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14/07/2006
-
15h00
da Folha Online
Aviões israelenses destruíram o edifício onde mora o líder do Hizbollah, xeque Hassan Nasrallah, nesta sexta-feira, em mais uma ação da ofensiva militar que já dura dois dias no sul do Líbano.
Após a ação, Nasrallah --que não estava no local no momento do ataque-- deu declarações por telefone à TV libanesa, prometendo vingança.
"Vocês queriam uma guerra declarada. Vocês terão uma guerra", afirmou. "Vocês escolheram ir à guerra com uma nação (...) que possui capacidade, experiência e coragem", afirmou Nasrallah.
O prédio, que fica em uma área de alta segurança ao sul de Beirute, abriga a sede do grupo, além de casas de líderes do Hizbollah. Fumaça foi vista sobre a capital após quatro explosões quase simultâneas. Uma quinta explosão atingiu a região em seguida.
Segundo redes de TV locais, uma ponte do sul de Beirute foi atingida. A força aérea israelense também alvejou a estrada que liga Beirute a Damasco pela segunda vez.
A força aérea israelense intensificou os ataques contra o Líbano nesta sexta-feira e concentra-se em minar a infra-estrutura do Hizbollah. Aparentemente, a intenção é impedir o envio de armas e ajuda de países vizinhos ao grupo extremista no Líbano.
Um míssil foi lançado contra a estação de rádio de Al Nour, na região de Haret Hreik, ao sul de Beirute, mas não atingiram o alvo e os mísseis caíram sobre um prédio de apartamentos. Não houve relato de vítimas e a estação continuou realizando transmissões.
Aviões israelenses atingiram o aeroporto internacional de Beirute por três vezes desde a quarta-feira (12). A sede da rede de TV Al Manar, ligada ao Hizbollah, também foi atacada.
Mais de 300 foguetes Katyuscha atingiram 20 cidades israelenses vindos da fronteira com o Líbano, matando dois civis e ferindo mais de 140, desde a última quarta-feira. Os ataques de Israel mataram 66 pessoas no Líbano --em sua maioria civis-- e deixaram mais de 200 feridos.
Entre os mortos no Líbano, há uma família de brasileiros, o professor libanês Akil Merhi, 34, sua mulher, Ahlam Merhi, 28, e dois filhos do casal. Eles moravam em Foz do Iguaçu (PR), estavam em férias no Oriente Médio e deveriam retornar para casa no fim de julho.
Há informações que Israel bombardeou, por ar e mar, a ponte de Zaharani, 50 km ao sul de Beirute, segundo a emissora TV libanesa LBC. A ação teria deixado mortos e feridos e atingido a maior central de energia elétrica desta região.
A força aérea de Israel também atacou a principal estrada que liga Beirute a Damasco e reforçou o cerco aéreo, naval e terrestre ao Líbano.
Autoridades de segurança israelenses aprovaram novas ofensivas contra o Hizbollah. Segundo fontes israelenses, o Exército deve atingir novos alvos durante a noite desta sexta-feira.
"O Hizbollah está atacando civis inocentes, inclusive homens e mulheres. Nós tomaremos medidas enérgicas para defendê-los", afirmou o ministro de governo Isaac Herzog.
EUA
O presidente americano, George W. Bush, defendeu a ação israelense na reunião do G8 ocorrida nesta sexta-feira em São Petersburgo, mas expressou o temor de que os ataques enfraqueçam o governo libanês.
Bush prometeu ainda pressionar Israel para que poupe as vidas inocentes, apesar da intensificação dos ataques no Líbano. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, pediu que Israel se contenha e exigiu que a Síria controle o Hizbollah.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou nesta quinta-feira que qualquer ataque de Israel contra a Síria gerará uma 'dura resposta' do mundo islâmico.
A União Européia (UE) e a Rússia criticaram a ação de Israel, dizendo que ela é "exagerada".
O chefe da diplomacia da União Européia (UE), Javier Solana, viajará amanhã ao Oriente Médio para se reunir com autoridades israelenses, libanesas e palestinas.
Crise
O Hizbollah --que deseja libertar prisioneiros detidos em Israel-- realiza ataques freqüentes com foguetes na fronteira do sul do Líbano desde 1996, quando Israel realizou uma ofensiva contra o grupo extremista na região, que durou 17 dias.
A atual crise teve início há dois dias, quando o grupo Hizbollah seqüestrou dois soldados israelenses --a ação deixou outros oitos soldados mortos. Em troca da libertação dos dois reféns, o grupo exige a libertação de prisioneiros detidos em Israel.
Entre eles, está o extremista Samir al Quntar, que cumpre 542 anos de prisão e é acusado de um seqüestro ocorrido em 1979, no qual o israelense Danny Haran, 28, e sua filha de quatro anos foram mortos. Autoridades israelenses rejeitaram a exigência.
Israel acusa o Líbano de ser responsável pelas ações do Hizbollah, grupo apoiado pela Síria e pelo Irã que possui membros no Parlamento e no governo libanês.
Nesta quinta-feira, dois foguetes Katyuscha atingiram o porto de Haifa, a terceira mais importante cidade de Israel, que fica a cerca de 50 km ao sul da fronteira com o Líbano. De acordo com informações do Exército de Israel, não houve registro de vítimas.
