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26/03/2007 - 21h16

"Diário de Bordo": "Casal Aventura" descobre paixão pelo Brasil em Gaiman

da Folha Online

Diário de Bordo O casal Flávio Prado e Maira Hora descobre paixão pelo Brasil em Gaiman. A parada faz parte da Expedição Cone Sul. Os dois vão conhecer as paisagens mais deslumbrantes da região, contando tudo para a Folha Online. A viagem começou em São Paulo e prevê passagens por cidades do sul do país, Argentina e Chile.


Confira o relato do décimo nono dia (19 de março) desta aventura.

Paixão pelo Brasil

Flávio Prado/Folha Imagem
Trem em exposição no Museu Regional Pueblo de Luis, em Trelew, na Argentina
Trem em exposição no Museu Regional Pueblo de Luis, em Trelew, na Argentina
Dispostos a conhecer melhor Trelew, fomos ao museu Paleontológico Egidio Ferrugkio. Este museu tem uma importância feroz para a Patagônia, onde estão os ossos de diversos animais pré-históricos que viveram por aqui. Depois, seguimos ao museu Regional Pueblo de Luis, antiga estação de trem, onde se pode ver carruagens, antigas bombas de combustível, carroças e um trem. Os objetos contam a história do povo Gaules.

Seguindo pela avenida Fontana e chegamos ao antigo e glamouroso hotel e confeitaria Touring Club, que já foi palco de importantes reuniões políticas. Sua decoração trazida da Europa já presenciou grandes eventos. O próprio presidente Roca já ficou hospedado aí. Quando entramos, a decoração das paredes começou a chamar a atenção: são quilômetros de festas, recepções, casamentos e encontros políticos. O lugar preserva viva toda a memória e se mantém tal qual era em 1918. Uma ótima escolha para um café.

Flávio Prado/Folha Imagem
Na avenida Fontana, chegamos ao antigo e glamouroso hotel e confeitaria Touring Club
Na avenida Fontana, chegamos ao antigo e glamouroso hotel e confeitaria Touring Club
Seguimos para a cidade de Gaiman, a 20 km de Trelew. Gaiman foi colonizada por gauleses e ainda hoje conserva suas tradições. Assim que chegamos fomos dar uma volta na cidade e tudo estava muito estranho --parecia não haver nada. Resolvermos então parar no escritório de Turismo (rua Belgrano com a rua Rivadávia), onde tudo se esclareceu. Assim que você sai do escritório de turismo há um túnel utilizado pela antiga Ferrovia Central de Chubut, construída em 1914. É por este túnel que você deve passar para o outro lado da cidade.

Assim que saímos do túnel já vimos o museu Antropológico e, logo mais adiante, o colégio Camwy, inaugurado em 1906, o primeiro colégio primário da Patagônia. Na próxima quadra nos deparamos com o antigo Correio --a casa está tão preservada que tem uma família morando nela.

Flávio Prado/Folha Imagem
Museu na cidade de Gaiman, próxima a Trelew
Museu na cidade de Gaiman, próxima a Trelew
A primeira casa construída, conhecida como "Casa de Pedra", está na rua J. C. Evans. Foi construída em 1874 por David D. Roberts. Deste ponto seguimos para o parque El Desafio; trata-se de um parque construído com material reciclável (como garrafas pet e latinhas de refrigerante e cerveja). Impressionante. Passando pela ponte na rua lateral e caímos em um bosque, onde está a La Capilla Vieja, igreja de uma congregação protestante independente construída em 1884.

Na rua A. Mathews com a avenida Yrigoyen há uma casa de chá com aspecto cinematográfico. A Ty Nain abriga em seu interior um museu onde você terá acesso a um delicioso chá gaulês com as tortas e guloseimas.

