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18/11/2004
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10h20
Custa caro viajar de navio? Excluindo taxas, excursões, gorjetas e bebidas --e incluindo uma comilança de até cinco refeições diárias, academias de ginástica, quadras, kid's club, muita balada e até cassino--, o preço por pessoa em cabines compartilhadas custa menos de US$ 100 por noite.
Com uma oferta de cabines 40% maior do que a do ano passado, a temporada de cruzeiros está para começar, com a chegada de seis transatlânticos que, nos próximos dias, começam a aportar no Brasil. Mas, quem tiver planos de navegar nesse verão precisa agir logo: há lugares em quase todas as saídas, mas boa parte dos roteiros está vendida.
Os cruzeiros compreendem grandes portos, como Santos, Rio, Salvador (BA) e Recife (PE), e, localidades litorâneas essencialmente turísticas, como Ilhabela (SP), Parati e Búzios (RJ). Com o verão na proa, as companhias se esmeram para criar cruzeiros temáticos, festejar o Natal, brindar o Réveillon e pular o Carnaval.
A Costa Cruzeiros, por exemplo, reedita o seu Natal das Flores (já lotado no Tropicale) e também convoca o chef Giancarlo Bolla para assinar alguns dos seus cardápios.
O Island Escape, o primeiro a chegar, zarpa neste domingo do porto de Santos dando início à sua terceira temporada no Brasil. Já vendeu, segundo Ricardo Amaral, da Sun & Sea, mais de 60% das suas cabines.
O navio, propriedade da britânica Island Cruises, está vindo do Mediterrâneo, onde visitou cidades como Ajaccio, na Córsega (França), e La Spezia, na Itália. e as ilhas de Maiorca e Menorca, que pertencem à Espanha.
"O brasileiro está descobrindo os cruzeiros, e isso vem de seis anos para cá", diz Amaral, que destaca no Island Escape a preocupação em ter 25% de tripulantes nacionais nessa temporada, uma cafeteria chamada Brasil e os cruzeiros temáticos Party, para baladeiros; Wellness, cujo enfoque é cuidar da saúde; Singles, para quem quer namorar; e Movies, para navegantes cinéfilos.
"Estimaria que o mercado brasileiro tem pelo menos cinco milhões de consumidores e, nessa temporada, cerca de 130 mil pessoas devem viajar de navio, o que mostra que o setor deve continuar a crescer", diz Eduardo Nascimento, presidente da Sun & Sea.
Para Nascimento, "o brasileiro descobriu os cruzeiros e já foi o tempo em que tivemos que enfrentar os três carmas injustos sobre as viagens marítimas. Dizia-se que cruzeiro era para velho, que era caro e que enjoava", afirma. Para ele, "nada disso é verdade, o estigma não existe mais".
Já a Costa Cruzeiros, de origem italiana, está dobrando a sua capacidade de 20 mil para 40 mil leitos nessa temporada. A empresa está trazendo dois transatlânticos: o Costa Victoria, que vem pela primeira vez ao Brasil, chegando dia 15 de dezembro, e o Costa Tropicale, que chega para sua quarta temporada.
Navegando em números
Analisando o mercado como um todo, Renê Hermann, presidente da Costa Cruzeiros, estima que no país a oferta de leitos saltou de 85 mil, na temporada 2003/ 2004, para 133 mil leitos, nessa virada do ano, com esses seis navios que estarão operando no Brasil. "Para que se tenha uma idéia, a previsão para este ano de 2004 é que, no mundo, 13,3 milhões de pessoas viajarão de navio", diz Hermann.
Trazendo os navios Blue Dream e Pacific, Guilherme Paulus, diretor-geral da operadora brasileira CVC, planeja ter três transatlânticos na próxima temporada. "Esse mercado tem grande futuro no país, e o brasileiro já tomou gosto por essas viagens em que não é preciso arrumar e desarrumar a mala", diz ele. "Temos 15 anos de experiência, operamos no passado, em conjunto com parceiros, o Funchal e o Danae e, desde o ano passado, estamos trazendo o Blue Dream, que já tem mais ou menos 65% da sua capacidade esgotada, e o Pacific, que prioriza a região de Fernando de Noronha e já vendeu cerca de 80% das cabines", diz Paulus.
