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Cozinhar e sair menos são soluções de 'foodies'

Aficionados por gastronomia têm reduzido as visitas aos restaurantes

Reunir amigos para tentar reproduzir em casa a experiência de jantar fora é uma opção para driblar a conta alta

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os "foodies" paulistanos não são mais os mesmos.

Incomodados com os preços altos, esses aficionados por restaurantes têm reduzido a frequência com que comem fora de casa. É o que diz a maior parte das pessoas ouvidas pela reportagem.

Além de aumentar o rigor na escolha do restaurante, passaram a cozinhar com mais frequência em casa.

"O lugar que cobrava R$ 30 por uma refeição, em 2011, hoje cobra R$ 50 pela mesma coisa", reclama Atair Trindade, 28. "Vejo que não vale a pena gastar tanto em comida", diz o publicitário, que reduziu de cinco para três vezes por semana suas saídas.

O autor do blog "Alhos, Passas e Maçãs", que mantém identidade anônima, encontrou como alternativa frequentar lugares "híbridos", que sejam ao mesmo tempo bar e restaurante. "Assim é possível não ficar tão preso ao prato principal, que eleva a conta a R$ 100 facilmente."

Foi a "birra" com os preços altos, aliás, que levou a jornalista Rebeca de Moraes, 27, a criar, com uma colega, o site colaborativo SP Honesta. "Em um dia, recebemos mais de 120 dicas legais. Nós apenas apertamos o botão, organizamos uma ideia que era de todos."

FAÇA VOCÊ MESMO

O artista plástico Marcos Brias, 32, reduziu de cinco para duas vezes semanais o hábito de comer fora. "Cozinho de tudo. Quando eu saio, passo raiva. Não é que a comida seja uma porcaria, mas qualquer um pode fazer."

Cozinhar em casa também virou rotina para a estilista Ana Paula Tieko, 28, que anda fazendo testes para preparar molhos iguais aos dos restaurantes que frequenta.

Já o músico Vinícius Calderoni, 27, gosta tanto de ir a restaurantes que, em 2011, comia fora sete vezes por semana. Hoje, dá, no máximo, quatro "escapadas" semanais e evita correr riscos.

"Os restaurantes não baixam o preço para não desvalorizar o produto. Selecionam o público de um jeito elitista, que é o pior possível."

A sensação de abuso também é sentida pelo designer gráfico Rogério Ianelli, 28. "Tenho a impressão de que os donos subestimam o senso crítico dos clientes e pensam eles vão vir de qualquer jeito, não importa o preço'."

JEITINHO

Com a experiência de quem come fora pelo menos cinco vezes por semana, a administradora Ana Kanamura, 29, aprendeu a não pedir couvert e a levar o próprio vinho em restaurantes que não cobrem pela rolha.

"Alguns se impressionam com casas frequentadas por famosos, mas quem gosta de comida não se satisfaz com isso", afirma.

Kanamura, que já teve um restaurante, reconhece que é difícil cobrir os custos, o que explica os preços mais altos.

A empresária Nina Loscalzo, 29, que realiza eventos de gastronomia, diz que os restaurantes não devem ser o foco da revolta. "Os alimentos estão muito caros. O cliente não imagina quantas coisas estão embutidas no preço." (GIULIANA DE TOLEDO E MAGÊ FLORES)


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