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27/06/2006 - 13h17

Exército israelense aguarda ordem para invadir Gaza

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da Efe, em Nachal Oz

O Exército israelense continua enviando à fronteira com Gaza tropas blindadas que serão utilizadas em uma operação militar iminente, caso o soldado Gilad Shalit, capturado por extremistas palestinas, não seja entregue são e salvo.

Um porta-voz militar disse que tanques, veículos blindados e baterias de artilharia foram mobilizados em vários pontos ao longo da fronteira com a faixa de Gaza. Eles esperam apenas "a decisão do governo para entrar".

"Nós estamos preparados, mas a decisão é do primeiro-ministro e do ministro da Defesa", afirmou o porta-voz no principal ponto onde as tropas aguardam, em um arenoso campo de cultivo do kibutz Nachal Oz.

A região de fronteira vive nesta terça-feira um ir e vir de veículos militares e de soldados enviados em ônibus de várias partes do país. Em Nachal Oz, a sudeste da faixa de Gaza, cerca de cem veículos blindados esperam as ordens de seus comandantes, enquanto soldados repousam à sombra das árvores.

De tempos em tempos, alguns comandantes reúnem em círculo seus homens para lhes comunicar as instruções sobre a operação militar, enquanto os soldados tentam aliviar o calor sufocante com sorvete.

Longa distância

Nachal Oz está localizada em frente à Cidade de Gaza e os tanques podem atingi-la sem que tenham que se deslocar.

O Exército concentrou forças também na região de Kerem Shalom, na fronteira com o Egito, onde, no último domingo, a base militar de observação de Telem foi atacada e um soldado foi seqüestrado.

Os serviços secretos israelenses e o Exército disseram hoje à Comissão de Exteriores do Parlamento que Gilad Shalit é mantido refém em algum dos campos de refugiados do sul de Gaza.

Um terceiro ponto de incursão poderia ser o norte da faixa de Gaza, onde, até setembro, estavam localizados os assentamentos judaicos de Dugit, Nissanit e Alei Sinai.

Nas passagens fronteiriças de Erez, Kisufim, Sufa e Karni a atividade está paralisada, sinal das ameaças de Israel, que declararam um bloqueio hermético à faixa autônoma palestina.

Censura

O Exército de Israel proibiu seus homens de falar com jornalistas e só permite que os veículos de comunicação tirem fotos, uma medida dissuasória que provavelmente tem como objetivo advertir o governo palestino sobre o que pode acontecer se o soldado não for libertado.

Os planos militares aprovados pelo governo propõem a divisão da faixa em três setores isolados, uma prática comum durante a ocupação israelense de Gaza, a fim de rastrear cada região.

As ordens militares também proíbem a entrada ou saída de palestinos, mercadorias e produtos básicos de primeira necessidade para a população através da passagem de Karni.

O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, advertiu na segunda-feira em um ato público que, caso o soldado seqüestrado não seja libertado, Israel lançará "uma operação em massa que não durará nem dois, nem três dias". As forças enviadas até agora, no entanto, não parecem ser suficientes para uma operação longa.

Dezenas de reboques continuavam levando blindados para a zona de fronteira.

Resposta

Prevendo a operação israelense, o grupo terrorista Jihad Islâmico anunciou hoje à imprensa que seus homens começaram a serem enviados ao norte da faixa de Gaza e a colocar explosivos com o objetivo de frear o avanço das forças israelenses.

O vice-primeiro-ministro de Israel, Shimon Peres, acusou hoje Khaled Mashaal, chefe do escritório político do Hamas no exílio, de ser o causador da crise.

Na opinião do veterano político israelense, foi Mashaal quem deu a ordem de atacar a base de Telem e quem, agora, pressiona a milícia do Hamas, Brigadas de Izz al Din al Qassam", a não libertarem o soldado, exigindo a troca do israelense por presos palestinos.

Apesar dos preparativos militares, Israel parece não ter abandonado ainda a via diplomática, consciente de que colocaria a vida de seu soldado em risco assim que suas tropas cruzarem a fronteira.

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