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05/05/2003
-
02h42
"Quando eu olho para fora de manhã, é como se eu acordasse em "Utopia'", disse George Eliot, pseudônimo da escritora inglesa Mary Ann Evans, uma das maiores expressões da literatura inglesa, a respeito de Edimburgo.
A capital da Escócia parece mesmo imaginária. Um cenário teatral caprichado, "dramático", como definem muito bem os padronizados folhetos turísticos.
É que tudo impressiona: a topografia da cidade, situada entre colinas vulcânicas e o mar Negro, a arquitetura imponente, uma história carregada de batalhas e intrigas reais e o peso da tradição intelectual e literária.
Na chegada você logo se depara com um castelo-fortaleza com ares de mal-humorado, instalado no alto de uma colina, como se vigiasse tudo o que acontece embaixo. A cidade divide-se em duas: a chamada Cidade Antiga, que é medieval e começa a partir do castelo, e a elegante Cidade Nova, que, apesar do nome, já completou 200 anos e reúne o conjunto mais bonito de prédios e praças georgianas do Reino Unido.
Pequena e compacta, é possível conhecer Edimburgo a pé, especialmente a parte antiga, que integra a lista da Unesco dos patrimônios históricos mundiais. O castelo é visita obrigatória não apenas pelo valor histórico -reúne construções dos séculos 11 ao 20, que já serviram de fortaleza e palácio real a prisão do governo-, mas porque oferece uma vista panorâmica da cidade.
O prédio mais antigo de Edimburgo está lá dentro. É a capela de St. Margaret, intacta há quase 900 anos. Outro momento alto do tour pelo sombrio castelo é o quarto -por sinal, minúsculo- em que Maria Stuart, a rainha da Escócia, deu à luz, no século 16, um garotão que veio a ser o rei Jaime 6º da Escócia e também Jaime 1º da Inglaterra, responsável pela união das duas Coroas.
Saindo do castelo, você desce a famosa Royal Mile, constituída de quatro ruas estreitas, de paralelepípedos, mais de 60 vielas e pátios internos medievais e recheada do que há de melhor para o turista: pequenos museus, monumentos, pubs e lojas. Ali você passa um dia inteiro e ainda quer voltar.
Um dos monumentos históricos é a catedral St. Giles; de estilo gótico, mantém a célebre flecha em forma de coroa no alto da torre. E atenção: na frente da igreja, observando o movimento dos transeuntes, você pode ser levado a julgar injustamente a educação dos escoceses. É comum presenciar jovens ou velhos, bem vestidos ou não, lançando enérgicas cuspidas ao chão.
Os mais supersticiosos nem pisam ali. É que sob a área, definida de maneira pouco visível por pedras de granito arredondadas, ficava o corredor da morte, a cela dos piores criminosos.
Na Royal Mile fica ainda a Lady Stairs House, casa do século 17 que abriga o museu do Escritor, dedicado à vida e às obras dos três mais importantes escritores escoceses: Robert Burns (1759-1796), Walter Scott (1771-1832) e Robert Louis Stevenson (1850-1894).
A história está espalhada e conservada por toda a cidade. Dessa forma, se der vontade de se largar um pouco em uma mesinha da região, a sugestão é a casa onde viveu o homem de dupla personalidade que inspirou o clássico do suspense inglês "O Médico e o Monstro", de Stevenson.
Transformada em café -The Deacon's House Brodie-, ela fica num beco minúsculo, muito charmoso, coalhado de referências à vida do bizarro morador, que de dia fazia parte do conselho da cidade e à noite chefiava uma quadrilha de ladrões.
Na hora de pagar a conta, não pense que a tradição de roubar foi mantida na casa de Willliam Brodie. Em qualquer lugar da cidade você paga cerca de 1,40 libras (R$ 6,50) por um cafezinho.
Saia e uísque
Se, mesmo sabendo que a libra vale cerca de seis vezes o real, você insistir em adquirir uma saia kilt -um dos ícones escoceses-, com um cashmere básico combinando, siga pela Royal Mile, onde há uma das mais antigas lojas do ramo, a The Tartan Gift Shop, de 1889, ou redondezas. Ainda no quesito ícone, uma espécie de museu do uísque conta a história e mostra a fabricação da bebida nacional, o Scotch Whisky Heritage Center.
