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05/05/2003
-
02h45
Bem ao contrário da irmã velha, a New Town, ou Cidade Nova, é espaçosa. Com ruas largas e jardins, é o lado chique de Edimburgo. É lá que mora a elite, onde dificilmente se encontra uma casa por menos de 1 milhão de libras.
Muitas das praças são até particulares, de uso exclusivo dos proprietários das residências ao redor -a casa onde viveu o escritor Louis Stevenson é uma delas.
Em contraste com a medieval, a Cidade Nova foi construída no estilo georgiano, no século 18, quando o rei George 3º estava no poder. Como a irmã medieval, ela é imponente e impressiona, mas pela elegância.
O que separa as duas é a principal rua da capital, a Princes Street, espécie de Quinta Avenida de Edimburgo, onde fica o comércio frenético, as grandes lojas, muitos restaurantes e pubs.
Não há como se perder ali. Tudo acontece nas três ruas paralelas: a Princes, a George e -adivinhe o que vem depois da princesa e do rei?- a Queen Street. Percorrer a George pede uma parada a cada cruzamento para observar, de um lado, os jardins da Princes e o castelão medieval em segundo plano, do outro, o estuário. Além disso, a George foi projetada para começar e terminar em uma praça. E a Charlote Square, a mais elegante da cidade, é uma delas.
Espírito escocês
Para ter uma vista grandiosa da cidade, além da proporcionada pelo castelo, providencie um carro. Você pode encontrar um par perfeito de guias como o que ciceroneou a reportagem.
O motorista, muitíssimo bem informado, gentil e sempre impecável com terno e lencinho no bolso do paletó, chama-se Charles, e a guia, veja só, Diane, doce e sorridente como se espera de uma britânica com tal nome. O melhor é que, com a ajuda dos guias, o estrangeiro se envolve com o espírito do lugar e dos habitantes.
Charles, depois de alguns dias de convivência, trouxe uma foto sua na última festa em que compareceu de kilt. Também proporcionou uma pequena degustação de uísque, dentro da van, acompanhada da amanteigada e inesquecível guloseima short bread.
O biscoito é vendido em qualquer lugar da Escócia, mas o do tipo "home made" (feito em casa) é infinitamente mais saboroso do que o industrializado.
"Os escoceses são muito orgulhosos do seu país", disse Diana, acrescentando que lá não se erguem monumentos em homenagem a soldados ou a conquistadores; os heróis são os escritores.
Aliás, há cerca de 200 anos os escoceses fazem um tributo todo 25 de janeiro à memória do bardo Robert Burns, o poeta que imortalizou o haggis em verso (devidamente declamado por George na van). Ir à Escócia prevê não apenas saracotear de kilt e degustar uísque, mas comer haggis, prato típico do país e, pode-se dizer, para pessoas que apreciam um sarapatel. É feito de miúdos de carneiro e aveia, tudo moído.
Deixando o haggis de lado, que pode muito bem ser degustado num bom restaurante típico, como o Keepers (13B, Dundas Street), mas ficando com a carne vermelha de primeiríssima, em um ambiente moderno e vista deslumbrante, a dica é o novo Oloroso (33, Castle Street).
Fica na cobertura do prédio, com vista para o castelo. Funciona de dia e à noite, quando o castelo se ilumina e você é capaz de babar, em vez de comer.
O restaurante não é barato, uma entrada e um prato custam em média 23,50 libras. Quem preferir pode parar no "lounge" e brindar a bela vista. Assim: "slainte vhar!" (Pronuncia-se "slangi var" e significa "saúde" em gaélico, o idioma dos celtas, ainda falado por uma minoria na Escócia.)
E agora dê adeus a "Edinbrá", como todos pronunciam o nome da capital, e siga rumo ao interior do país.
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da enviada especial da Folha de S.Paulo ao Reino UnidoBem ao contrário da irmã velha, a New Town, ou Cidade Nova, é espaçosa. Com ruas largas e jardins, é o lado chique de Edimburgo. É lá que mora a elite, onde dificilmente se encontra uma casa por menos de 1 milhão de libras.
Muitas das praças são até particulares, de uso exclusivo dos proprietários das residências ao redor -a casa onde viveu o escritor Louis Stevenson é uma delas.
Bell Kranz/Folha Imagem |
Ao fundo, Prince Street, uma das principais vias da Cidade Nova, em Edimburgo |
Em contraste com a medieval, a Cidade Nova foi construída no estilo georgiano, no século 18, quando o rei George 3º estava no poder. Como a irmã medieval, ela é imponente e impressiona, mas pela elegância.
O que separa as duas é a principal rua da capital, a Princes Street, espécie de Quinta Avenida de Edimburgo, onde fica o comércio frenético, as grandes lojas, muitos restaurantes e pubs.
Não há como se perder ali. Tudo acontece nas três ruas paralelas: a Princes, a George e -adivinhe o que vem depois da princesa e do rei?- a Queen Street. Percorrer a George pede uma parada a cada cruzamento para observar, de um lado, os jardins da Princes e o castelão medieval em segundo plano, do outro, o estuário. Além disso, a George foi projetada para começar e terminar em uma praça. E a Charlote Square, a mais elegante da cidade, é uma delas.
Espírito escocês
Para ter uma vista grandiosa da cidade, além da proporcionada pelo castelo, providencie um carro. Você pode encontrar um par perfeito de guias como o que ciceroneou a reportagem.
O motorista, muitíssimo bem informado, gentil e sempre impecável com terno e lencinho no bolso do paletó, chama-se Charles, e a guia, veja só, Diane, doce e sorridente como se espera de uma britânica com tal nome. O melhor é que, com a ajuda dos guias, o estrangeiro se envolve com o espírito do lugar e dos habitantes.
Charles, depois de alguns dias de convivência, trouxe uma foto sua na última festa em que compareceu de kilt. Também proporcionou uma pequena degustação de uísque, dentro da van, acompanhada da amanteigada e inesquecível guloseima short bread.
O biscoito é vendido em qualquer lugar da Escócia, mas o do tipo "home made" (feito em casa) é infinitamente mais saboroso do que o industrializado.
"Os escoceses são muito orgulhosos do seu país", disse Diana, acrescentando que lá não se erguem monumentos em homenagem a soldados ou a conquistadores; os heróis são os escritores.
Aliás, há cerca de 200 anos os escoceses fazem um tributo todo 25 de janeiro à memória do bardo Robert Burns, o poeta que imortalizou o haggis em verso (devidamente declamado por George na van). Ir à Escócia prevê não apenas saracotear de kilt e degustar uísque, mas comer haggis, prato típico do país e, pode-se dizer, para pessoas que apreciam um sarapatel. É feito de miúdos de carneiro e aveia, tudo moído.
Deixando o haggis de lado, que pode muito bem ser degustado num bom restaurante típico, como o Keepers (13B, Dundas Street), mas ficando com a carne vermelha de primeiríssima, em um ambiente moderno e vista deslumbrante, a dica é o novo Oloroso (33, Castle Street).
Fica na cobertura do prédio, com vista para o castelo. Funciona de dia e à noite, quando o castelo se ilumina e você é capaz de babar, em vez de comer.
O restaurante não é barato, uma entrada e um prato custam em média 23,50 libras. Quem preferir pode parar no "lounge" e brindar a bela vista. Assim: "slainte vhar!" (Pronuncia-se "slangi var" e significa "saúde" em gaélico, o idioma dos celtas, ainda falado por uma minoria na Escócia.)
E agora dê adeus a "Edinbrá", como todos pronunciam o nome da capital, e siga rumo ao interior do país.
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