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20/07/2006 - 09h00

Violência diminui, mas ataques de Israel e Hizbollah continuam

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da Folha Online

Depois de uma noite relativamente calma no Líbano, com a diminuição dos ataques israelenses à região, a aviação de Israel voltou a lançar ataques contra o território libanês nesta quinta-feira. O grupo terrorista Hizbollah também lançou cerca de 20 foguetes contra o norte de Israel, sem deixar nenhuma vítima.

Militares israelenses dizem ter feito 80 novos ataques aéreos contra o Líbano nas primeiras horas desta quinta-feira. Além dos bombardeios, agora estão ocorrendo combates entre soldados israelenses e membros dos Hizbollah ao longo da fronteira entre os dois países, em território libanês.

Membros da corporação dos marines chegaram nesta quinta-feira ao Líbano para ajudar na retirada de cidadãos americanos no país. O atual conflito entre Israel e o Hizbollah, cujo estopim foi o seqüestro de dois soldados israelenses, no último dia 12, já matou mais de 300 pessoas no Líbano e 29 em Israel. Cerca de 700 mil libaneses e estrangeiros deixaram a região após o início dos confrontos.

AP
Família libanesa foge de seu país, em carro, para escapar dos ataques aéreos de Israel
Foi o primeiro retorno de tropas americanas ao Líbano desde a retirada de 1984, meses depois que um ataque suicida destruiu uma sede dos marines, matando 241 membros da corporação.

Cerca de 40 marines desembarcaram em uma praia na região cristã ao norte de Beirute no início da manhã, para levarem cerca de 1.200 americanos até o Chipre, em mais esforço dos EUA para retirar seus cidadãos da zona de conflito.

Não há registro de ataques israelenses contra o Líbano durante a ação dos EUA para retirar seus cidadão daquele país.

O Hizbollah --cuja ligação com o Irã e a Síria fez crescer os temores de que o conflito pudesse se espalhar pela região-- não impediu a saída de milhares de estrangeiros detidos no Líbano após o bombardeio de aeroportos, portos e estradas em ataques de Israel.

"Estamos muito felizes por ir embora", afirmou a americana de origem libanesa Fadia Semaan, que deixava o país ao lado do marido e de três filhos. "Estamos acostumados com a guerra de 30 anos atrás, mas as crianças não estão", disse seu marido, George.

Ataques

Nesta quinta-feira, aviões israelenses atacaram locais de predominância xiitas em Baalbek e Hermel, no leste do Líbano, e a cidade de Bir al Abed, ao sul de Beirute, além outras vilas da região.

Tropas israelenses atravessaram a fronteira com o Líbano em algumas ocasiões nos últimos dias, para impedir que membros do Hizbollah lancem foguetes contra o território israelense.

AP
Centenas esperam em fila para embarcar em navio indiano que retira estrangeiros do Líbano
Também nesta quinta-feira, membros do Hizbollah lançaram cerca de 20 foguetes contra o norte de Israel, atingindo quatro regiões diferentes, mas sem deixar vítimas.

Em um dos ataques a sul de Israel, tropas israelenses foram enviadas para armar uma emboscada para integrantes do Hizbollah. Um soldado de Israel foi gravemente ferido na ação.

Na fronteira da cidade israelense de Avivim, membros do Hizbollah lançaram um míssil antitanque contra um blindado israelense enviado para destruir a infra-estrutura do grupo. Um soldado que estava no tanque ficou gravemente ferido. Um segundo sofreu ferimentos leves.

Nesta quarta-feira --o dia mais violento dos confrontos até agora-- ataques aéreos de Israel mataram 65 civis libaneses. Foguetes do Hizbollah mataram duas crianças israelenses na cidade de Nazaré, ao norte de Israel.

Brasileiros

Sete brasileiros já morreram em decorrência dos ataques de Israel contra o sul do Líbano.

A sétima vítima brasileira da violência é o comerciante Dib Barakat , 62, libanês naturalizado brasileiro que morou por 20 anos em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, e foi subprefeito de Riacho Grande.

Outra vítima brasileira é o comerciante libanês naturalizado brasileiro Rodrigo Aiman Daher, 35, que morreu na cidade de Sur, a 100 km de Beirute. Ele foi morto por volta das 16h (10h de Brasília) desta terça-feira, no momento em que estava em um café próximo de um prédio atingido por um míssil de Israel.

Um garoto brasileiro de 7 anos que morava em Foz do Iguaçu (PR) também morreu no Líbano. Na semana passada, as ações de Israel causaram ainda a morte de uma família brasileira [mãe, pai e duas crianças, de quatro e oito anos], também de Foz do Iguaçu.

O professor Akil Merhi, 34, sua mulher, Ahlam Merhi, 28, e os dois filhos brasileiros do casal estavam em férias no Líbano e deveriam retornar para casa no fim de julho.

Trégua

Não há sinais de que Israel ou o Hizbollah pretendam cessar imediatamente os confrontos.

A Rússia se uniu aos pedidos de cessar-fogo, mas os Estados Unidos --principal aliado de Israel-- se opõe a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU pelo fim dos ataques.

Segundo o premiê libanês, Fouad Siniora, mais de 500 mil deixaram a região. Ele pediu ajuda internacional. O premiê israelense, Ehud Olmert, disse que os bombardeios irão durar "o tempo necessário" para que os dois soldados seqüestrados pelo Hizbollah sejam libertados e para que o grupo terrorista libanês seja desarmado.

A ofensiva de Israel no Líbano coincidiu com uma ação na faixa de Gaza para libertar um terceiro soldado, seqüestrado por extremistas palestinos em 25 de junho.

Com agências internacionais

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