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26/07/2004
-
03h01
da Revista da Folha
Greenwich Village, Nova York; praia do Espelho, Ipanema; Consolação, São Paulo; Castro, San Francisco; Ribeira, Barcelona; Soho, Londres. Que mundo colorido! Se você é "marinheiro" de primeira viagem, não se acanhe. Caso tenha esquecido de comprar um guia ou de dar uma "googlada" atrás de dicas, siga em frente. É facílimo encontrar a turma GLS nas cidades mais badaladas. Da recepção do hotel ao taxista, há sempre alguém disposto a indicar o caminho da ferveção.
O problema é saber que direção tomar em lugares aparentemente "straight", mas que podem se transformar numa grande descoberta, acima de tudo, cultural.
Uma dica: lembre que você está de férias. Boa dose de paciência sempre cai bem, ainda mais em terra estranha. Prestar atenção nas pessoas é indispensável.
Na Tailândia o impacto rola logo quando o turista sai do aeroporto. A capital, Bancoc, é uma doideira. São cerca de 8 milhões de habitantes, trânsito caótico em meio a carros, motos e bicicletas. Favelas de um lado, arranha-céus moderníssimos de outro. No caminho, discípulos de Buda.
Mapa Thaiways, distribuído de graça nos hotéis, nas mãos, pegue o Skytrain, metrô de superfície, com ar-condicionado e gente "fashion" fervilhando por todas as estações. Ali é fácil descobrir o programa que está "bombando" na cidade. Detalhe: a comunidade gay é imensa em Bancoc.
Querendo algo mais selvagem, siga rumo ao norte em direção à "pérola do norte", como é chamado Chiang Mai, principal reduto dos amantes de turismo de aventura. Os motoristas das tradicionais "tuk-tu"" (motocicletas com carroceria) são os guias "gay-friendly" da noite. Chiang Mai é repleta de bares GLS no centro, onde nativos e turistas --israelenses e ingleses, principalmente-- se reúnem.
Nos finais de semana, as festas atravessam a madrugada. No Ping River, ao lado da ponte Nawarat, na região central, há um quiosque, ponto de encontro GLS. Lá, é possível se deparar com uma turista "L" norte-americana estudando as mulheres-girafas -um dos cartões-postais do país-, conhecidas por usar imensos colares de argolas que esticam o pescoço, com um ex-camponês "G" que fugiu de um vilarejo nas montanhas de Mianmar devido à sua orientação sexual. Chegue discreto, se aproxime, ouça as histórias e faça amigos.
Bem mais difícil, mas ao mesmo tempo desafiador, é saber como vivem os gays em Marrocos, um país muçulmano, aberto ao Ocidente, mas com restrições explícitas ao homossexualismo. Não há lugares exclusivamente GLS. A paquera é discreta, mas pode acontecer em lugares como o McDonald's, em Marrakech.
No coração da cidade, ao redor da praça Djemaa El Fna, há cafés de onde pode-se ter uma vista privilegiada da miscelânea que envolve encantadores de serpentes, músicos, macacos, mulheres cobertas que exibem mãos tatuadas, flautas comandando dançarinos, malabaristas, pitonisas. Suba em um deles e assista ao espetáculo.
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Paciência e discrição são aliados em destino "straight" para gays
ROBERTO DE OLIVEIRAda Revista da Folha
Greenwich Village, Nova York; praia do Espelho, Ipanema; Consolação, São Paulo; Castro, San Francisco; Ribeira, Barcelona; Soho, Londres. Que mundo colorido! Se você é "marinheiro" de primeira viagem, não se acanhe. Caso tenha esquecido de comprar um guia ou de dar uma "googlada" atrás de dicas, siga em frente. É facílimo encontrar a turma GLS nas cidades mais badaladas. Da recepção do hotel ao taxista, há sempre alguém disposto a indicar o caminho da ferveção.
O problema é saber que direção tomar em lugares aparentemente "straight", mas que podem se transformar numa grande descoberta, acima de tudo, cultural.
Uma dica: lembre que você está de férias. Boa dose de paciência sempre cai bem, ainda mais em terra estranha. Prestar atenção nas pessoas é indispensável.
Na Tailândia o impacto rola logo quando o turista sai do aeroporto. A capital, Bancoc, é uma doideira. São cerca de 8 milhões de habitantes, trânsito caótico em meio a carros, motos e bicicletas. Favelas de um lado, arranha-céus moderníssimos de outro. No caminho, discípulos de Buda.
Mapa Thaiways, distribuído de graça nos hotéis, nas mãos, pegue o Skytrain, metrô de superfície, com ar-condicionado e gente "fashion" fervilhando por todas as estações. Ali é fácil descobrir o programa que está "bombando" na cidade. Detalhe: a comunidade gay é imensa em Bancoc.
Querendo algo mais selvagem, siga rumo ao norte em direção à "pérola do norte", como é chamado Chiang Mai, principal reduto dos amantes de turismo de aventura. Os motoristas das tradicionais "tuk-tu"" (motocicletas com carroceria) são os guias "gay-friendly" da noite. Chiang Mai é repleta de bares GLS no centro, onde nativos e turistas --israelenses e ingleses, principalmente-- se reúnem.
Nos finais de semana, as festas atravessam a madrugada. No Ping River, ao lado da ponte Nawarat, na região central, há um quiosque, ponto de encontro GLS. Lá, é possível se deparar com uma turista "L" norte-americana estudando as mulheres-girafas -um dos cartões-postais do país-, conhecidas por usar imensos colares de argolas que esticam o pescoço, com um ex-camponês "G" que fugiu de um vilarejo nas montanhas de Mianmar devido à sua orientação sexual. Chegue discreto, se aproxime, ouça as histórias e faça amigos.
Bem mais difícil, mas ao mesmo tempo desafiador, é saber como vivem os gays em Marrocos, um país muçulmano, aberto ao Ocidente, mas com restrições explícitas ao homossexualismo. Não há lugares exclusivamente GLS. A paquera é discreta, mas pode acontecer em lugares como o McDonald's, em Marrakech.
No coração da cidade, ao redor da praça Djemaa El Fna, há cafés de onde pode-se ter uma vista privilegiada da miscelânea que envolve encantadores de serpentes, músicos, macacos, mulheres cobertas que exibem mãos tatuadas, flautas comandando dançarinos, malabaristas, pitonisas. Suba em um deles e assista ao espetáculo.
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