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11/07/2006
-
00h56
da Folha Online
A Coréia do Sul condenou nesta terça-feira o que chamou de "natureza expansionista" da postura do Japão diante do teste de mísseis realizado pela Coréia do Norte na semana passada.
"O fato de que membros do governo japonês tenham evocado a possibilidade de bombardeios preventivos e do uso da força militar contra a península coreana evidencia uma evolução preocupante", declarou Jung Tae-Ho, porta-voz do presidente Roh Moo-Hyun.
"Devemos manter nossa vigilância, já que isso põe em evidência a natureza expansionista do Japão", completou o porta-voz, em nota distribuída ao fim de uma reunião de gabinete da presidência.
Partidário de uma linha-dura diante do regime comunista de Pyongyang, o governo japonês deu a entender que tem o direito de atacar a Coréia do Norte em caso de ameaça nuclear direta, mesmo que a Constituição pacifista japonesa impeça o uso da força militar.
O ministro japonês de Relações Exteriores, Taro Aso, estimou que o direito de atacar primeiro pode ser justificado constitucionalmente diante "das circunstâncias atuais a fim de garantir a segurança da população".
A Coréia do Norte realizou em 4 de julho passado seis testes com mísseis de curto e médio alcance e lançou um míssil intercontinental de longo alcance, o Taepodong-2, que caiu no Mar do Japão, ao largo das costas japonesa e russa.
As relações diplomáticas entre Tóquio e Seul são marcadas pela disputa territorial envolvendo uma série de ilhas no Mar do Japão e por um rancor histórico, já que a Coréia acusa o Japão de não ter se arrependido o suficiente pelos crimes cometidos por seu Exército durante a ocupação da península coreana, entre 1910 e 1945.
China e Rússia
China e Rússia voltaram a se declarar contrários a uma resolução da ONU condenando a Coréia do Norte pelos testes com os mísseis. Os dois países insistem que o Conselho de Segurança adote apenas uma declaração presidencial, sem o mesmo peso legal.
A China distribuiu aos 15 membros do Conselho uma minuta de declaração presidencial. O conteúdo do texto é quase o mesmo do projeto de resolução apresentado pelo Japão, mas sem o caráter obrigatório.
O documento exige que a Coréia do Norte respeite a moratória unilateral assinada em 1999 e volte às conversas de seis lados (com Estados Unidos, Rússia, China, Coréia do Sul e Japão) para abandonar seus programas nucleares.
Além disso, os outros membros da ONU são orientados a não transferir material e tecnologia que a Coréia do Norte possa usar para fabricar mísseis ou desenvolver programas de armas de destruição em massa.
No entanto, a minuta não considera o lançamento de mísseis por parte da Coréia do Norte uma ameaça à paz e à segurança mundiais.
O embaixador da China na ONU, Wang Guangya, disse que o objetivo da sua proposta é "obter uma resposta unificada do Conselho" para a crise dos mísseis. Ele defendeu uma decisão "responsável, construtiva e prudente".
"Durante o fim de semana, a China fez muitos esforços para melhorar o texto da declaração presidencial. Esperamos que os demais países também demonstrem flexibilidade", afirmou.
O Japão decidiu adiar a votação de sua resolução, à espera dos resultados da missão que a China enviou à Coréia do Norte para desbloquear as negociações.
O embaixador da Rússia, Vitaly Churkin, disse que o Conselho de Segurança deve dar uma "mensagem firme e unânime" e apoiou a minuta de declaração presidencial da China.
"Não entendemos a insistência num projeto de resolução, que consideramos muito emotivo, inadequado política e legalmente nas circunstâncias atuais", disse.
Churkin citou o editorial de hoje do jornal "The New York Times", observando que a Coréia do Norte não violou nenhuma obrigação internacional, já que a moratória de 1999 foi unilateral.
No entanto, para o embaixador britânico, Emyr Jones Perry, o texto da declaração presidencial não é firme o bastante e não ajudará a resolver a crise.
"A declaração não reconhece as ações da Coréia do Norte como uma ameaça. Por isso, achamos mais lógico manter a resolução, que é a resposta certa, e adiar a decisão até sabermos qual é a posição norte-coreana", assinalou.
Por sua vez, o embaixador do Japão, Kenzo Oshima, disse que, se os mísseis norte-coreanos tivessem apontando para outra direção, a posição de Pequim seria diferente.
"O lançamento de mísseis significa uma ameaça real ao Japão e a outros países da região", declarou Oshima.
