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Alckmin diz que não mudará norma sobre socorro policial
Para ele, como objetivo é melhorar resgate, credibilidade da PM não é afetada
ONG internacional elogia a medida do governo por ela coibir a alteração de cenas de crimes por policiais
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse ontem que descarta qualquer revisão na resolução que proibiu policiais de atenderem vítimas feridas.
A norma, publicada anteontem, foi antecipada pela Folha. Ela determina que os PMs que atenderem ocorrências com vítimas graves devem preservar a cena do crime e acionar serviços de emergência, como o Samu.
A mudança na regra abriu uma crise entre os PMs. Questionado sobre a possibilidade de entidades entrarem na Justiça contra a medida, Alckmin descartou revisão.
"Nós vamos procurar esclarecer, mostrar os benefícios para a saúde e para a segurança."
Segundo o governador, o objetivo é dar mais qualidade ao atendimento das vítimas e à investigação criminal.
Policiais ouvidos pela Folha, porém, dizem que o Samu não tem condições de atender todos os casos, principalmente no interior do Estado.
"Se precisar, nós ajudamos. Agora, o Samu já faz esse atendimento e o resgate dos bombeiros também já faz, é preparado para isso", disse Alckmin.
A mudança também visa evitar que policiais alterem a cena de um crime, tentando acobertá-lo. O governador, no entanto, disse que a resolução não afetou a credibilidade da tropa, pois "não tem nada a ver com a questão do policial".
"É preferível esperar mais alguns minutos num acidente e ter um atendimento adequado. São procedimentos adotados no mundo inteiro", disse.
A ONG internacional Human Rights Watch, porém, elogiou a medida justamente por coibir a alteração de cenas de crimes. Segundo a organização, "legítimos esforços" da polícia paulista para conter a violência têm sido prejudicados por alguns policiais, que agora terão "mais dificuldades para encobrir seus crimes, fingindo resgatar suas vítimas".
A resolução provocou ainda dúvidas sobre policiais feridos. A Secretaria da Segurança Pública disse que agora eles também deverão aguardar serviços de emergência.