Já a italiana MSC decidiu trazer nessa temporada, a terceira que faz desde que abriu seu escritório próprio no Brasil, um novo navio, o Armonia. Com capacidade para 2.223 passageiros, o navio aumenta em 67% a oferta de cabines da MSC em relação a 2003, quando a companhia trouxe o Melody.
Marcia Chiota, diretora da empresa, menciona entre as novidades um cruzeiro de Carnaval em que transatlântico Armonia permanece aportado em Salvador de segunda para terça-feira.
"Vai dar para aproveitar muito, porque depois disso, na terça, o navio só parte às 19h", diz ela, ressaltando que o Armonia tem, por outro lado, um auditório especial para eventos, totalmente à parte da vida social do navio.
Etiqueta à vista
Adaptados ao mercado nacional, os seis navios que visitam a costa brasileira primam pela informalidade e, no caso do Island Escape, a gravata foi abolida mesmo no célebre dia do almoço com o capitão.
Mas há um rito e uma etiqueta própria em toda a viagem de navio e, em geral, há cruzeiros de três, cinco e sete noites.
Em alguns barcos, logo ao embarcar, escolhe-se a mesa que vai ser usada no restaurante durante toda a viagem.
Sim, há, sempre, restaurantes mais informais. Em geral, é preciso dar gorjetas no fim da viagem para a camareira, o maître e o garçom, sendo conveniente contabilizar mais uns US$ 6 por dia por pessoa.
Outra conta que se paga à parte é a das excursões em terra. Em lugares onde o navio pára no porto, dá até para dispensar o passeio, mas, se a área a ser visitada é distante, os passeios guiados são mais que bem-vindos.
Checar diariamente a programação que é deixada na cabine também reserva boas surpresas, informa sobre diversões, ofertas e até sobre o local em que o navio vai aportar na manhã seguinte.
Em geral, os transatlânticos amanhecem nas cidades e navegam de noite, calculando a hora ideal de chegada e navegando na velocidade necessária para chegar no destino.
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da Folha de S.PauloCusta caro viajar de navio? Excluindo taxas, excursões, gorjetas e bebidas --e incluindo uma comilança de até cinco refeições diárias, academias de ginástica, quadras, kid's club, muita balada e até cassino--, o preço por pessoa em cabines compartilhadas custa menos de US$ 100 por noite.
Com uma oferta de cabines 40% maior do que a do ano passado, a temporada de cruzeiros está para começar, com a chegada de seis transatlânticos que, nos próximos dias, começam a aportar no Brasil. Mas, quem tiver planos de navegar nesse verão precisa agir logo: há lugares em quase todas as saídas, mas boa parte dos roteiros está vendida.
Silvio Cioffi/Folha Imagem |
O cassino Monte Carlo, em Mônaco |
Os cruzeiros compreendem grandes portos, como Santos, Rio, Salvador (BA) e Recife (PE), e, localidades litorâneas essencialmente turísticas, como Ilhabela (SP), Parati e Búzios (RJ). Com o verão na proa, as companhias se esmeram para criar cruzeiros temáticos, festejar o Natal, brindar o Réveillon e pular o Carnaval.
A Costa Cruzeiros, por exemplo, reedita o seu Natal das Flores (já lotado no Tropicale) e também convoca o chef Giancarlo Bolla para assinar alguns dos seus cardápios.
O Island Escape, o primeiro a chegar, zarpa neste domingo do porto de Santos dando início à sua terceira temporada no Brasil. Já vendeu, segundo Ricardo Amaral, da Sun & Sea, mais de 60% das suas cabines.
O navio, propriedade da britânica Island Cruises, está vindo do Mediterrâneo, onde visitou cidades como Ajaccio, na Córsega (França), e La Spezia, na Itália. e as ilhas de Maiorca e Menorca, que pertencem à Espanha.
