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29/07/2006
-
16h45
da Folha Online
Israel rejeitou neste sábado a proposta de uma trégua de três dias entre o seu Exército e o grupo terrorista libanês Hizbollah para permitir o atendimento às vítimas do conflito e o envio de comida e medicamentos ao sul do Líbano.
A proposta foi feita na sexta-feira pelo coordenador de assuntos humanitários da ONU (Organização das Nações Unidas), Jan Egeland, ao Conselho de Segurança da entidade. Ele pretendia entrar em contato com autoridades israelenses e dirigentes do Hizbollah para tentar obter um acordo.
"Israel não pode aceitar um cessar-fogo com o Hizbollah porque essa organização terrorista aproveitaria a oportunidade para concentrar os civis nas zonas de combate com o objetivo de utilizá-los como escudos humanos", afirmou Gideon Meir, alto funcionário do ministério israelense das Relações Exteriores.
O secretário do governo israelense Israel Maimon também afirmou, neste sábado, que o país se recusa a fixar uma data limite para a ofensiva no Líbano.
Para Israel, é o Hizbollah que tem impedido a chegada de ajuda humanitária ao Líbano a fim de provocar uma crise e culpá-lo por ela. O país convidou a ONU a checar o envio de ajuda humanitária. Mesmo assim, outros países continuam mandando aviões e navios carregados de alimentos e remédios.
A marinha americana chegou ao porto de Beirute com 20 mil cobertores, remédios e outros materiais para distribuição imediata. O Egito e a Jordânia também enviaram aviões com medicamentos, comida e equipes médicas. Os Emirados Árabes enviaram 40 toneladas de comida e medicamentos. Em Dubai, por meio de um programa de televisão, foram arrecadados US$ 13,4 milhões para ajuda ao povo libanês.
Conflito
No Líbano, as tropas terrestres israelenses que entraram nos últimos dias no sul do país retornaram neste sábado ao vilarejo de Marun al Ras --que está sob controle de Israel desde 23 de julho--, ponto a partir do qual tentam, há uma semana, acabar com a resistência dos combatentes do Hizbollah entrincheirados em Bint Jbeil.
A região de Bint Jbeil, reduto do Hizbollah, fica a apenas três quilômetros de Marun al Ras, e voltou a ser submetida a intensos bombardeios neste sábado: 350 obuses de morteiro foram disparados contra a cidade --que antes da ofensiva israelense tinha 40 mil habitantes-- e contra dois vilarejos próximos, Aitarun e Ainata.
De acordo com números da polícia, aviões israelenses realizaram 120 ataques contra alvos no Líbano nas últimas 36 horas. Doze civis morreram em bombardeios. Uma mulher e seus cinco filhos foram mortos num ataque perto da cidade de Nabatiyeh. Mais seis civis morreram em ataques realizados por helicópteros israelenses contra o povoado de Ain Arab, perto de Ghajar, localidade ocupada parcialmente por Israel.
Também hoje, aviões israelenses dispararam três mísseis a 300 metros de um prédio da alfândega na fronteira sírio-libanesa, em Masnaa, próximo do vale do Bekaa, do lado do Líbano.
O ataque forçou o fechamento da fronteira nos dois sentidos pela primeira vez desde que começou o conflito --é por ela que chega ajuda humanitária ao Líbano e é por ela também que dezenas de milhares de libaneses fugiram para a Síria nos últimos dias. A ação não deixou feridos e danificou dois carros. Segundo balanço, mais de 750 mil pessoas estão desabrigadas no 18º dia de conflito no sul do Líbano.
O secretário-geral do grupo terrorista islâmico Hizbollah, Hassan Nasrallah, por sua vez, prometeu neste sábado, em discurso transmitido pela rede de televisão Al Manar, atacar mais cidades do centro de Israel. Ontem, o Hizbollah disparou um míssil com cem quilos de explosivos contra a cidade de Afula.
"O bombardeio a Afula é o início de uma etapa, e há muitas cidades no centro [entre Afula e Haifa] que serão [atacadas] na próxima investida caso continue a agressão caótica contra o nosso povo", afirmou Nasrallah. Em nenhum momento o secretário do Hizbollah se referiu a um possível cessar-fogo.
O estopim do conflito foi o seqüestro de dois soldados israelenses levado a cabo pelo Hizbollah no último dia 12. Desde o início dos confrontos, a violência já deixou cerca de 445 mortos no Líbano --entre eles, mais de 380 civis, 20 soldados libaneses e 35 terroristas-- e mais de 52 mortos em Israel, sendo 19 civis. Entre os mortos no Líbano, há sete cidadãos brasileiros, três deles crianças.
