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23/06/2003
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06h02
Curativos, pequenas cirurgias, cachaça e catuaba. Pode não ser a melhor receita, mas a combinação garante a popularidade de um "quase farmacêutico" de São Luís. Antônio de Jesus Santos, 80, o seu Tonico, é dono do ambulatório Santos, em Praia Grande, coração histórico da cidade (r. Humberto de Campos, 205).
"Muitos fregueses confiam mais em mim do que nos médicos", gaba-se Tonico, que não chegou a concluir o curso de farmacologia, mas é dono de uma alquimia própria quando o assunto é bebida.
Garrafas da popular catuaba composta (leva erva-doce, cravo, canela e jatobá e custa de R$ 3,50 a R$ 10), dita afrodisíaca; dos licores de frutas (de R$ 2,50 a R$ 10); ou da cachaça temperada "bom que dói" (R$ 10), todas sorvidas após meses em infusão (curtidas), podem ser vistas nas prateleiras enquanto seu Tonico mede a pressão de mais um cliente fiel.
Minutos antes, quando a reportagem chegou ao ambulatório, circunscrito a dois cubículos, ele fazia "uma cirurgia" em um homem que padecia de um furúnculo debaixo do braço.
Esses ingredientes dignos de um romance de realismo fantástico fazem a diferença de uma visita, ou melhor, de um dedo de prosa com o sempre ocupado, mas não menos receptivo, seu Tonico.
Um bom começo de conversa é perguntar-lhe sobre o tal segredo da catuaba que jura fazer a diferença. Claro, ele não vai revelar a tal substância milagrosa, com a desculpa de que o preparo é feito em sua casa, e não ali.
Sem aparentar os 80 anos, seu Tonico confessa que nos últimos anos deixou de bebericar a sua catuaba composta com a disposição de antanho.
Só de quando em quando. Permite-se uma cerveja no almoço, mas sem abusar.
Não bastasse o exotismo do ofício, Tonico também passou a ser assediado pela condição de pai do cantor e compositor Zeca Baleiro. "Sempre disse para ele arranjar uma profissão de homem, que prestasse, mas ficava com cerimônia", afirma Tonico, que tem ascendência síria. Hoje, orgulhoso, estampa na parede a foto gigante do filho.
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Seu Tonico receita catuaba e cachaça
Do enviado especial da Folha de S.Paulo a São Luís (MA)Curativos, pequenas cirurgias, cachaça e catuaba. Pode não ser a melhor receita, mas a combinação garante a popularidade de um "quase farmacêutico" de São Luís. Antônio de Jesus Santos, 80, o seu Tonico, é dono do ambulatório Santos, em Praia Grande, coração histórico da cidade (r. Humberto de Campos, 205).
"Muitos fregueses confiam mais em mim do que nos médicos", gaba-se Tonico, que não chegou a concluir o curso de farmacologia, mas é dono de uma alquimia própria quando o assunto é bebida.
Garrafas da popular catuaba composta (leva erva-doce, cravo, canela e jatobá e custa de R$ 3,50 a R$ 10), dita afrodisíaca; dos licores de frutas (de R$ 2,50 a R$ 10); ou da cachaça temperada "bom que dói" (R$ 10), todas sorvidas após meses em infusão (curtidas), podem ser vistas nas prateleiras enquanto seu Tonico mede a pressão de mais um cliente fiel.
Minutos antes, quando a reportagem chegou ao ambulatório, circunscrito a dois cubículos, ele fazia "uma cirurgia" em um homem que padecia de um furúnculo debaixo do braço.
Esses ingredientes dignos de um romance de realismo fantástico fazem a diferença de uma visita, ou melhor, de um dedo de prosa com o sempre ocupado, mas não menos receptivo, seu Tonico.
Um bom começo de conversa é perguntar-lhe sobre o tal segredo da catuaba que jura fazer a diferença. Claro, ele não vai revelar a tal substância milagrosa, com a desculpa de que o preparo é feito em sua casa, e não ali.
Sem aparentar os 80 anos, seu Tonico confessa que nos últimos anos deixou de bebericar a sua catuaba composta com a disposição de antanho.
Só de quando em quando. Permite-se uma cerveja no almoço, mas sem abusar.
Não bastasse o exotismo do ofício, Tonico também passou a ser assediado pela condição de pai do cantor e compositor Zeca Baleiro. "Sempre disse para ele arranjar uma profissão de homem, que prestasse, mas ficava com cerimônia", afirma Tonico, que tem ascendência síria. Hoje, orgulhoso, estampa na parede a foto gigante do filho.
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