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Em 1928, corpo achado em mala abalou o país

DE SÃO PAULO

"Esquartejou-a para que coubesse na pequenez da mala escolhida [...] o sangue manchava o pavimento, a denunciar o crime."

Foi assim que, em 9 de outubro de 1928, o jornal "Folha da Manhã" descreveu o mais recente crime chocante ocorrido à época.

Dois dias antes, às 14h de 7 de outubro, Maria Féa Mercedes, uma italiana de cabelos loiros e 21 anos, foi encontrada morta dentro de uma mala que seguiria para França a bordo do navio "Massilia".

O corpo foi achado antes de a embarcação partir, ainda no porto de Santos, quando a bagagem era acomodada no porão do navio.

O cheiro forte que a mala exalava e o líquido cor de sangue que escorria por suas frestas chamaram a atenção da tripulação.

Quando aberta, a bagagem expôs o corpo de Maria, com as pernas cortadas à altura dos joelhos e a espinha dorsal partida.

Acompanhavam o corpo pares de sapatos, meias, lenços e flores artificiais.

Na época, circularam boatos de que o crime tinha sido praticado por outro assassino "da mala", o primeiro do país, segundo a imprensa da época.

O sírio Miguel Trad havia esquartejado, em 1908, o sócio, e colocado o corpo num baú. Ele foi pego ao tentar arremessar a bagagem no mar de Santos, e acabou deportado. Os boatos diziam que ele havia voltado e reproduzido o assassinato.

A hipótese logo foi esquecida. O marido de Maria, o também italiano Giuseppe Pistone, confessou.

A BRIGA

A morte aconteceu após uma briga de casal. Na época, o italiano afirmou à polícia que a discussão começou depois que ele a flagrou na cama com outro homem. Mas a investigação apontou que a motivação foi financeira.

Giuseppe asfixiou a mulher ainda no apartamento onde moravam, em São Paulo, comprou a mala e a despachou de trem pela estação da Luz. Ele foi preso e condenado a 30 anos.

Maria estava grávida de "cinco ou seis meses", contou o jornal.


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