Com agências internacionais
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Israel rejeita proposta de trégua; Hizbollah diz que atacará centro
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Israel rejeitou neste sábado a proposta de uma trégua de três dias entre o seu Exército e o grupo terrorista libanês Hizbollah para permitir o atendimento às vítimas do conflito e o envio de comida e medicamentos ao sul do Líbano.
A proposta foi feita na sexta-feira pelo coordenador de assuntos humanitários da ONU (Organização das Nações Unidas), Jan Egeland, ao Conselho de Segurança da entidade. Ele pretendia entrar em contato com autoridades israelenses e dirigentes do Hizbollah para tentar obter um acordo.
"Israel não pode aceitar um cessar-fogo com o Hizbollah porque essa organização terrorista aproveitaria a oportunidade para concentrar os civis nas zonas de combate com o objetivo de utilizá-los como escudos humanos", afirmou Gideon Meir, alto funcionário do ministério israelense das Relações Exteriores.
O secretário do governo israelense Israel Maimon também afirmou, neste sábado, que o país se recusa a fixar uma data limite para a ofensiva no Líbano.
Para Israel, é o Hizbollah que tem impedido a chegada de ajuda humanitária ao Líbano a fim de provocar uma crise e culpá-lo por ela. O país convidou a ONU a checar o envio de ajuda humanitária. Mesmo assim, outros países continuam mandando aviões e navios carregados de alimentos e remédios.
A marinha americana chegou ao porto de Beirute com 20 mil cobertores, remédios e outros materiais para distribuição imediata. O Egito e a Jordânia também enviaram aviões com medicamentos, comida e equipes médicas. Os Emirados Árabes enviaram 40 toneladas de comida e medicamentos. Em Dubai, por meio de um programa de televisão, foram arrecadados US$ 13,4 milhões para ajuda ao povo libanês.
Ammar Awad/Reuters |
Soldados israelenses em local atacado pelo grupo terrorista libanês Hizbollah |
No Líbano, as tropas terrestres israelenses que entraram nos últimos dias no sul do país retornaram neste sábado ao vilarejo de Marun al Ras --que está sob controle de Israel desde 23 de julho--, ponto a partir do qual tentam, há uma semana, acabar com a resistência dos combatentes do Hizbollah entrincheirados em Bint Jbeil.
A região de Bint Jbeil, reduto do Hizbollah, fica a apenas três quilômetros de Marun al Ras, e voltou a ser submetida a intensos bombardeios neste sábado: 350 obuses de morteiro foram disparados contra a cidade --que antes da ofensiva israelense tinha 40 mil habitantes-- e contra dois vilarejos próximos, Aitarun e Ainata.
De acordo com números da polícia, aviões israelenses realizaram 120 ataques contra alvos no Líbano nas últimas 36 horas. Doze civis morreram em bombardeios. Uma mulher e seus cinco filhos foram mortos num ataque perto da cidade de Nabatiyeh. Mais seis civis morreram em ataques realizados por helicópteros israelenses contra o povoado de Ain Arab, perto de Ghajar, localidade ocupada parcialmente por Israel.
Issam Kobeisy/Reuters |
Família libanesa confere estragos causados após ataque de Israel neste sábado |
O ataque forçou o fechamento da fronteira nos dois sentidos pela primeira vez desde que começou o conflito --é por ela que chega ajuda humanitária ao Líbano e é por ela também que dezenas de milhares de libaneses fugiram para a Síria nos últimos dias. A ação não deixou feridos e danificou dois carros. Segundo balanço, mais de 750 mil pessoas estão desabrigadas no 18º dia de conflito no sul do Líbano.
O secretário-geral do grupo terrorista islâmico Hizbollah, Hassan Nasrallah, por sua vez, prometeu neste sábado, em discurso transmitido pela rede de televisão Al Manar, atacar mais cidades do centro de Israel. Ontem, o Hizbollah disparou um míssil com cem quilos de explosivos contra a cidade de Afula.
"O bombardeio a Afula é o início de uma etapa, e há muitas cidades no centro [entre Afula e Haifa] que serão [atacadas] na próxima investida caso continue a agressão caótica contra o nosso povo", afirmou Nasrallah. Em nenhum momento o secretário do Hizbollah se referiu a um possível cessar-fogo.
O estopim do conflito foi o seqüestro de dois soldados israelenses levado a cabo pelo Hizbollah no último dia 12. Desde o início dos confrontos, a violência já deixou cerca de 445 mortos no Líbano --entre eles, mais de 380 civis, 20 soldados libaneses e 35 terroristas-- e mais de 52 mortos em Israel, sendo 19 civis. Entre os mortos no Líbano, há sete cidadãos brasileiros, três deles crianças.
Com agências internacionais
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