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27/06/2006 - 15h02

Ação em Gaza pode causar morte de refém israelense, diz professor

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DANIELA LORETO
da Folha Online

Uma ação militar do Exército de Israel na faixa de Gaza pode custar a vida do soldado israelense Gilad Shalit, seqüestrado por extremistas palestinos desde domingo (25), disse à Folha Online o especialista Shaul Mishal, do Departamento de Ciências Políticas da Universidade de Tel Aviv.

Ontem o premiê de Israel, Ehud Olmert, afirmou que o Exército está "pronto" para lançar uma grande ofensiva militar contra terroristas palestinos na faixa de Gaza. O Exército informou nesta terça-feira que está posicionado na região, e que apenas aguarda ordem para agir.

"Fazer uma incursão militar não seria a melhor opção para Israel, porque a chance de se salvar a vida do soldado por meio de uma ação deste tipo é quase zero", diz o professor.

Divulgação
O professor Shaul Mishal, que diz que ação militar pode matar soldado israelense
Segundo ele, a alta densidade populacional e a demografia da região de Gaza não favorecem uma operação militar. "Seria muito difícil chegar ao local onde o soldado está e resgatá-lo com vida, sem causar sua morte", explica Mishal.

Por isso, segundo o professor, é mais provável que Israel tente resolver a questão de outra maneira, por meio de um acordo político. "Mas é difícil prever o que irá acontecer. É um processo que não se sabe ao certo como irá se desenvolver, se durará horas ou dias", diz.

Shalit foi seqüestrado em um posto militar de Israel localizado perto de Kerem Shalom, na região da fronteira com Gaza, em uma ação que matou outros dois soldados israelenses.

Nesta terça-feira, o porta-voz de um grupo extremista palestino afirmou que o soldado está sendo mantido em um local seguro.

Represália

De acordo com Mishal, o seqüestro de Shalit -- o primeiro em 12 anos --provavelmente foi uma represália dos grupos extremistas a Israel. "A última vez que um soldado israelense foi seqüestrado foi em 1994. Acredito que essa ação foi uma retaliação contra os bombardeios israelenses que visavam matar extremistas e resultaram em mortes de civis", afirma.

Como exemplo, o professor cita o ataque que matou oito pessoas da mesma família em uma praia de Gaza no último dia 9. Israel nega a responsabilidade pelo ataque, mas a Autoridade Nacional Palestina (ANP) exigiu uma investigação independente sobre o episódio.

Segundo Mishal, outra provável causa do seqüestro foi a intenção de vingar a morte do líder dos Comitês de Resistência Popular (PRC), morto por Israel há cerca de duas semanas.

O seqüestro foi reivindicado pelo PRC, ao lado do braço armado do Hamas [grupo terrorista e partido político] e de um terceiro grupo conhecido como Exército Islâmico.

No entanto, o professor descarta a possibilidade de a ação ter sido planejada. "Eles quiseram matar soldados israelenses, mas não acredito que pretendiam seqüestrar, acho que foi algo que aconteceu no momento", afirma.

Hamas

Para Mishal, ações como o seqüestro do soldado devem causar divisão no Hamas. "O Hamas não é um grupo coeso, é dividido em diferentes facções, algumas mais políticas e outras armadas. Este tipo de ação divide ainda mais a organização".

Nesta segunda-feira, Olmert rejeitou a exigência dos grupos palestinos, que pediram a libertação de mulheres e adolescentes das prisões israelenses em troca de informações a respeito do soldado.

Um total de 95 mulheres e 313 menores de 18 anos estão entre os 9.000 palestinos detidos em prisões de Israel.

Questionado a respeito, Mishal diz desconhecer a razão pela qual há mulheres e crianças detidas em prisões israelenses. "Bem, se eles estão na cadeia, é porque devem ser suspeitos de envolvimento com ataques suicidas. A respeito das crianças, eu não sei, mas depende da idade. Um adolescente de 16 anos é maduro o suficiente para cometer um ato terrorista", diz.

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