proibição do tráfego em Bagdá e Baquba, que fica a 65 km da capital do Iraque.

Também foi decretado toque de recolher em toda a Província de Diyala (capital de Baquba), onde fica Hibib, local em que Al Zarqawi morreu.

Segundo o governo iraquiano, as restrições buscam reforçar a segurança na região, a fim de impedir que insurgentes armem grandes ataques para vingar a morte de Al Zarqawi.

Com agências internacionais

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