Flávio Prado/Folha Imagem
Túnel construído da Ferrovia Central de Chubut
Túnel construído da Ferrovia Central de Chubut
(Gaiman tem um incrível ar celta. Você sente isso ao olhar as casas, a arquitetura, os jardins, as cores e as pessoas. A cidade está recuperando, junto aos descendentes gauleses, a língua e aspectos culturais, mantendo a tradição viva. Uma pequena mostra (deste resgate cultural) é a Festa Eisteddfod --uma reunião cultural realizada em setembro com apresentações de canto, dança, poesia, o tradicional chá gaulês e o idioma.)

Seguimos para a Plaza Independência, praça super bem cuidada e arborizada. No centro, há um lindo coreto todo em madeira, o Kiosco del Centenário. Optamos por uma das paixões nacionais, o sorvete. Todas as sorveterias têm serviço de entrega em domicílio. Encontramos uma sorveteria do outro lado da praça (na rua 25 de Mayo com a rua Rivadavia), a Helados Mares. Conhecemos Ignácio, que nos explica tudo sobre os sorvetes artesanais e nos desvenda os sabores da Argentina. Apaixonado pelo Brasil, ele quer muito morar em São Paulo. Super simpático e prestativo, ele indica os melhores locais para fazermos compras de artesanato. Ignácio me serviu na Argentina um café brasileiro com a melhor apresentação que já tomei em meus 36 anos de vida: em uma bandeja, linda, a xícara de café tem a espuminha desenhada, um copinho de água gaseificada e os grãos do café do que eu iria tomar. Um charme.

Flávio Prado/Folha Imagem
Casa de Chá e Museu
Casa de Chá e Museu "Ty Nain" em Gaiman
(Ah! No livro "15 Minutos Espanhol", da Publifolha, há uma dica importante para aficcionados por café, como eu. Eu tomo café em todos os lugares, diversas vezes ao dia. No começo da viagem era "um parto" fazer o pedido. Lendo o livro, aprendi que existe um padrão para o café simples: café preto e xícara pequena. Se você desejar algo diferente, deve especificar. Ou seja: se eu gosto de café puro e na xícara grande, então é um "café solo doble". Foi um alívio descobrir isto.)

Fomos às compras. Na rua 25 de Mayo, na loja Jagüeles, você encontra desde casacos de lã artesanal e peles de carneiros até camisetas. As cerâmicas e peças em madeira são um show à parte. Nancy nos mostra a loja inteira e fica fascinada por sermos brasileiros. Lojas, sebos, livrarias e compras. Fomos sempre muito bem atendidos nesta cidade.

Fomos ao Viejo Molina de novo, que também é uma casa de chá. Ao descermos do carro, um adolescente passa por nós e faz meia volta. Ficamos um pouco apreensivos, sabe como é paulistano, né? Ele falou algo em português meio errado. Tratava-se de mais um apaixonado pelo Brasil. Naunãn tem 16 anos e aprendeu português ainda muito pequeno, com o tio que mora no Jardim Pirituba, em São Paulo. Quando viu a placa do nosso carro, ele enlouqueceu. Ficamos horas conversando com este adorável argentino que, apesar de ter aprendido português muito cedo e ter tido pouquíssimas oportunidades para treinar, falava de uma forma muito compreensível.

Retornando ao hotel Galícia, muito trabalho a fazer: descemos para o lobby onde há um computador disponível e WiFi. Luiz, o recepcionista noturno, foi nosso companheiro madrugada adentro. Também apaixonado pelo Brasil, ele diz que já foi a São Paulo e nos mostra um anúncio do jornal de Chubut, que fala sobre aulas de português em Trelew. Achamos o máximo. Agora entendemos a paixão por Roberto Carlos de Antonio Gomes, a fascinação de Naunãn ao saber nossa origem, a empolgação de Ignácio ao falar de São Paulo. Era por isso que todos olhavam para a placa de nosso carro e sorriam. A cidade é apaixonada pelo Brasil.

Em sua aventura, o casal tem o apoio da Lenovo; da TIM Roaming Internacional; e da Virtual Track.

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