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10/05/2004 - 05h12

Flórida: Broadway faz uma visita a Busch Gardens

PEDRO IVO DUBRA
enviado especial da Folha de S.Paulo à Flórida

Busch Gardens, Tampa, oito horas da noite. Smokings e vestidos brilhantes abandonam as limusines e pisam o tapete vermelho para presenciar o espetáculo "Katonga - Musical Tales from the Jungle" (lendas musicais da selva), a nova atração do parque temático criado em 1959, um dos destinos diletos do turismo de massa nos EUA.

A reportagem da Folha, devidamente engravatada, acompanhou a pré-estréia do "show", primeira incursão do gênero, em tais proporções, do sempre expansivo padrão Broadway de qualidade por aquelas paragens da Flórida.

Aberto desde o dia 8 de abril ao público, o musical de 35 minutos de duração e elenco formado por 18 artistas se filia ao tema básico do parque onde é exibido, a África e a sua natureza.

No enredo, há um quarteto de personagens que almejam ser "griots", contadores de histórias. No palco, eles desfiam as suas sagas, entre elas, a de uma lagarta que se transforma em borboleta. As narrativas são todas entremeadas por passagens que reúnem saltos acrobáticos e atores fantasiados de insetos, macacos, sapos.

Entre os responsáveis pela empreitada está o designer de fantoches e bonecos Michael Curry, que trabalhou nas produções de "O Rei Leão" e "O Beijo da Mulher Aranha", além do iluminador Don Holder, vencedor do Tony, espécie de Oscar teatral dos EUA. São realizadas quatro sessões diárias "gratuitas" da peça, ou seja, incluídas no preço do ingresso. Cada apresentação comporta até 1.200 espectadores.

A primeira delas revelou uma faceta interessante do fenômeno Broadway na Terra do Sol: sem ser propriamente "Hamlet", "Katonga" representa o teatro dentro do teatro. Ou melhor, o entretenimento dentro do entretenimento.

Tudo num parque temático transpira a encenação, da aparência cenográfica dos prédios às atitudes dos funcionários e dos animadores das atrações.

Os próprios freqüentadores parecem transformar-se em personagens e, ávidos, percorrem as atrações como se elas fossem performances.

A première de "Katonga - Musical Tales from the Jungle" exacerbou a teatralidade latente: a platéia gritava e batia palmas em cena aberta a cada acrobacia ou firula vocal. Na porta do teatro Moroccan Palace, antes do início da apresentação, turistas "comuns" olhavam para os convidados, separados pelo cordão de isolamento, e deles batiam fotos, tentando descobrir quem eram as celebridades, a exemplo de uma certa telenovela brasileira.

A excitação dos que assistiram à peça tinha fundamento: em termos de espetaculosidade, o musical lança mão de efeitos especiais e mudanças de cenários requintados. O Busch Gardens não revela o valor do investimento, mas não é difícil deduzir que milhões de dólares, entre a produção, a divulgação e a manutenção da engrenagem, foram ali empregados.

E, se sobra espetáculo, falta um pouco de trama, que poderia ser mais encorpada. Poderia haver mais texto e menos pretexto para a exibição de ações mirabolantes.

De qualquer forma, ainda que alguns prefiram a síntese e a sugestão ao desenfreado fluxo de efeitos, o pano desce, as pessoas se põem de pé e com fúria aplaudem o que viram. A felicidade e a fantasia triunfam mais uma vez.

Pedro Ivo Dubra viajou a convite da Busch Entertainment Corporation.

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