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29/06/2006 - 22h25

Israel promove novos ataques aéreos contra a faixa de Gaza

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da Folha Online

A Força Aérea israelense lançou na madrugada desta sexta-feira (noite de quinta-feira no Brasil) uma série de ataques aéreos contra alvos na faixa de Gaza, entre eles o ministério palestino do Interior, controlado pelo grupo islâmico radical Hamas.

Fontes médicas afirmaram que três extremistas das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa --grupo armado ligado do movimento Fatah-- ficaram feridos em trocas de tiros com soldados israelenses posicionados perto de Jabaliya, no norte da faixa de Gaza.

Os aviões israelenses realizaram cerca de uma dúzia de incursões aéreas na faixa de Gaza contra o ministério, campos de treinamento militar, estradas e escritórios de facções, de acordo com uma fonte de segurança.

O Ministério do Interior foi atingido em um ataque na madrugada desta sexta-feira, que provocou um incêndio no edifício, informaram testemunhas palestinas.

O edifício ficou em chamas e foi seriamente afetado. O alvo do ataque eram os dois últimos andares, onde ficam os escritórios do ministro palestino do Interior, Said Siyam.

O Exército de Israel confirmou que aviões atingiram o escritório do ministro, que seria "um lugar de encontro para o planejamento e direcionamento da atividade terrorista".

O Ministério do Interior é oficialmente a pasta responsável pelas forças de segurança palestinas, apesar de o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, ter removido para o seu gabinete a maior parte da responsabilidade sobre a segurança.

Esta foi a primeira vez, desde que Israel começou a operação "Chuva de Verão", na madrugada de quarta-feira, que a Força Aérea atacou um prédio do governo palestino. A incursão militar visa a libertação de um soldado israelense seqüestrado no domingo (25) por extremistas.

De acordo com testemunhas e uma fonte da segurança palestina, Israel também bombardeou um escritório do partido Fatah no centro de Gaza. Segundo um jornalista da agência France Presse, uma mesquita próxima foi danificada.

Ainda em Gaza, dois campos de treinamento, utilizados pelo Hamas e um alto responsável do Ministério do Interior, foram alvejados.

Em Beit Lahiya, no norte da faixa de Gaza, um avião israelense atacou um escritório de informação do Hamas.

Um membro do grupo armado radical Jihad Islâmico foi gravemente ferido em um dos ataques a Rafah, no sul de Gaza, informaram fontes médicas e de segurança. Segundo as fontes, o homem estava com outros ativistas do grupo perto do aeroporto da cidade, quando foram alvo dos disparos de um helicóptero israelense.

Blecaute

Partes da região sul da faixa de Gaza ficaram no escuro nesta quinta-feira, quando um foguete, aparentemente lançado por militantes de grupos terroristas palestinos palestinos, atingiu uma central de distribuição de energia, informaram testemunhas.

O Exército israelense negou ter envolvimento com qualquer ataque na área no momento do incidente. Anteriormente, testemunhas chegaram a afirmar que a explosão havia sido causada por uma ação militar de Israel.

Testemunhas palestinas afirmaram que o foguete pode ter perdido o seu curso normal antes de atingir a central energética.

Fontes médicas afirmaram que um adolescente de 15 anos ficou ferido pelos estilhaços de uma explosão em uma central elétrica da cidade de Rafah (sul). O diretor do Hospital Abu Yousef al Najjar, Ali Mousa, declarou à agência Associated Press que o jovem teve ferimentos "moderados".

As forças de defesa israelenses haviam anunciado nesta quinta-feira a suspensão de uma nova ofensiva militar que teria início hoje na faixa de Gaza, depois que o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, se reuniu com o ministro da Defesa, Amir Peretz, e com autoridades da área de segurança.

Mediação

O presidente do Egito, Hosni Mubarak, afirmou que o grupo islâmico radical Hamas concorda com a possibilidade de um acordo condicional para a libertação do soldado israelense seqüestrado, mas que Israel ainda não aceitou os termos da negociação, informou nesta sexta-feira (noite de quinta-feira no Brasil), o jornal egípcio "Al Ahram".

De acordo com as declarações ao periódico pró-governo, Mubarak disse que os "contatos egípcios com vários líderes do Hamas chegaram a resultados preliminares positivos sobre a forma de um acordo condicional para entregar o soldado israelense o mais rápido possível para evitar uma escalada".

O presidente egípcio, no entanto, ressaltou que a proposta ainda não foi aprovada pelo governo israelense. Mubarak declarou ter pedido ao primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, para "não acelerar" a ofensiva militar em Gaza, a fim de que pudesse dar um "tempo adicional para se encontrar uma solução pacífica ao problema do soldado seqüestrado".

Homenagem

Milhares de pessoas compareceram nesta quinta-feira ao funeral do colono judeu Eliyahu Pinchas Asheri, 18, morto por extremistas palestinos após ser seqüestrado no domingo (25).

O corpo de Asheri foi encontrado enterrado em Ramallah, na Cisjordânia. Seu seqüestro foi reivindicado pelo grupo Comitês de Resistência Popular (PRC, na sigla em inglês), que também seria responsável pelo seqüestro do soldado Gilad Shalit, 19.

O colono, que morava no assentamento de Itamar, na Cisjordânia, foi visto pela última vez no domingo, tentando pegar uma carona perto de Beitar.

Agentes do Shin Bet e membros das forças especiais do Exército encontraram seu corpo e concluíram que o refém foi morto com um tiro na cabeça pouco depois de seu seqüestro.

Na manhã desta quarta-feira, o porta-voz do PRC mostrou o documento de identidade de Asheri e afirmou que ele seria "executado em frente às câmeras de TV" se Israel não desse fim à ação militar em Gaza. Agentes de segurança suspeitavam de que o colono já estivesse morto.

Prisões

Forças de segurança de Israel prenderam mais de 30 membros do governo liderado pelo Hamas [grupo terrorista e partido político] nesta quinta-feira, em uma medida que o grupo qualificou como uma "tentativa de derrubar" a atual liderança palestina.

Entre os membros do Hamas detidos por Israel, estão cerca de dez ministros e mais de 20 deputados, além dos prefeitos das cidades de Jenin e Qalqilya.

O ministro do Interior de Israel, Ronie Bar On, negou que as lideranças do Hamas serão usadas como moeda de troca para resgatar o soldado. "Eles foram detidos sob suspeita de participação em atividades terroristas contra Israel", disse.

As forças de segurança israelense também detiveram mais de 20 ativistas do grupo extremista Jihad Islâmico e de outras facções na Cisjordânia. Entre os detidos, está um suspeito de participação no seqüestro de Asheri.

Soldado

Seqüestrado também no domingo, durante um ataque de extremista a um posto militar em Kerem Shalom, na fronteira com Gaza, Shalit continua desaparecido.

Na terça-feira, o porta-voz do PRC, Mohammed Abdel Al, disse que o soldado está em um local seguro. Ontem, as Brigadas dos Mártires de Al Aqsa --grupo armado ligado ao Fatah--- anunciaram que mantém em cativeiro um terceiro refém israelense.

Segundo fontes da segurança de Israel, os seqüestros em série podem estar sendo usados pelas facções palestinas para espalhar "medo e desinformação".

Forças israelenses lançaram mísseis na região de Khan Yunis nesta quinta-feira. Segundo fontes palestinas, um veículo foi atingido no ataque, cujo alvo seria um centro de treinamento de extremistas. Não houve registro de vítimas.

Segundo o "Haaretz", Shalit está sendo mantido em cativeiro no campo de refugiados de Khan Yunis, no sul de Gaza.

Com agências internacionais

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