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21/07/2003 - 06h41

Balão resenha curvas da Mantiqueira

HELOISA LUPINACCI
Enviada especial da Folha de S.Paulo a Pindamonhangaba (SP)

Enorme, ela se deita no meio de três metrópoles. Entre Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo, a serra da Mantiqueira é solo de cidades, como Campos do Jordão, de picos, como o das Agulhas Negras, e de natureza, como na região da APA (Área de Proteção Ambiental) da Mantiqueira.

Heloisa Lupinacci/Folha Imagem
Passeio de balão explora suavemente a serra da Mantiqueira a partir do vale do Paraíba, região que fica entre ela e a serra do Mar


Para ser apresentado a ela em grande estilo, um vôo de balão em Pindamonhangaba, no vale do Paraíba, entre as serras da Mantiqueira e do Mar, escancara as curvas dessa gigante.

Madrugada

A mobilização para o vôo começa cedo: o balão decola por volta das 7h. Mas um súbito despertar acontece por conta do interesse inevitável que surge ao acompanhar o enchimento do balão. Deitado no chão, ele toma forma e se ajeita na posição vertical com a ajuda dos balonistas.

Cheio e de pé, é hora de encher o cesto, que, feito de vime, parece uma cesta de piquenique com divisórias internas: o comandante e seus cilindros de gás ficam no meio, separados das duas turmas de quatro pessoas, uma de cada lado, no balão em que cabem oito.

Todos a bordo, é hora de descobrir a potência do maçarico que aquece o ar do balão. Uma labareda digna de Pentecostes surge com um enorme barulho, e pontua todo o vôo. Claro que ela vem acompanhada de um calorão: parece que são três secadores de cabelo virados todos para o mesmo ponto do cocuruto do passageiro.

Qualquer pessoa pode voar, menos mulheres grávidas. Para crianças, a regra é usar o bom senso. Antes de mais nada, quem decide se ela pode ou não entrar é o balonista. Em segundo lugar, vem a vontade da criança, que, ao entrar no cesto, pode se assustar com o maçarico, por exemplo.

Diminutivos

A decolagem é das mais suaves. Do alto, as vacas viram vaquinhas, as casas, casinhas, e os rios, riachinhos. Então, fica grande demais tratar a cidade de Pindamonhangaba. Vira logo Pinda.

A serra da Mantiqueira envolve a região sobrevoada. O balão parece estar planando dentro de uma enorme xícara feita de terra. O relevo é tomado de contornos curvilíneos, suaves.

Se a altura causar algum tipo de tensão no passageiro, ela logo perderá lugar para uma tradição das mais chiques: quem voa de balão tem que fazer um brinde com champanhe no céu. O tintim celeste é o primeiro ritual do qual o voador participará.

Dependendo do vento --que pode ajudar no passeio, carregando suavemente o balão, atrapalhar, empurrando-o para a serra, ou, ainda, pregar uma peça, deixando-o estático no ar--, o vôo pode alçar grandes distâncias.

Em dias bons, decola-se em Pinda, rumando à vizinha Taubaté, onde é feito o pouso.

Caso as condições de vôo não estejam adequadas (com chuva ou ventania excessiva), o passeio é cancelado, e a data é renegociada. Em casos extremos, se não houver possibilidade de o passageiro voar de novo, o dinheiro é devolvido.

Mas, se tudo correr bem, e na maioria das vezes corre, a volta de balão durará uma hora e meia.

Não tão delicado quanto a decolagem, o pouso pode assustar. O balão vai encostando no chão até parar, quase quicando. A regra ensinada no começo
deve ser usada agora: mãos dentro da cesta.

Desde o primeiro minuto de vôo, uma equipe de resgate fica de olho no céu, vendo para onde o balão ruma. Então, a bordo de picapes, ela vai em direção ao provável ponto de pouso, que é sempre uma incógnita.

Com os pés de volta ao chão, é a hora de se esbaldar com um lanche, em que são servidos pães, panquecas e outros que tais.

Então, vem o batismo, cerimônia a ser realizada com todos que experimentam pela primeira vez o vôo movido a ar quente.

O ritual tem na sua lista de ingredientes os seguintes itens: um isqueiro, um punhado de terra, umas gotas d'água e uns fios de cabelo.

Pode parecer bruxaria, mas não se deixe intimidar, é só uma cerimônia para fechar um dia todo inesquecível.

Heloisa Lupinacci viajou a convite da SRC Viagens e Turismo


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