Israel atribui os ataques ao Hizbollah, que nega a ação.
Com agências internacionais
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Aviões israelenses destruíram o edifício onde mora o líder do Hizbollah, xeque Hassan Nasrallah, nesta sexta-feira, em mais uma ação da ofensiva militar que já dura dois dias no sul do Líbano.
Após a ação, Nasrallah --que não estava no local no momento do ataque-- deu declarações por telefone à TV libanesa, prometendo vingança.
"Vocês queriam uma guerra declarada. Vocês terão uma guerra", afirmou. "Vocês escolheram ir à guerra com uma nação (...) que possui capacidade, experiência e coragem", afirmou Nasrallah.
O prédio, que fica em uma área de alta segurança ao sul de Beirute, abriga a sede do grupo, além de casas de líderes do Hizbollah. Fumaça foi vista sobre a capital após quatro explosões quase simultâneas. Uma quinta explosão atingiu a região em seguida.
Segundo redes de TV locais, uma ponte do sul de Beirute foi atingida. A força aérea israelense também alvejou a estrada que liga Beirute a Damasco pela segunda vez.
A força aérea israelense intensificou os ataques contra o Líbano nesta sexta-feira e concentra-se em minar a infra-estrutura do Hizbollah. Aparentemente, a intenção é impedir o envio de armas e ajuda de países vizinhos ao grupo extremista no Líbano.
Um míssil foi lançado contra a estação de rádio de Al Nour, na região de Haret Hreik, ao sul de Beirute, mas não atingiram o alvo e os mísseis caíram sobre um prédio de apartamentos. Não houve relato de vítimas e a estação continuou realizando transmissões.
Aviões israelenses atingiram o aeroporto internacional de Beirute por três vezes desde a quarta-feira (12). A sede da rede de TV Al Manar, ligada ao Hizbollah, também foi atacada.
Mais de 300 foguetes Katyuscha atingiram 20 cidades israelenses vindos da fronteira com o Líbano, matando dois civis e ferindo mais de 140, desde a última quarta-feira. Os ataques de Israel mataram 66 pessoas no Líbano --em sua maioria civis-- e deixaram mais de 200 feridos.
Entre os mortos no Líbano, há uma família de brasileiros, o professor libanês Akil Merhi, 34, sua mulher, Ahlam Merhi, 28, e dois filhos do casal. Eles moravam em Foz do Iguaçu (PR), estavam em férias no Oriente Médio e deveriam retornar para casa no fim de julho.
Há informações que Israel bombardeou, por ar e mar, a ponte de Zaharani, 50 km ao sul de Beirute, segundo a emissora TV libanesa LBC. A ação teria deixado mortos e feridos e atingido a maior central de energia elétrica desta região.
A força aérea de Israel também atacou a principal estrada que liga Beirute a Damasco e reforçou o cerco aéreo, naval e terrestre ao Líbano.
Autoridades de segurança israelenses aprovaram novas ofensivas contra o Hizbollah. Segundo fontes israelenses, o Exército deve atingir novos alvos durante a noite desta sexta-feira.
"O Hizbollah está atacando civis inocentes, inclusive homens e mulheres. Nós tomaremos medidas enérgicas para defendê-los", afirmou o ministro de governo Isaac Herzog.
EUA
O presidente americano, George W. Bush, defendeu a ação israelense na reunião do G8 ocorrida nesta sexta-feira em São Petersburgo, mas expressou o temor de que os ataques enfraqueçam o governo libanês.
Bush prometeu ainda pressionar Israel para que poupe as vidas inocentes, apesar da intensificação dos ataques no Líbano. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, pediu que Israel se contenha e exigiu que a Síria controle o Hizbollah.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou nesta quinta-feira que qualquer ataque de Israel contra a Síria gerará uma 'dura resposta' do mundo islâmico.
A União Européia (UE) e a Rússia criticaram a ação de Israel, dizendo que ela é "exagerada".
O chefe da diplomacia da União Européia (UE), Javier Solana, viajará amanhã ao Oriente Médio para se reunir com autoridades israelenses, libanesas e palestinas.
Crise
O Hizbollah --que deseja libertar prisioneiros detidos em Israel-- realiza ataques freqüentes com foguetes na fronteira do sul do Líbano desde 1996, quando Israel realizou uma ofensiva contra o grupo extremista na região, que durou 17 dias.
A atual crise teve início há dois dias, quando o grupo Hizbollah seqüestrou dois soldados israelenses --a ação deixou outros oitos soldados mortos. Em troca da libertação dos dois reféns, o grupo exige a libertação de prisioneiros detidos em Israel.
Entre eles, está o extremista Samir al Quntar, que cumpre 542 anos de prisão e é acusado de um seqüestro ocorrido em 1979, no qual o israelense Danny Haran, 28, e sua filha de quatro anos foram mortos. Autoridades israelenses rejeitaram a exigência.
Israel acusa o Líbano de ser responsável pelas ações do Hizbollah, grupo apoiado pela Síria e pelo Irã que possui membros no Parlamento e no governo libanês.
Nesta quinta-feira, dois foguetes Katyuscha atingiram o porto de Haifa, a terceira mais importante cidade de Israel, que fica a cerca de 50 km ao sul da fronteira com o Líbano. De acordo com informações do Exército de Israel, não houve registro de vítimas.
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Com agências internacionais
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