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Castelo de Edimburgo exprime força da Escócia
da enviada especial da Folha de S.Paulo ao Reino Unido"Quando eu olho para fora de manhã, é como se eu acordasse em "Utopia'", disse George Eliot, pseudônimo da escritora inglesa Mary Ann Evans, uma das maiores expressões da literatura inglesa, a respeito de Edimburgo.
A capital da Escócia parece mesmo imaginária. Um cenário teatral caprichado, "dramático", como definem muito bem os padronizados folhetos turísticos.
É que tudo impressiona: a topografia da cidade, situada entre colinas vulcânicas e o mar Negro, a arquitetura imponente, uma história carregada de batalhas e intrigas reais e o peso da tradição intelectual e literária.
Na chegada você logo se depara com um castelo-fortaleza com ares de mal-humorado, instalado no alto de uma colina, como se vigiasse tudo o que acontece embaixo. A cidade divide-se em duas: a chamada Cidade Antiga, que é medieval e começa a partir do castelo, e a elegante Cidade Nova, que, apesar do nome, já completou 200 anos e reúne o conjunto mais bonito de prédios e praças georgianas do Reino Unido.
Pequena e compacta, é possível conhecer Edimburgo a pé, especialmente a parte antiga, que integra a lista da Unesco dos patrimônios históricos mundiais. O castelo é visita obrigatória não apenas pelo valor histórico -reúne construções dos séculos 11 ao 20, que já serviram de fortaleza e palácio real a prisão do governo-, mas porque oferece uma vista panorâmica da cidade.
O prédio mais antigo de Edimburgo está lá dentro. É a capela de St. Margaret, intacta há quase 900 anos. Outro momento alto do tour pelo sombrio castelo é o quarto -por sinal, minúsculo- em que Maria Stuart, a rainha da Escócia, deu à luz, no século 16, um garotão que veio a ser o rei Jaime 6º da Escócia e também Jaime 1º da Inglaterra, responsável pela união das duas Coroas.
Saindo do castelo, você desce a famosa Royal Mile, constituída de quatro ruas estreitas, de paralelepípedos, mais de 60 vielas e pátios internos medievais e recheada do que há de melhor para o turista: pequenos museus, monumentos, pubs e lojas. Ali você passa um dia inteiro e ainda quer voltar.
Um dos monumentos históricos é a catedral St. Giles; de estilo gótico, mantém a célebre flecha em forma de coroa no alto da torre. E atenção: na frente da igreja, observando o movimento dos transeuntes, você pode ser levado a julgar injustamente a educação dos escoceses. É comum presenciar jovens ou velhos, bem vestidos ou não, lançando enérgicas cuspidas ao chão.
Os mais supersticiosos nem pisam ali. É que sob a área, definida de maneira pouco visível por pedras de granito arredondadas, ficava o corredor da morte, a cela dos piores criminosos.
Na Royal Mile fica ainda a Lady Stairs House, casa do século 17 que abriga o museu do Escritor, dedicado à vida e às obras dos três mais importantes escritores escoceses: Robert Burns (1759-1796), Walter Scott (1771-1832) e Robert Louis Stevenson (1850-1894).
A história está espalhada e conservada por toda a cidade. Dessa forma, se der vontade de se largar um pouco em uma mesinha da região, a sugestão é a casa onde viveu o homem de dupla personalidade que inspirou o clássico do suspense inglês "O Médico e o Monstro", de Stevenson.
Transformada em café -The Deacon's House Brodie-, ela fica num beco minúsculo, muito charmoso, coalhado de referências à vida do bizarro morador, que de dia fazia parte do conselho da cidade e à noite chefiava uma quadrilha de ladrões.
Na hora de pagar a conta, não pense que a tradição de roubar foi mantida na casa de Willliam Brodie. Em qualquer lugar da cidade você paga cerca de 1,40 libras (R$ 6,50) por um cafezinho.
Saia e uísque
Se, mesmo sabendo que a libra vale cerca de seis vezes o real, você insistir em adquirir uma saia kilt -um dos ícones escoceses-, com um cashmere básico combinando, siga pela Royal Mile, onde há uma das mais antigas lojas do ramo, a The Tartan Gift Shop, de 1889, ou redondezas. Ainda no quesito ícone, uma espécie de museu do uísque conta a história e mostra a fabricação da bebida nacional, o Scotch Whisky Heritage Center.
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