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14/07/2006
-
15h15
da Efe
da Folha Online
O governo de Beirute pediu nesta sexta-feira ao Conselho de Segurança (CS) da ONU que atue para estabelecer um cessar-fogo e pôr fim ao bloqueio aéreo e marítimo imposto ao Líbano por Israel.
Em reunião aberta, com caráter urgente, os membros do CS debateram a situação no Líbano após a captura de dois soldados israelenses por parte do grupo terrorista Hizbollah e os bombardeios de Israel contra infra-estruturas civis libanesas, que causaram 66 mortes.
Ações do Hizbollah contra israelenses --tanto na emboscada para seqüestrar soldados e em lançamento de foguetes Katyusha-- também deixaram vítimas: dez mortos [dos quais oito são militares] e mais de cem feridos.
O resultado da sessão foi uma breve declaração à imprensa, na qual os 15 membros do CS expressam seu apoio à missão política enviada à região pelo secretário-geral, Kofi Annan, para resolver a crise.
O presidente rotativo do CS, o embaixador francês Jean-Marc de la Sablière, instou a "todas as partes envolvidas a cooperar plenamente" com a missão da ONU e expressou sua esperança de que se alcance um cessar-fogo.
"Agressões
Durante a reunião, o embaixador do Líbano na ONU, Nouhad Mahmoud, qualificou as ações de Israel de "agressões, que violam todas as resoluções, leis e convenções internacionais", e desvinculou seu país dos ataques das guerrilhas do Hizbollah.
Para frear a escalada de violência, Mahmoud pediu ao CS que tome uma decisão "clara" que permita "estabelecer um cessar-fogo e acabar o bloqueio aéreo e marítimo imposto ao Líbano".
Mahmoud afirmou que as ações de Israel "criam obstáculos aos esforços para consolidar a democracia, já que menosprezam a soberania do Líbano e as tentativas de exercer a autoridade em todo o território".
Por isso, o embaixador pediu à comunidade internacional que aborde de forma imediata e ampla a crise atual, suas conseqüências e suas causas.
O embaixador libanês lembrou que Israel fez caso omisso aos pedidos do governo libanês de negociar por meio da ONU e outras partes envolvidas na busca de uma saída para a crise.
"São evidentes as intenções dos israelenses de aumentar a tensão e continuar matando e destruindo com a política abrasiva pela qual são conhecidos", disse o embaixador libanês.
Ação contínua
O Exército de Israel manteve seus ataques nesta sexta-feira contra infra-estruturas no Líbano, com o objetivo de impedir a transferência a outro país de seus soldados seqüestrados.
O embaixador de Israel, Dan Gillerman, justificou as ações de seu país como respostas aos ataques continuados do Hizbollah, que atua do Líbano contra o território israelense, e lamentou que os civis libaneses tenham que pagar o preço pela "inação" e "inaptidão" de seu governo.
"A ação de Israel é em resposta à declaração de guerra do Líbano", afirmou.
Gillerman ressaltou que o governo de Beirute perdeu numerosas oportunidades no passado de reabilitar e exercer autoridade em todo o país, depois que Israel se retirou do sul do Líbano em maio de 2000.
"Em seu lugar, deixaram que a região do sul do Líbano fosse ocupada pelo terrorismo", acrescentou. Gillerman disse que o desarmamento de grupos como o Hizbollah é uma obrigação internacional estabelecida na resolução 1559, adotada em setembro de 2004.
O embaixador israelense também arremeteu contra a Síria e o Irã, por considerar que estão por trás das ações do Hizbollah.
"O Líbano está ocupado pelo terrorismo, no sul atacam Israel, e em Beirute, os ex-primeiros-ministros", afirmou o diplomata em referência a Rafik Hariri, ex-premiê libanês assassinado em fevereiro de 2004.
Na reunião do CS, o subsecretário para Operações de Manutenção da Paz da ONU, Jean-Marie Guéhenno, fez um repasse dos eventos que conduziram à atual crise.
Conflito
O conflito começou na última quarta-feira, quando o Hizbollah lançou vários foguetes contra posições do Exército de Israel, e depois cruzaram a fronteira --estabelecida pela ONU-- para capturar dois soldados israelenses.
Como resposta, as forças aéreas israelenses atacaram posições do Hizbollah no Líbano, assim como infra-estruturas civis, entre elas aeroportos, pontes e estradadas.
As supervisão da região por parte da missão da ONU no Líbano (Unifil) ficou limitada, disse Guéhenno, que pediu às partes que exerçam moderação e permitam a entrada de ajuda humanitária.
O subsecretário-geral para Assuntos Políticos da ONU, Ibrahim Gambari, mostrou sua esperança de que a missão mediadora enviada pelo secretário-geral, Kofi Annan, liderada por seu assessor especial Vijay Nambiar, contribua para acalmar a situação.
