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Países vizinhos levam vantagem no frescor

Azeites frutados são característica de produtores iniciantes; proximidade com o Brasil favorece safras jovens

Produtor uruguaio exibe no rótulo a espécie de azeitona usada, hábito que o brasileiro desconhece

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O clima da região mediterrânea está por trás da primazia da Europa na fabricação de azeites --com verões quentes, pouca chuva e ao menos 500 horas de frio intenso por ano, o continente responde por 73% da produção mundial.

Tais condições climáticas se repetem, em parte, nos terrenos ao sul do Brasil, Uruguai, Chile e Argentina. "Há microrregiões, como Maldonado, no Uruguai, que são consideradas as Toscanas sul-americanas'", afirma o consultor Paulo Freitas, degustador formado pela italiana Organizzazione Nazionale Assaggiatori Olio di Oliva e autor do blog Azeite Online (azeiteonline.com.br).

Fica em Maldonado a propriedade de 550 hectares que produz os 180 mil litros anuais do azeite Colinas de Garzón. As garrafas de 500 ml exibem no rótulo a espécie da azeitona usada como matéria-prima ""um hábito que o brasileiro desconhece.

"Os consumidores daqui ainda escolhem o azeite só pelo país produtor. Esse amadurecimento deve vir com o tempo, como aconteceu com os vinhos", diz o consultor

Outra característica que chama a atenção nos produtos sul-americanos é a intensidade de aromas frutados, com notas amargas e picantes (leia mais abaixo).

Tais traços são obtidos apenas quando o produtor consegue colher os frutos e extrair o azeite em menos de 24 horas, e se tornam ainda mais perceptíveis se o produto final chega rapidamente à mesa do consumidor --vantagem que os nossos países vizinhos terão em relação aos europeus.

"Muitas marcas tradicionais da Europa, principalmente de grandes fabricantes, só chegam ao Brasil na safra seguinte, o que não é desejável no mercado de azeites", afirma Freitas.

Entre os olivocultores de butique que estão se destacando na América do Sul, os manuais de boas práticas são seguidos à risca.

Na sofisticada propriedade do casal Natalia Welker e Marcelo Conserva, em Maldonado, Uruguai, os rótulos do azeite o'33 Jose Ignacio são extraídas em um lagar contemporâneo projetado pelo arquiteto Marcelo Daglio, no máximo oito horas após a colheita. A produção atual, de 20 mil litros anuais, deve chegar a 180 mil litros até 2016.

MERCADO FUTURO

O número crescente de iniciantes apostando no ramo de azeites faz proliferar, no sul do Brasil, um outro tipo de produtor: o fornecedor de mudas de oliveiras.

O engenheiro agrônomo Fernando Rotondo, peruano naturalizado brasileiro, tem no catálogo 11 espécies, entre elas a espanhola arbequina e a grega koroneiki --foi de seu viveiro que saíram as mudas plantadas nas terras de Luiz Eduardo Batalha.

A Olivas do Sul também dedica parte de seu terreno, de 25 hectares, à produção de mudas para terceiros.

O sócio Daniel Aued estima que suas plantinhas já estejam cobrindo ao menos 500 hectares de clientes, só no Rio Grande do Sul.

"Todos vão começar a produzir nos próximos três anos. Podemos esperar um boom de azeites nacionais em breve." (FLÁVIA G. PINHO)


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