"O brasileiro está descobrindo os cruzeiros, e isso vem de seis anos para cá", diz Amaral, que destaca no Island Escape a preocupação em ter 25% de tripulantes nacionais nessa temporada, uma cafeteria chamada Brasil e os cruzeiros temáticos Party, para baladeiros; Wellness, cujo enfoque é cuidar da saúde; Singles, para quem quer namorar; e Movies, para navegantes cinéfilos.
"Estimaria que o mercado brasileiro tem pelo menos cinco milhões de consumidores e, nessa temporada, cerca de 130 mil pessoas devem viajar de navio, o que mostra que o setor deve continuar a crescer", diz Eduardo Nascimento, presidente da Sun & Sea.
Para Nascimento, "o brasileiro descobriu os cruzeiros e já foi o tempo em que tivemos que enfrentar os três carmas injustos sobre as viagens marítimas. Dizia-se que cruzeiro era para velho, que era caro e que enjoava", afirma. Para ele, "nada disso é verdade, o estigma não existe mais".
Já a Costa Cruzeiros, de origem italiana, está dobrando a sua capacidade de 20 mil para 40 mil leitos nessa temporada. A empresa está trazendo dois transatlânticos: o Costa Victoria, que vem pela primeira vez ao Brasil, chegando dia 15 de dezembro, e o Costa Tropicale, que chega para sua quarta temporada.
Navegando em números
Analisando o mercado como um todo, Renê Hermann, presidente da Costa Cruzeiros, estima que no país a oferta de leitos saltou de 85 mil, na temporada 2003/ 2004, para 133 mil leitos, nessa virada do ano, com esses seis navios que estarão operando no Brasil. "Para que se tenha uma idéia, a previsão para este ano de 2004 é que, no mundo, 13,3 milhões de pessoas viajarão de navio", diz Hermann.
Trazendo os navios Blue Dream e Pacific, Guilherme Paulus, diretor-geral da operadora brasileira CVC, planeja ter três transatlânticos na próxima temporada. "Esse mercado tem grande futuro no país, e o brasileiro já tomou gosto por essas viagens em que não é preciso arrumar e desarrumar a mala", diz ele. "Temos 15 anos de experiência, operamos no passado, em conjunto com parceiros, o Funchal e o Danae e, desde o ano passado, estamos trazendo o Blue Dream, que já tem mais ou menos 65% da sua capacidade esgotada, e o Pacific, que prioriza a região de Fernando de Noronha e já vendeu cerca de 80% das cabines", diz Paulus.
Já a italiana MSC decidiu trazer nessa temporada, a terceira que faz desde que abriu seu escritório próprio no Brasil, um novo navio, o Armonia. Com capacidade para 2.223 passageiros, o navio aumenta em 67% a oferta de cabines da MSC em relação a 2003, quando a companhia trouxe o Melody.
Marcia Chiota, diretora da empresa, menciona entre as novidades um cruzeiro de Carnaval em que transatlântico Armonia permanece aportado em Salvador de segunda para terça-feira.
"Vai dar para aproveitar muito, porque depois disso, na terça, o navio só parte às 19h", diz ela, ressaltando que o Armonia tem, por outro lado, um auditório especial para eventos, totalmente à parte da vida social do navio.
Etiqueta à vista
Adaptados ao mercado nacional, os seis navios que visitam a costa brasileira primam pela informalidade e, no caso do Island Escape, a gravata foi abolida mesmo no célebre dia do almoço com o capitão.
Mas há um rito e uma etiqueta própria em toda a viagem de navio e, em geral, há cruzeiros de três, cinco e sete noites.
Em alguns barcos, logo ao embarcar, escolhe-se a mesa que vai ser usada no restaurante durante toda a viagem.
Sim, há, sempre, restaurantes mais informais. Em geral, é preciso dar gorjetas no fim da viagem para a camareira, o maître e o garçom, sendo conveniente contabilizar mais uns US$ 6 por dia por pessoa.
Outra conta que se paga à parte é a das excursões em terra. Em lugares onde o navio pára no porto, dá até para dispensar o passeio, mas, se a área a ser visitada é distante, os passeios guiados são mais que bem-vindos.
Checar diariamente a programação que é deixada na cabine também reserva boas surpresas, informa sobre diversões, ofertas e até sobre o local em que o navio vai aportar na manhã seguinte.
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