Com agências internacionais
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A Coréia do Sul condenou nesta terça-feira o que chamou de "natureza expansionista" da postura do Japão diante do teste de mísseis realizado pela Coréia do Norte na semana passada.
"O fato de que membros do governo japonês tenham evocado a possibilidade de bombardeios preventivos e do uso da força militar contra a península coreana evidencia uma evolução preocupante", declarou Jung Tae-Ho, porta-voz do presidente Roh Moo-Hyun.
"Devemos manter nossa vigilância, já que isso põe em evidência a natureza expansionista do Japão", completou o porta-voz, em nota distribuída ao fim de uma reunião de gabinete da presidência.
Partidário de uma linha-dura diante do regime comunista de Pyongyang, o governo japonês deu a entender que tem o direito de atacar a Coréia do Norte em caso de ameaça nuclear direta, mesmo que a Constituição pacifista japonesa impeça o uso da força militar.
O ministro japonês de Relações Exteriores, Taro Aso, estimou que o direito de atacar primeiro pode ser justificado constitucionalmente diante "das circunstâncias atuais a fim de garantir a segurança da população".
A Coréia do Norte realizou em 4 de julho passado seis testes com mísseis de curto e médio alcance e lançou um míssil intercontinental de longo alcance, o Taepodong-2, que caiu no Mar do Japão, ao largo das costas japonesa e russa.
As relações diplomáticas entre Tóquio e Seul são marcadas pela disputa territorial envolvendo uma série de ilhas no Mar do Japão e por um rancor histórico, já que a Coréia acusa o Japão de não ter se arrependido o suficiente pelos crimes cometidos por seu Exército durante a ocupação da península coreana, entre 1910 e 1945.
China e Rússia
China e Rússia voltaram a se declarar contrários a uma resolução da ONU condenando a Coréia do Norte pelos testes com os mísseis. Os dois países insistem que o Conselho de Segurança adote apenas uma declaração presidencial, sem o mesmo peso legal.
A China distribuiu aos 15 membros do Conselho uma minuta de declaração presidencial. O conteúdo do texto é quase o mesmo do projeto de resolução apresentado pelo Japão, mas sem o caráter obrigatório.
O documento exige que a Coréia do Norte respeite a moratória unilateral assinada em 1999 e volte às conversas de seis lados (com Estados Unidos, Rússia, China, Coréia do Sul e Japão) para abandonar seus programas nucleares.
Além disso, os outros membros da ONU são orientados a não transferir material e tecnologia que a Coréia do Norte possa usar para fabricar mísseis ou desenvolver programas de armas de destruição em massa.
No entanto, a minuta não considera o lançamento de mísseis por parte da Coréia do Norte uma ameaça à paz e à segurança mundiais.
O embaixador da China na ONU, Wang Guangya, disse que o objetivo da sua proposta é "obter uma resposta unificada do Conselho" para a crise dos mísseis. Ele defendeu uma decisão "responsável, construtiva e prudente".
"Durante o fim de semana, a China fez muitos esforços para melhorar o texto da declaração presidencial. Esperamos que os demais países também demonstrem flexibilidade", afirmou.
O Japão decidiu adiar a votação de sua resolução, à espera dos resultados da missão que a China enviou à Coréia do Norte para desbloquear as negociações.
O embaixador da Rússia, Vitaly Churkin, disse que o Conselho de Segurança deve dar uma "mensagem firme e unânime" e apoiou a minuta de declaração presidencial da China.
"Não entendemos a insistência num projeto de resolução, que consideramos muito emotivo, inadequado política e legalmente nas circunstâncias atuais", disse.
Churkin citou o editorial de hoje do jornal "The New York Times", observando que a Coréia do Norte não violou nenhuma obrigação internacional, já que a moratória de 1999 foi unilateral.
No entanto, para o embaixador britânico, Emyr Jones Perry, o texto da declaração presidencial não é firme o bastante e não ajudará a resolver a crise.
"A declaração não reconhece as ações da Coréia do Norte como uma ameaça. Por isso, achamos mais lógico manter a resolução, que é a resposta certa, e adiar a decisão até sabermos qual é a posição norte-coreana", assinalou.
Por sua vez, o embaixador do Japão, Kenzo Oshima, disse que, se os mísseis norte-coreanos tivessem apontando para outra direção, a posição de Pequim seria diferente.
"O lançamento de mísseis significa uma ameaça real ao Japão e a outros países da região", declarou Oshima.
Com agências internacionais
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