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29/06/2006 - 08h53

Israel detém membros do Hamas; corpo de colono israelense é achado

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da Folha Online

Forças de segurança de Israel prenderam mais de 30 membros do governo liderado pelo Hamas [grupo terrorista e partido político] nesta quinta-feira, em uma medida, que o grupo qualificou como uma "tentativa de derrubar" a atual liderança palestina.

A prisão ocorre após extremistas terem anunciado a morte de um colono israelense seqüestrado no domingo (25). Ele foi morto na madrugada desta quinta-feira, após tentar fugir do local onde era mantido. O presidente da Autoridade Nacional palestina (ANP), Mahmoud Abbas, condenou a morte do colono, que tinha 18 anos.

O corpo de Eliyahu Pinchas Asheri, seqüestrado no domingo (25), foi encontrado enterrado em Ramallah, na Cisjordânia. Tropas de Israel se preparam para expandir a ofensiva militar em Gaza para libertar um soldado que permanece em cativeiro.

O seqüestro de Asheri foi reivindicado pelo grupo Comitês de Resistência Popular (PRC, na sigla em inglês), que também seria responsável pelo seqüestro do soldado Gilad Shalit, 19.

Segundo a rádio israelense, o chefe do Shin Bet [serviço de inteligência israelense], Yuval Diskin, teria dito ao líder palestino Abbas que se o soldado israelense não for libertado com vida dentro de 24 horas, Israel não permitirá que "o governo palestino sobreviva".

Em uma ameaça implícita ao chefe do Hamas baseado na Síria, Khaled Mashaal, aviões israelenses sobrevoaram nesta quarta-feira um dos palácios do presidente sírio, Bashar al Assad. Segundo um funcionário do governo sírio, a força aérea atirou contra os aviões.

Ao se preparar para o início de uma nova ofensiva em Gaza, aviões de Israel lançaram panfletos sobre as regiões que seriam atacadas, alertando os moradores para se retirarem.

"A questão não é o soldado desaparecido, mas um plano orquestrado para destruir a Autoridade Nacional Palestina (ANP), o governo e o Parlamento, e colocar o povo palestino de joelhos", acusou o legislador palestino Mushir al Masri, do Hamas.

Prisões

Entre os membros do Hamas detidos por Israel, estão cerca de dez ministros e mais de 20 deputados, além dos prefeitos das cidades de Jenin e Kalkilia.

O ministro do Interior de Israel, Ronie Bar On, negou que as lideranças do Hamas serão usadas como moeda de troca para resgatar o soldado. "Eles foram detidos sob suspeita de participação em atividades terroristas contra Israel", disse.

Bar On disse nesta quinta-feira que os membros do Hamas detidos serão investigados e, caso se confirmem as suspeitas de vinculação com atividades terroristas, serão julgados. "A mão de Israel vai chegar a Ismail Haniyeh", declarou Bar On à rádio pública israelense, referindo-se ao primeiro-ministro da da ANP.

As forças de segurança israelense também detiveram mais de 20 ativistas do grupo extremista Jihad Islâmico e de outras facções na Cisjordânia. Entre os detidos, está um suspeito de participação no seqüestro de Asheri.

Morte

O colono de 18 anos, que morava no assentamento de Itamar, foi encontrado morto pelas forças israelenses na manhã de hoje, na região de A-Tira, em Ramallah.

O estudante, morador do assentamento judaico de Itamar, na Cisjordânia, foi visto pela última vez na noite de domingo tentando pegar uma carona perto de Beitar.

Ele deve ser enterrado na tarde desta quinta-feira. Seu funeral terá início na região de Sanhedriyah, em Jerusalém, em direção ao cemitério no Monte das Olivas.

Agentes do Shin Bet e membros das forças especiais do Exército encontraram o corpo e concluíram que o refém foi morto com um tiro na cabeça pouco depois de seu seqüestro.

Na manhã desta quarta-feira, o porta-voz do PRC mostrou o documento de identidade de Asheri e afirmou que ele seria "executado em frente às câmeras de TV" se Israel não desse fim à ação militar em Gaza. Agentes de segurança suspeitavam de que o colono já estivesse morto.

Segundo fontes da segurança de Israel, os seqüestros em série podem estar sendo usados pelas facções palestinas para espalhar "medo e desinformação".

Soldado

Também no domingo, o soldado israelense Gilad Shalit, 19, foi seqüestrado por extremistas palestinos durante um ataque a um posto militar em Kerem Shalom, na fronteira com Gaza.

Na noite de terça-feira, uma ofensiva militar foi detonada no sul de Gaza, com um ataque aéreo que destruiu pontes e uma estação elétrica. Segundo Israel, o objetivo da operação, batizada de "Chuva de Verão", é resgatar Shalit.

Vários tanques israelenses atravessaram a fronteira ao norte da faixa de Gaza na noite desta quarta-feira, estendendo a ofensiva que busca libertar o soldado israelense seqüestrado. Fontes da segurança palestina afirmaram que os veículos entraram pouco antes do amanhecer na altura da cidade de Beit Hanoun.

Nesta quarta-feira, as Brigadas dos Mártires de Al Aqsa --grupo armado ligado ao Fatah--- anunciaram que mantém em cativeiro um terceiro refém israelense.

Um comunicado assinado por Abu Fouad, porta-voz das Brigadas em Gaza, diz que o grupo mantém refém um israelense não-identificado de 62 anos, que seria morador da cidade de Rishon Lezion. De acordo com o anúncio, o homem foi seqüestrado na segunda-feira (26).

Segundo o porta-voz da polícia Micky Rosenfeld, há relatos do desaparecimento de um morador de 62 anos da região na segunda-feira. No entanto, a polícia não confirmou o seqüestro.

Com agências internacionais

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