Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Promotoria denuncia 8 bombeiros por fogo na Kiss
Agentes são suspeitos de negligência e fraude
O Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou ontem oito bombeiros sob acusação de irregularidades envolvendo a boate Kiss, em Santa Maria, destruída por um incêndio que matou 242 pessoas em janeiro.
A denúncia (acusação formal) será encaminhada para a Justiça Militar, instância responsável por casos que envolvem profissionais da corporação no Estado.
A Promotoria considerou que três dos suspeitos cometeram crime de falsidade ideológica porque as licenças da boate, que eram de responsabilidade deles, indicavam que o local "obedecia a legislação vigente". A casa noturna, porém, não cumpria todos os requisitos.
Os outros cinco profissionais, segundo a denúncia, foram negligentes ao deixar de observar os regulamentos do Corpo de Bombeiros em inspeções e falharam na prevenção da tragédia.
Entre os denunciados está o ex-comandante regional de Santa Maria Moisés Fuchs, que, segundo a Promotoria, sabia que o Corpo de Bombeiros local não estava cumprindo adequadamente as normas ao conceder alvarás.
Outro é o sargento Renan Severo Berleze, que também é réu em um processo criminal na Justiça comum que apura se ele adulterou documentos da casa noturna logo após o incêndio.
O Ministério Público reafirma a maior parte das conclusões de investigadores militares, que finalizaram um inquérito em junho.
A Promotoria, no entanto, decidiu incluir um bombeiro não mencionado na investigação militar, Daniel da Silva Adriano, e excluir um sargento que tinha sido indiciado.
Além do trâmite na esfera militar, quatro são acusados de ato de improbidade administrativa na Justiça comum.
O Ministério Público também pediu a revisão de todas as licenças concedidas pela regional de Santa Maria com base no programa SIG-PI (Sistema Integrado de Gestão da Prevenção de Incêndio), considerado não confiável.
Até a conclusão da edição, a reportagem não conseguiu localizar os denunciados.