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22/07/2006 - 15h23

Comboio de ônibus para retirar brasileiros sofre atraso no Líbano

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da Folha Online

Um comboio de dez ônibus que estava previsto para sair neste sábado da região do vale do Bekaa, no Líbano, a 15 km da fronteira com a Síria, levando 405 brasileiros, sofreu um atraso de 48 horas e só deve deixar a região na manhã de segunda-feira (24).

O Itamaraty informou que o número total de brasileiros retirados de Beirute e levados até Adana desde o início dos esforços é de 330.

Na segunda-feira, o grupo deve seguir para Damasco, onde a Embaixada do Brasil na Síria já providenciou abrigo. Nove brasileiros já estão alojados no local.

Segundo o Itamaraty, um dos motivos do atraso seria o receio dos motoristas sírios em percorrer o trajeto. Outra razão da demora, segundo o ministério, seria a geografia da região, que concentra várias aldeias espalhadas, o que dificulta o recolhimento dos brasileiros.

Três ônibus levando 137 brasileiros deixaram Beirute às 9h da manhã deste sábado e já chegaram a Adana, na Turquia. Neste domingo, 70 pessoas devem deixar Beirute em um navio fretado com destino a Turquia e desembarcarão em um porto localizado a 45 km de Adana.

De lá, o grupo embarca no avião da FAB (Força Aérea Brasileira), que segundo o Itamaraty, já aterrissou em Adana.

Vôos da FAB fariam o transporte dos brasileiros que não possuem bilhetes de companhias comerciais de Adana para o Brasil em três vôos --amanhã, na segunda-feira (24) e na terça-feira (25).

No entanto, neste sábado, o Itamaraty informou que serão quatro vôos -- no domingo, na segunda-feira, na quarta-feira (26) e na quinta-feira (27). Segundo o ministério, a pausa na terça-feira é necessária, já que apenas dois aviões realizam o transporte dos brasileiros.

O ministério não soube informar o número total de brasileiros que tentam deixar o país. Anteriormente, o Itamaraty informou que são 8.000 os brasileiros matriculados no Consulado do Brasil no Líbano, e que estima-se que 70 mil estejam no país.

Ajuda

Nesta sexta-feira, o Itamaraty admitiu que o governo brasileiro está encontrando dificuldades em resgatar cerca de mil brasileiros localizados no vale do Bekaa, que querem deixar o país.

O coordenador do grupo de trabalho de apoio aos brasileiros no Líbano, embaixador Everton Vieira Vargas, afirmou que o governo está negociando com companhias aéreas nacionais e internacionais a possibilidade de ajuda no resgate de brasileiros no Líbano.

Vargas evitou dar detalhes das negociações e preferiu não comentar se haverá pagamento pelo serviço ou mesmo fornecimento de combustível no caso de envolvimento dessas empresas.

Até agora, o governo já repassou para cada representação diplomática na região entre US$ 5.000 e US$ 10 mil para as despesas emergenciais na assistência aos brasileiros.

Os ataques de Israel ao Líbano já envolvem um número de vítimas civis brasileiras jamais visto em um conflito armado desde a Segunda Guerra Mundial, segundo informou nesta quinta-feira o embaixador que coordena o grupo de apoio a brasileiros no Líbano, Everton Vieira Vargas.

Até agora, o Itamaraty reconhece oficialmente a morte de sete brasileiros no conflito.

Ataques

Israel bombardeou antenas de TV e de telefonia celular no Líbano neste sábado e prometeu ampliar a ofensiva terrestre contra o grupo terrorista Hizbollah, após 11 dias de confrontos.

Reuters
Ataques aéreos israelenses atingem torres de comunicação de 3 redes de TV no Líbano
De acordo com o Ministério de Saúde Pública do Líbano, ao menos 360 pessoas já morreram e outras 1.350 ficaram feridas no país desde o início dos confrontos entre Israel e o Hizbollah.

Segundo o ministério, as vítimas incluem 20 soldados libaneses e seis membros do Hizbollah. Entre os civis, estão oito canadenses, dois kuaitianos, um iraquiano e um jordaniano. Em Israel, 35 pessoas morreram --19 soldados, 15 civis e um piloto.

Israel reforça suas tropas terrestres na fronteira, com a convocação de mais de 3.000 soldados da reserva. O ministro israelense da Defesa, Amir Peretz, admitiu a possibilidade de uma ampla ofensiva terrestre para dar fim aos lançamentos de foguetes Katyuscha contra alvos de Israel.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmou que uma ação terrestre de Israel significaria uma "escalada muito séria" no conflito.

A força aérea israelense continuou a bombardear o Líbano na noite desta sexta-feira e na manhã deste sábado, atingindo ao menos 70 alvos em todo o país.

Os ataques destruíram sedes do Hizbollah, depósitos de armazenamento de mísseis e armas e linhas de comunicação, além de mais de 40 locais de lançamento de foguetes. Mais de 1.800 alvos foram atingidos desde o início da operação de Israel no Líbano.

Saída

As tropas de Israel também mantém a pressão nas cidades da fronteira com o sul do Líbano, fazendo breves incursões terrestres, segundo o Exército israelense.

Forças israelenses pediram que os moradores de dez vilas do sul do Líbano deixem a região a partir das 18h deste sábado (12h de Brasília), devido a ataques aéreos contra o Hizbollah.

Segundo fontes militares, o Exército pediu que os moradores saísse por meio de mensagens telefônicas e pedidos feitos pelos líderes das comunidades. Não houve relato imediato de quantas pessoas devem deixar o sul do Líbano.

Foguetes

Dez pessoas ficaram feridas em Israel neste sábado depois que mais de cem foguetes Katyusha atingiram cidades do norte israelense. Na cidade de Kiryat Shmona, seis pessoas ficaram levemente feridas em decorrência dos 26 foguetes que atingiram a região da cidade.

AP
Bombeiro apaga fogo causado por foguete Katyuscha lançado pelo Hizbollah contra Israel
Catorze foguetes atingiram Nahariya. A cidade de Carmiel foi atingida por outros 13 foguetes.

Mísseis do Hizbollah também caíram sobre Safed, Rosh Pina, Ma'alot, Golan Heights, Kiryat Shmona e Galiléia. Seis foguetes atingiram descampados em Haifa, onde 16 ficaram feridos.

Na Gailéia, duas pessoas ficaram feridas. Uma vítima sofreu ferimentos leves em Yesod Hama'aleh, assim como um morador de Rosh Pina.

Duas casas foram destruídas na região oeste da Galiléia, perto de Ma'alot. Foguetes atingiram duas casas vazias em Nahariya, sem deixar vítimas.

Com agências internacionais

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