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Ilustrada - em cima da hora

Morre aos 85 anos em SP a crítica de arte Radha Abramo

Historiadora e jornalista idealizou parque de esculturas da Sé e teve grande atuação na Bienal de São Paulo

SILAS MARTÍ DE SÃO PAULO

Morreu ontem, aos 85, em São Paulo, a jornalista, crítica e historiadora da arte Radha Abramo. Ela foi vítima de um infarto do miocárdio e sofria do mal de Alzheimer havia cinco anos. Seu corpo será enterrado na manhã de hoje no cemitério da Consolação.

Viúva do jornalista Cláudio Abramo, Radha foi uma das figuras mais atuantes no cenário das artes plásticas em São Paulo ao longo dos anos 1960 e 1970, ocupando cargos na esfera pública e com grande produção na imprensa.

Radha esteve por trás da criação do parque de esculturas construído na praça da Sé, com obras de José Resende e Amílcar de Castro, entre outros, e também foi figura central na criação do Memorial da América Latina.

Encarregada do acervo do Palácio dos Bandeirantes, ela organizou o concurso que resultou no mural de Antonio Henrique Amaral, que hoje está no saguão da sede do Executivo do governo paulista.

Em seus textos críticos, Abramo analisou a trajetória de artistas como Geraldo de Barros, Alfredo Volpi, Francisco Brennand, entre outros.

Em 1986, a crítica organizou a representação brasileira na Bienal de Veneza, levando obras de Gastão Manoel Henrique, Renina Katz, Washington Novaes e de comunidades indígenas para a mostra italiana.

"Ela era uma pessoa muito doce e ao mesmo tempo muito firme", lembra o curador Fabio Magalhães. "Teve uma atuação extraordinária na formação de acervos públicos, uma mulher de visão."

Daisy Peccinini, que trabalhou ao lado de Abramo no Departamento de Informação e Documentação Artística, ligado à Secretaria Municipal de Cultura, lembra a militância da amiga. "Ela era uma verdadeira guerreira da cultura", diz a crítica. "Ela não se deixou pressionar nem na época do regime militar."

Abramo também teve uma atuação de destaque em associações locais e internacionais de críticos de arte e chegou a ocupar o cargo de assistente cultural e artística da Fundação Bienal de São Paulo nos anos 1970, priorizando pesquisas de arte brasileira.


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