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País em protesto

Economista é preso por saque em protesto

Ao prestar depoimento, funcionário de multinacional disse que furtou porque estava bêbado e viu outros saqueando

A polícia encontrou Cleber Rosa ao seguir suspeitos que vendiam anéis e relógios no centro de São Paulo

FELIPE GUTIERREZ DE SÃO PAULO

O economista Cleber Souza Rosa, 29, confessou à polícia que furtou joias e relógios da joalheria Rubi durante a manifestação do dia 18, no centro de São Paulo.

Os investigadores descobriram Rosa ao seguir suspeitos que vendiam anéis, pulseiras de ouro e relógios no centro da cidade, afirma Douglas Torres, delegado do Deic (Departamento de Investigação ao Crime Organizado) responsável pela prisão.

O Deic informa que Rosa escondeu 41 anéis furtados na casa de um amigo, preso em flagrante por receptação. Ambos moram na Vila Guilhermina (zona leste).

Segundo Torres, Rosa disse à polícia que estava protestando contra a PEC 37, mas que após a porta da joalheria ser arrombada, viu outras pessoas saqueando o local e furtou porque estava bêbado.

Ontem, o economista foi trabalhar --como não foi preso sob flagrante, irá responder em liberdade. Ele é funcionário da multinacional Sage XRT, que desenvolve softwares de gestão de tesouraria e tem sede no bairro do Itaim Bibi, na zona sul.

Ele não quis falar com a reportagem. Responsáveis pelo setor de RH da empresa disseram que o funcionário "nunca deu problema".

Em um currículo na internet, Rosa diz ser "um profissional ético" e descreveu seu perfil pessoal como "generosidade; foco nos objetivos; justiça e solidariedade". Ele já atuou em um banco e como gerente financeiro de projeto em uma indústria.

VÍTIMAS

Thiago Monaro, 32, um dos sócios da loja roubada, diz que todas as bandejas de anéis foram furtadas, mas que muitas peças eram réplicas usadas apenas para fins de exposição.

Também foram levados brincos, correntes, pingentes, óculos e relógios.

A loja foi depredada e ficou quatro dias fechada. Ele e os sócios chegaram a cogitar uma demissão de funcionários, mas mudaram de ideia.

A estimativa é que serão necessários os lucros de cerca de oito meses para compensar todas as perdas. Além das mercadorias roubadas, há os dias fechados e os custos para reparar vidros e estrutura quebrados.

Monaro diz acreditar que o seguro não cobrirá tudo, "pelo fato de os objetos não estarem armazenado no cofre, o seguro deve cobrir menos de metade dos prejuízos", lembrando que também será preciso pagar a franquia.

Outra loja que foi furtada no centro, a Keep Jeans, não tinha nem mesmo seguro, conta Juliane Saab, 32, filha dos donos. Foram levadas 4.000 peças, o que representa um prejuízo de cerca de R$ 70 mil, segundo o gerente.

Eles só reabriram porque conseguiram remanejar produtos de outras unidades.


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