"Farão uma chamada pela libertação dos soldados capturados, para que as partes exerçam moderação e para que estabeleçam um cessar-fogo", acrescentou.
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da Folha Online
O governo de Beirute pediu nesta sexta-feira ao Conselho de Segurança (CS) da ONU que atue para estabelecer um cessar-fogo e pôr fim ao bloqueio aéreo e marítimo imposto ao Líbano por Israel.
Em reunião aberta, com caráter urgente, os membros do CS debateram a situação no Líbano após a captura de dois soldados israelenses por parte do grupo terrorista Hizbollah e os bombardeios de Israel contra infra-estruturas civis libanesas, que causaram 66 mortes.
Ações do Hizbollah contra israelenses --tanto na emboscada para seqüestrar soldados e em lançamento de foguetes Katyusha-- também deixaram vítimas: dez mortos [dos quais oito são militares] e mais de cem feridos.
O resultado da sessão foi uma breve declaração à imprensa, na qual os 15 membros do CS expressam seu apoio à missão política enviada à região pelo secretário-geral, Kofi Annan, para resolver a crise.
O presidente rotativo do CS, o embaixador francês Jean-Marc de la Sablière, instou a "todas as partes envolvidas a cooperar plenamente" com a missão da ONU e expressou sua esperança de que se alcance um cessar-fogo.
"Agressões
Durante a reunião, o embaixador do Líbano na ONU, Nouhad Mahmoud, qualificou as ações de Israel de "agressões, que violam todas as resoluções, leis e convenções internacionais", e desvinculou seu país dos ataques das guerrilhas do Hizbollah.
Para frear a escalada de violência, Mahmoud pediu ao CS que tome uma decisão "clara" que permita "estabelecer um cessar-fogo e acabar o bloqueio aéreo e marítimo imposto ao Líbano".
Mahmoud afirmou que as ações de Israel "criam obstáculos aos esforços para consolidar a democracia, já que menosprezam a soberania do Líbano e as tentativas de exercer a autoridade em todo o território".
Por isso, o embaixador pediu à comunidade internacional que aborde de forma imediata e ampla a crise atual, suas conseqüências e suas causas.
O embaixador libanês lembrou que Israel fez caso omisso aos pedidos do governo libanês de negociar por meio da ONU e outras partes envolvidas na busca de uma saída para a crise.
"São evidentes as intenções dos israelenses de aumentar a tensão e continuar matando e destruindo com a política abrasiva pela qual são conhecidos", disse o embaixador libanês.
Ação contínua
O Exército de Israel manteve seus ataques nesta sexta-feira contra infra-estruturas no Líbano, com o objetivo de impedir a transferência a outro país de seus soldados seqüestrados.
O embaixador de Israel, Dan Gillerman, justificou as ações de seu país como respostas aos ataques continuados do Hizbollah, que atua do Líbano contra o território israelense, e lamentou que os civis libaneses tenham que pagar o preço pela "inação" e "inaptidão" de seu governo.
"A ação de Israel é em resposta à declaração de guerra do Líbano", afirmou.
Gillerman ressaltou que o governo de Beirute perdeu numerosas oportunidades no passado de reabilitar e exercer autoridade em todo o país, depois que Israel se retirou do sul do Líbano em maio de 2000.
"Em seu lugar, deixaram que a região do sul do Líbano fosse ocupada pelo terrorismo", acrescentou. Gillerman disse que o desarmamento de grupos como o Hizbollah é uma obrigação internacional estabelecida na resolução 1559, adotada em setembro de 2004.
O embaixador israelense também arremeteu contra a Síria e o Irã, por considerar que estão por trás das ações do Hizbollah.
"O Líbano está ocupado pelo terrorismo, no sul atacam Israel, e em Beirute, os ex-primeiros-ministros", afirmou o diplomata em referência a Rafik Hariri, ex-premiê libanês assassinado em fevereiro de 2004.
Na reunião do CS, o subsecretário para Operações de Manutenção da Paz da ONU, Jean-Marie Guéhenno, fez um repasse dos eventos que conduziram à atual crise.
Conflito
O conflito começou na última quarta-feira, quando o Hizbollah lançou vários foguetes contra posições do Exército de Israel, e depois cruzaram a fronteira --estabelecida pela ONU-- para capturar dois soldados israelenses.
Como resposta, as forças aéreas israelenses atacaram posições do Hizbollah no Líbano, assim como infra-estruturas civis, entre elas aeroportos, pontes e estradadas.
As supervisão da região por parte da missão da ONU no Líbano (Unifil) ficou limitada, disse Guéhenno, que pediu às partes que exerçam moderação e permitam a entrada de ajuda humanitária.
O subsecretário-geral para Assuntos Políticos da ONU, Ibrahim Gambari, mostrou sua esperança de que a missão mediadora enviada pelo secretário-geral, Kofi Annan, liderada por seu assessor especial Vijay Nambiar, contribua para acalmar a situação.
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