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21/07/2003 - 05h22

Penedo une profusão de hotéis e comilança

JULIANA DORETTO
Da enviada especial da Folha de S.Paulo a Itatiaia (RJ)

Para quem adora ver montanhas e cachoeiras --de longe-- e troca qualquer escalada por uma boa sauna, Penedo pode cair bem. Quase no meio de duas capitais (a 255 km de São Paulo e a 155 km do Rio de Janeiro), o bairro do município de Itatiaia (RJ) é um dos locais campeões na concentração de hotéis por metro quadrado.

Pelas três estradinhas que cortam o lugar, espalham-se cerca de 70 hotéis e pousadas que, juntos, somam mais de 2.500 leitos. Tamanha concentração hoteleira é acompanhada de gastronomia e de bares com música ao vivo.

A tradição de hospedagem vem dos fundadores de Penedo, um grupo de 300 finlandeses vegetarianos que fugiu do território gélido europeu e da culinária dominada pela carne suína em busca de um clima mais propício para o cultivo de vegetais. Durante a Segunda Guerra, a produção de laranja, à qual se dedicavam, foi substituída pela hotelaria, devido ao baixo preço da fruta.

Os restaurantes (cerca de 30) agradam a vários paladares -servem de comida baiana a japonesa, sem deixar faltar massas e carnes- e não agridem o bolso.

No finlandês Koskenkorva (tel. 0/xx/24/3351-1314), o prato festa do viking (com vários tipos de salsicha, linguiça e joelho de porco) sai por R$ 40 e serve três pessoas. No dinamarquês Danbo (tel. 0/xx/24/3351-2061), o fondue de carne, com 15 acompanhamentos, sai por R$ 44, para três pessoas. Longe do centro, o Truta Viva oferece o peixe com molho de pinhão por R$ 16,90 (para dois).

Apesar da vocação para a vida noturna, o bairro carece de táxis e de ônibus depois das 23h. Até a farmácia fica fechada após as 20h, e quem precisar de remédios vai ter de mandar buscar no município vizinho de Resende, a 15 minutos do bairro.

"Finlandês para inglês ver"

Apesar de Penedo ser a única colônia finlandesa da América Latina, sobrou pouco dos costumes trazidos pelos imigrantes. Tudo no bairro leva o título de "finlandês", mesmo que seja um sorvete italiano ou um café expresso, o que deixa no ar o tom de "finlandês para inglês ver". Os descendentes de fato, suas roupas e músicas e a história da sauna podem ser vistos no Clube Finlândia e no museu.

A sauna --uma palavra finlandesa-- é talvez a maior contribuição dos imigrantes de Penedo para o país. "Como lá faz muito frio, é uma forma mais agradável e relaxante de tomar banho", afirma Helena de Souza Hildén, diretora do Clube Finlândia.

Segundo ela, "na Finlândia, é chamada de sauna apenas o que se denomina aqui como sauna seca. A a vapor tem origem no banho turco". Além da generalização do nome, o banho sofreu outra modificação: na terra natal, os pioneiros batiam folhas de bétula no corpo durante o banho; no Brasil, tiveram de trocar a planta por eucalipto.

No centro, conhecido como Baixo Penedo (por ser, de fato, a parte mais baixa do bairro), foi construída, em 1998, a Pequena Finlândia, réplica de uma cidadezinha típica finlandesa, com casinhas de madeira coloridas, que abrigam diversas lojas de artesanato, de roupas e de chocolates (uma barra sai por R$ 1,50), além de bares e cafés.

Entre as casas, uma é muito disputada pelas crianças, apesar de não oferecer nenhuma gostosura: a Casa do Papai Noel, feita sob os mesmos moldes da residência oficial do bom velhinho, na região da Lapônia, uma Província da Finlândia. O ingresso custa R$ 3 (crianças menores de dois anos não pagam).

Em seu lar "de verão", Papai Noel fica à disposição durante todo o ano, recebendo cartinhas e batendo papo com a garotada, que olha, espantada, os detalhes da casa --como o chinelo do gorducho, estrategicamente colocado ao lado da cama, e o trenó, que veio da Finlândia. Quem acha que está se comportando bem neste ano e quiser pedir um presentinho pode endereçar um pedido para rua das Velas, 100, Penedo, Itatiaia, CEP 27.530-050. O velhinho promete que responde.

Juliana Doretto viajou a convite da Abih - RJ (Associação Brasileira da Indústria Hoteleira do Rio de Janeiro).


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